Além dos efeitos bem documentados sobre a saúde física, o consumo de produtos ultraprocessados, como refeições prontas e refrigerantes diet, também pode ter um impacto negativo na saúde mental.
Pesquisas recentes indicam que a ingestão excessiva desses alimentos pode estar associada a um aumento do risco de depressão.
Adoçantes artificiais, como o aspartame, são frequentemente citados como um dos possíveis responsáveis por interferir no funcionamento cerebral.
Como esses alimentos afetam a saúde mental?
Ao contrário dos alimentos frescos ou minimamente processados, os ultraprocessados passam por complexos processos industriais, nos quais aditivos, conservantes e corantes são adicionados.
Esses componentes, ausentes em preparações caseiras, podem prejudicar a saúde, especialmente quando consumidos com frequência.
Investigações sugerem que os compostos químicos presentes, especialmente os adoçantes, podem ter efeitos negativos no cérebro, aumentando a probabilidade de problemas depressivos.
Estudos recentes sobre os impactos dos ultraprocessados na saúde mental:
Universidade de São Paulo (USP)
Uma pesquisa conduzida pela USP acompanhou cerca de 16 mil adultos inicialmente sem diagnóstico de depressão.
Através de questionários semestrais sobre dieta e saúde, os resultados indicaram que pessoas com uma dieta composta por aproximadamente 40% de alimentos ultraprocessados apresentaram um risco 42% maior de desenvolver quadros depressivos.
Universidade de Harvard e Hospital Mass General Brigham
Em uma análise realizada por especialistas de Harvard e do Mass General Brigham, mais de 30 mil mulheres entre 42 e 62 anos tiveram seus hábitos alimentares examinados.
Cerca de 7 mil dessas mulheres foram diagnosticadas com depressão, sugerindo uma possível conexão entre alimentação e saúde mental.
Estudo publicado no JAMA Network Open
Pesquisas realizadas por universidades nos Estados Unidos, incluindo um estudo publicado no JAMA Network Open, também investigaram o impacto do consumo de ultraprocessados.
A pesquisa acompanhou mulheres ao longo de 14 anos e revelou que aquelas que consumiam mais de 8,8 porções diárias de alimentos ultraprocessados tinham 49% mais chances de desenvolver depressão, em comparação com as que consumiam menos de quatro porções por dia.
Embora esses estudos sugiram uma ligação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento do risco de depressão, os pesquisadores ainda não têm uma explicação definitiva sobre os mecanismos que causam essa conexão.