Estudo chinês revela que o consumo diário de café pode reduzir o risco de doenças cardíacas

De acordo com os cientistas, pessoas que bebem de duas a três xícaras diariamente também apresentaram menor probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 e derrames, além de outros distúrbios cardiometabólicos.

Por Redação Epoch Times Brasil
02/10/2024 20:16 Atualizado: 02/10/2024 20:16

Na contramão do que se pensava até então, pesquisadores da Universidade Soochow, na China, em parceria com cientistas da Suécia, descobriram que consumir várias xícaras de café ou chá com cafeína por dia pode proteger contra doenças cardiometabólicas, diabetes tipo 2, doenças cardíacas ou derrames.

Os cientistas analisaram os hábitos de 188 mil pessoas com idades entre 37 e 73 anos ao longo de aproximadamente 12 anos, com base no UK Biobank, um banco de dados do Reino Unido que contém informações de saúde anônimas obtidas a partir de questionários sobre a ingestão das bebidas nas últimas 24 horas. 

No início das pesquisas, eles também examinaram aproximadamente 172 mil pessoas que disseram consumir café ou chá com cafeína diariamente, nenhuma das quais tinha histórico de doenças cardiometabólicas. 

Os autores garantem que os consumidores diários dessas bebidas têm melhor saúde cardíaca do que aqueles que não consomem. 

Entretanto, para obter os benefícios, a recomendação é evitar o excesso de cafeína e manter o consumo de duas a três xícaras de café ou três de chá por dia.

“A ingestão de cafeína em diferentes doses pode ter efeitos de saúde diferentes,” explicou o professor do departamento de epidemiologia e bioestatística  Chaofu Ke, coautor do estudo. “A ingestão moderada de cafeína pode regular os níveis desses metabólitos.”

Entre os consumidores de café, foi observada uma redução de quase 50% no risco de desenvolver doenças cardiometabólicas. 

De acordo com o estudo, mesmo as pessoas que consumiram mais de 400 mg de café por dia, acima da recomendação de três xícaras, não mostraram consequências negativas para a saúde cardíaca.

O estudo foi publicado no dia 17 de setembro no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism e dividiu opiniões. 

Para o co-diretor do Centro de Distúrbios da Pressão Arterial da Cleveland Clinic — uma referência em doenças cardíacas nos Estados Unidos — , Dr. Luke Laffina, a pesquisa realizada por seus colegas chineses e suecos deve ser considerada dentro de um contexto adequado.

“Isso [o estudo] pode nos dar uma ideia, mas não podemos tirar conclusões definitivas”, afirmou Laffin à rede norte-americana NBC News. “Tudo com moderação é provavelmente a melhor abordagem. Muitas xícaras de café podem aumentar a pressão arterial em alguém que já tem hipertensão.”