Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O número de americanos diagnosticados com transtorno do espectro do autismo (TEA) quase triplicou na última década, sendo que os adultos jovens com idade entre 26 e 34 anos apresentaram o aumento mais drástico — um aumento de 450%, de acordo com um novo estudo transversal publicado no JAMA Psychiatry na quarta-feira.
De 2011 a 2022, as taxas gerais de diagnóstico de autismo aumentaram em 175%, segundo os autores.
A análise demonstrou um aumento sem precedentes nos diagnósticos de TEA, saltando de 2,3 para 6,3 casos por 1.000 pessoas na última década, sendo que as mulheres e os grupos minoritários apresentaram os maiores aumentos.
Embora o autismo seja normalmente diagnosticado na infância, a condição é vitalícia e pode exigir apoio contínuo até a idade adulta.
Os pesquisadores incluíram dados de 12 locais na Rede de Pesquisa em Saúde Mental (MHRN), concentrando-se em pacientes inscritos nos sistemas de saúde participantes por pelo menos 10 meses por ano civil.
Jovens adultos registram o aumento mais acentuado
Enquanto as crianças de 5 a 8 anos apresentaram as maiores taxas gerais de diagnóstico, os adultos jovens de 26 a 34 anos tiveram o aumento mais significativo: 450% entre 2011 e 2022.
As diferenças entre os sexos também apareceram nos dados. Entre as crianças, os diagnósticos femininos aumentaram 305% em comparação com 185% para os masculinos. As mulheres adultas apresentaram uma tendência semelhante, com um aumento de 315% nos diagnósticos, em comparação com 215% nos homens.
Os pesquisadores observaram que esses números provavelmente subestimam a verdadeira prevalência do TEA, “especialmente em mulheres adultas mais velhas, já que muitas não teriam sido examinadas na infância e continuam sem diagnóstico”.
Padrões raciais e étnicos
O estudo revelou taxas de diagnóstico aceleradas entre crianças de minorias raciais e étnicas em comparação com seus pares brancos. “Ao contrário do que ocorre entre as crianças, as disparidades raciais e étnicas parecem ter persistido entre os adultos”, escreveram os pesquisadores.
Embora os adultos brancos ainda tenham duas vezes mais chances de receber um diagnóstico de TEA do que os de outros grupos raciais e étnicos, de acordo com um estudo de 2023, crianças negras, hispânicas e asiáticas agora são diagnosticadas com autismo em taxas mais altas taxas do que as crianças brancas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA.
Olhando para o futuro, os pesquisadores enfatizaram a necessidade crescente de serviços de apoio ao longo da vida. “À medida que a população medicamente complexa de pessoas autistas nos EUA continua a crescer e a chegar à idade adulta, as projeções das necessidades de suporte ao longo da vida se tornarão cada vez mais importantes.”
Possibilidades de tratamento para o autismo
Embora atualmente não haja cura para o TEA, os indivíduos podem levar uma vida plena com o apoio adequado. O tratamento precoce é fundamental, pois minimiza os desafios, aprimora os pontos fortes e ensina novas habilidades. Como cada pessoa com autismo tem necessidades exclusivas, as intervenções devem ser personalizadas para obter os melhores resultados.
Serviços de intervenção precoce
Crianças menores de 3 anos podem se qualificar para serviços de autismo por meio de programas estaduais de intervenção precoce. As famílias trabalham com especialistas para criar um plano de serviço familiar individualizado (IFSP, na sigla em inglês), e a terapia é fornecida por uma equipe de profissionais em casa ou em uma creche.
Crianças de 3 a 5 anos que se qualificam têm direito a serviços pré-escolares gratuitos dos distritos escolares locais ou centros de aprendizado. Esses serviços geralmente incluem terapia e assistência de aprendizado em casa ou em uma sala de aula. Para as crianças que se qualificam, é desenvolvido um programa de educação individualizado (IEP, na sigla em inglês), delineando metas de aprendizado, comportamento, habilidades sociais e autocuidado. Os serviços de educação especial podem continuar até que a criança complete 21 anos, com reavaliações aos 6 anos de idade para avaliar a necessidade de um IEP.
Intervenções comportamentais, psicológicas e educacionais
Veja a seguir outras opções de intervenção:
- Análise comportamental aplicada (ABA): Essa abordagem terapêutica passo a passo concentra-se em habilidades cognitivas, sociais, de linguagem e de autocuidado. Ela reforça pequenas melhorias para desenvolver ou modificar comportamentos e, ao mesmo tempo, reduzir ações perturbadoras.
- Modelo Early Start Denver (ESDM): Projetada para crianças de 12 a 48 meses, essa terapia combina técnicas de ABA e brincadeiras interativas para promover habilidades linguísticas, sociais e cognitivas.
- Floortime: Essa é uma terapia baseada em relacionamentos em que os cuidadores se envolvem diretamente com as crianças em seu nível. Ela pode ser usada isoladamente ou em conjunto com a terapia ABA.
- Terapia de fala e linguagem: Essa terapia ajuda a melhorar as habilidades de comunicação verbal e não verbal.
- Terapia ocupacional: A terapia ocupacional trata dos atrasos nas habilidades motoras finas e dos desafios de integração sensorial, que são cruciais para muitas crianças autistas.
- Intervenção de desenvolvimento de relacionamento (RDI): Essa terapia centrada na família tem como objetivo aprimorar as habilidades sociais e emocionais. Os pais recebem treinamento para apoiar o desenvolvimento de seus filhos.
Medicamentos
Embora nenhum medicamento possa curar o autismo, alguns podem ajudar a controlar sintomas específicos:
- Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs, na sigla em inglês): Medicamentos como fluoxetina, paroxetina e fluvoxamina podem reduzir os comportamentos ritualísticos.
- Medicamentos antipsicóticos: Medicamentos como a risperidona podem ajudar a lidar com comportamentos autolesivos, mas têm possíveis efeitos colaterais.
- Estabilizadores de humor e psicoestimulantes: Podem ajudar as pessoas a lidar com desatenção, impulsividade ou hiperatividade.
Ao buscar qualquer um desses tratamentos, as famílias podem melhorar muito a qualidade de vida dos indivíduos com autismo.