Estudo aponta que vacinação repetida contra COVID-19 enfraquece o sistema imunológico

Por Zachary Stieber
01/06/2023 19:53 Atualizado: 01/06/2023 19:53

Um estudo recente indica que a vacinação repetida contra a COVID-19 enfraquece o sistema imunológico, tornando as pessoas potencialmente suscetíveis a condições graves, como o câncer.

Doses múltiplas das vacinas da Pfizer ou Moderna contra a COVID-19 levam a níveis mais altos de anticorpos chamados IgG4, que podem fornecer um efeito protetor. No entanto, um crescente corpo de evidências indica que os níveis “anormalmente elevados” dessa subclasse de imunoglobulina tornam o sistema imunológico mais suscetível à proteína spike do vírus da COVID-19 presente nas vacinas, afirmam os pesquisadores no artigo.

Eles apontam para experimentos realizados em camundongos que constataram que doses de reforço adicionais, além da vacinação inicial contra a COVID-19, “diminuíram significativamente” a proteção contra as variantes do vírus Delta e Ômicron, bem como testes que revelaram um aumento nos níveis de IgG4 após a repetição da vacinação com doses da Pfizer, sugerindo um esgotamento do sistema imunológico.

Estudos detectaram níveis mais elevados de IgG4 em pessoas que faleceram de COVID-19 em comparação com aquelas que se recuperaram e relacionaram esses níveis a outro determinante conhecido de mortalidade ligada à COVID-19, observaram os pesquisadores.

Uma revisão da literatura também mostrou que vacinas contra o HIV, malária e coqueluche também induzem a produção de IgG4.

“Em resumo, estudos epidemiológicos sobre a COVID-19 citados em nosso trabalho, juntamente com a falha das vacinas contra HIV, malária e coqueluche, constituem evidências irrefutáveis de que um aumento nos níveis de IgG4 prejudica as respostas imunológicas”, afirmou Alberto Rubio Casillas, pesquisador do laboratório de biologia da Universidade de Guadalajara, no México, e um dos autores do novo artigo, em entrevista por e-mail ao The Epoch Times.

O artigo foi publicado na revista Vaccines em maio.

Representantes da Pfizer e Moderna não responderam aos pedidos de comentários.

Ambas as empresas utilizam a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) em suas vacinas.

O Dr. Robert Malone, que ajudou a inventar essa tecnologia, afirmou que o artigo ilustra por que ele tem alertado sobre os efeitos negativos da vacinação repetida.

“Eu alertei que mais doses podem resultar no que é chamado de tolerância da zona alta, e a mudança para a IgG4 é um dos mecanismos. E agora temos dados que demonstram claramente que isso está ocorrendo no caso desta vacina, bem como em algumas outras”, disse Malone, que não esteve envolvido no estudo, ao The Epoch Times. “Portanto, isso basicamente valida que essa pressa em administrar e readministrar, sem ter dados sólidos para respaldar essas decisões, foi altamente redutora e parece ter resultado em um grupo de pessoas que estão na verdade mais suscetíveis à doença”.

Possíveis Problemas

Os sistemas imunológicos enfraquecidos causados pela vacinação repetida podem levar a problemas graves, incluindo câncer, afirmam os pesquisadores.

“A síntese aumentada de IgG4 devido à vacinação repetida com altas concentrações de antígenos pode também causar doenças autoimunes e promover o crescimento de câncer e miocardite autoimune em indivíduos suscetíveis”, escreveram no artigo.

A miocardite é uma forma de inflamação do coração causada pela vacinação contra a COVID-19, sendo os jovens do sexo masculino os mais suscetíveis a essa condição.

Consequências potenciais a longo prazo da vacinação repetida, incluem casos mais graves de COVID-19 em pessoas vacinadas que contraem a doença, de acordo com os pesquisadores.

“Sem um nível adequado de proteção, até mesmo as novas subvariantes Ômicron (consideradas leves) podem causar danos graves em múltiplos órgãos e levar à morte em indivíduos imunocomprometidos e com comorbidades”, eles afirmaram.

Alguns estudos têm apontado que pessoas vacinadas têm um maior risco de infecção em comparação com aquelas que possuem imunidade natural ou proteção pós-recuperação. Um estudo recente, publicado em abril no Open Forum Infectious Diseases, constatou que cada dose adicional aumentava o risco de infecção.

A tolerância decorrente dos níveis elevados de IgG4 significa que o sistema imunológico perde a capacidade de responder aos antígenos, ou substâncias estranhas, explicou Malone.

Experimentos adicionais poderiam incluir o acompanhamento de pacientes vacinados ao longo do tempo e a comparação de seu perfil de anticorpos com um grupo de pessoas com imunidade natural, disse Malone. Outros testes poderiam incluir estudos in vitro ou experimentos em animais, acrescentou Casillas.

Abordagem cautelosa garantida

Os pesquisadores afirmaram que a nova pesquisa mostra que a “vacinação repetida” deve ser abordada com cautela.

Alguns países recentemente interromperam ou reduziram as recomendações de vacinação contra a COVID-19 após anos de promoção de doses repetidas, uma vez que os dados mostram que as vacinas oferecem proteção insuficiente contra infecções e proteção de curta duração contra doenças graves. Os Estados Unidos, por exemplo, pararam de recomendar doses de reforço para todos e alteraram a vacinação primária das vacinas Moderna e Pfizer de duas doses para uma dose.

No entanto, algumas agências de saúde estão adotando um modelo baseado na abordagem da vacinação contra a influenza. Isso envolveria a seleção de composições atualizadas da vacina a cada ano, visando os tipos circulantes de COVID-19, e recomendando que certos grupos, ou praticamente todos, recebam uma dose anual.

A Organização Mundial da Saúde afirmou em maio que a composição da vacina deve ser atualizada para focar na subvariante XBB.1 Ômicron “a fim de melhorar a proteção”. Consultores da FDA, nos Estados Unidos, estão programados para se reunirem em junho para considerar se as vacinas devem ser atualizadas para a “campanha de vacinação” de 2023-2024. Autoridades em muitos países já interromperam as antigas vacinas da Moderna e Pfizer e aprovaram vacinas direcionadas às subvariantes BA.1 ou BA.4/BA.5 da Ômicron.

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