Entidades de saúde emitem alertas sobre meningite transmitida por caramujos 

Principais sintomas da doença incluem febre alta, dor de cabeça, rigidez na nuca, náuseas e confusão mental.

07/10/2024 16:46 Atualizado: 07/10/2024 16:46

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e autoridades de saúde emitiram um alerta nacional sobre o risco de meningite eosinofílica, após a morte de uma pessoa em abril devido à infecção transmitida por caramujos

A meningite causada pelo parasita Angiostrongylus cantonensis pode ocorrer pela ingestão de moluscos crus ou alimentos contaminados com o muco de caramujos infectados, como o caramujo-africano (Achatina fulica), introduzido no Brasil nos anos 80.

O caso fatal, registrado no Rio de Janeiro, foi o primeiro desde 2014. A vítima apresentou sintomas como febre, dores de cabeça e rigidez na nuca, indicativos de meningite. Exames realizados pela Fiocruz confirmaram a presença do parasita na região afetada.

Após a morte de uma criança em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, a Secretaria de Saúde emitiu comunicados para áreas vulneráveis, incluindo escolas. A instituição frequentada pela vítima adotou medidas rigorosas, como desinfecção de áreas com relatos de caramujos, para evitar novos casos.

Em Campo Grande, a morte de uma criança por meningite aumentou o alerta nas escolas e na comunidade local. As autoridades de saúde realizaram campanhas de conscientização, focadas na educação de crianças e pais sobre os riscos dos caramujos e a importância da higiene.

O caso gerou preocupação devido à presença de caramujos na área escolar, onde foram encontrados próximos ao ambiente das crianças. A escola tomou medidas imediatas, como a desinfecção de áreas comuns e o reforço na limpeza de alimentos nas refeições, para prevenir novos casos.

O alerta da Fiocruz e das secretarias de saúde ressalta a importância de evitar o consumo de moluscos crus e garantir a higienização de vegetais que possam ter contato com caramujos, já que o muco pode conter larvas do parasita.

Em áreas urbanas, onde o caramujo-africano se prolifera, as autoridades recomendam o uso de luvas ao manuseá-los e a remoção segura de resíduos, visando evitar contaminação.

Além disso, especialistas recomendam eliminar focos de acúmulo de água que atraem caramujos e manter hortas e jardins limpos. Campanhas têm sido realizadas em algumas cidades para educar a população sobre a infestação desses moluscos, vetores de doenças.

A meningite eosinofílica, embora rara, difere da meningite bacteriana comum, sendo transmitida indiretamente por parasitas presentes em caramujos e lesmas.

A Fiocruz ressalta que a meningite eosinofílica não tem cura específica, com tratamento focado nos sintomas. Casos graves podem causar complicações neurológicas ou morte.