Um estudo recente realizado pelo consórcio ProPASS demonstrou que pequenas doses de atividade física intensa podem ser eficazes na redução da pressão arterial, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Utilizando dados de mais de 14 mil participantes monitorados com acelerômetros na coxa, o estudo examinou seis diferentes tipos de comportamento ao longo de 24 horas. Esses comportamentos incluíam sono, comportamento sedentário, estar em pé, caminhar devagar, caminhar rápido e atividades de exercícios, como corrida e ciclismo.
Os resultados indicaram que apenas cinco minutos diários de atividades físicas intensas, como correr ou pedalar, resultaram em uma redução média de 0,68 mm Hg na pressão arterial sistólica (SBP) e 0,54 mm Hg na pressão arterial diastólica (DBP).
Embora os valores possam parecer pequenos, esses impactos, quando replicados em escala populacional, podem ter efeitos significativos na prevalência da hipertensão e na redução de complicações relacionadas ao sistema cardiovascular.
Para alcançar melhorias mais expressivas, como uma redução de 2 mm Hg na pressão sistólica, seriam necessários de 20 a 27 minutos diários de realocação de tempo de outras atividades para atividade física intensa.
Essa diminuição, embora aparentemente modesta, está associada a uma redução significativa no risco de doenças como infarto e acidente vascular cerebral, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Impacto do comportamento sedentário
O estudo também destacou o papel prejudicial do comportamento sedentário na pressão arterial. Quanto mais tempo os participantes permaneciam sedentários, maior era sua pressão arterial.
Em contrapartida, a substituição de tempo sedentário por atividade física intensa foi a intervenção mais eficaz para a redução da pressão arterial.
Os pesquisadores observaram que comportamentos como ficar em pé e caminhar lentamente tiveram um impacto limitado na redução da pressão arterial.
A caminhada rápida, embora benéfica, não apresentou o mesmo efeito significativo das atividades mais intensas, como corrida e ciclismo.
O papel do sono
O sono também foi apontado como um fator relevante para a saúde cardiovascular. Mais tempo de sono estava associado a menores níveis de pressão arterial, desde que a quantidade de sono fosse aumentada em substituição ao comportamento sedentário.
No entanto, para obter reduções clinicamente significativas na pressão arterial, seriam necessárias substituições consideráveis — por exemplo, quase três horas de tempo sedentário substituídas por sono para uma redução de 2 mm Hg na pressão sistólica.
Esses achados reforçam a necessidade de promover estratégias de saúde que considerem o equilíbrio de todo o dia, abrangendo sono, atividade física e redução do comportamento sedentário.