Eficácia de duas das três vacinas contra a COVID-19 usadas nos EUA caem abaixo de 50 por cento após seis meses, afirma estudo

'Resultados sugerem que as vacinas são menos eficazes na prevenção da infecção associada à variante Delta', afirmam pesquisadores

10/11/2021 21:24 Atualizado: 11/11/2021 06:02

Por Zachary Stieber

A eficácia das três vacinas contra a COVID-19 disponíveis nos Estados Unidos diminuiu nos últimos meses, com a proteção contra infecções caindo abaixo de 50 por cento em duas delas, após seis meses, de acordo com novo estudo.

A vacina Moderna contra a COVID-19 decaiu para 58 por cento em setembro, ante os 89,2 por cento de eficácia em março, descobriram os pesquisadores. Durante o mesmo período, a vacina da Pfizer contra a COVID-19 caiu de 86,9 por cento para 43,3 por cento, e a injeção da Johnson & Johnson diminuiu para 13,1 por cento dos 86,4 por cento.

O Dr. Stephen Hahn, chefe da Food and Drug Administration (FDA) durante o final da administração de Trump, afirmou no ano passado que a agência não autorizaria vacinas contra a COVID-19 que não fossem pelo menos 50% eficazes contra infecções.

Os pesquisadores também descobriram que a proteção das vacinas contra a morte diminuiu após seis meses, principalmente entre idosos. Ao invés de comparar a eficácia durante março e setembro, foram usados dados para identificar a eficácia, de julho a outubro. Para aqueles com 65 anos ou mais, a eficácia contra a morte foi de 75,5 por cento para a vacina Moderna, 70,1 por cento de eficácia para a vacina da Pfizer e 52,2 por cento de eficácia para a vacina da Johnson & Johnson.

Para os mais jovens, a eficácia foi maior: 84,3% para a vacina Pfizer, 81,5% para a Moderna e 73% para a Johnson & Johnson.

Embora os primeiros dados apresentassem alta eficácia da vacina contra infecção e morte, “nossos resultados sugerem que as vacinas são menos eficazes na prevenção da infecção associada à variante Delta”, escreveram os pesquisadores.

Enquanto os vacinados, ao longo do tempo, enfrentam um risco maior de se infectar com a COVID-19 ou morrer, os não vacinados possuem ainda maiores chances de contrair a doença ou de morrer da mesma, afirmam.

Pesquisadores do Public Health Institute, da University of Texas School of Public Health e do Veterans Affairs Medical Center realizaram a pesquisa, que foi publicada na revista Science.

Os pesquisadores examinaram infecções e mortes pela COVID-19 por estado de vacinação em 780.225 veteranos entre 1º de fevereiro e 1º de outubro. Eles usaram dados do Departamento de Assuntos de Veteranos e receberam financiamento do Mercatus Center da Universidade George Mason e da University of California Office of the President.

“Nosso estudo oferece aos pesquisadores, legisladores e outros, uma base sólida para comparar a eficácia de longo prazo das vacinas contra a COVID e uma lente para tomar decisões informadas sobre a vacinação primária, doses de reforço e outras camadas múltiplas de proteção, incluindo mandatos de máscaras, distanciamento social, testes e outras intervenções de saúde pública para reduzir a chance de disseminação”, afirma a Dra. Barbara Cohn, autora principal, em um comunicado.

A pesquisa apoia recomendações para muitos americanos, incluindo todos os destinatários da Johnson & Johnson, à receber doses de reforço, declara a doutora.

Outros estudos mostraram que a eficácia da vacina contra a COVID-19 diminuiu com o tempo, levando às recomendações de reforço das autoridades de saúde dos EUA, mas esta foi a primeira a examinar todas as três disponíveis nos Estados Unidos. E também sugeriu menor eficácia contra a morte do que muitos outros estudos.

A COVID-19 é a doença causada pelo vírus do PCC (Partido Comunista Chinês).

As limitações do estudo incluem não saber o porquê ou onde as pessoas foram testadas; os pesquisadores exigiram que a pessoa tivesse sido testada para COVID-19 para ser incluída na análise.

Pfizer, Moderna, Johnson & Johnson e o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos não responderam aos pedidos de comentários da noite para o dia e não pareceram reagir publicamente ao estudo.

As descobertas chegam após dois outros estudos, ambos pré-publicados, que mostram que a eficácia da vacina contra a infecção diminuiu ao longo do tempo, após a injeção inicial.

Pesquisadores suecos, usando dados de registros nacionais, descobriram que a eficácia da vacina da Pfizer caiu para 30-47 por cento no dia 121-180 dos 92 por cento do 15º dia.

“Do 211º dia em diante, nenhuma eficácia pôde ser detectada”, afirmam. A injeção Moderna também diminuiu em eficácia, mas manteve alguma proteção após o 181º dia.

Pesquisadores israelenses, enquanto isso, extraindo dados de um banco de dados nacional, descobriram que a vacina da Pfizer foi menos eficaz contra infecções e casos graves ao longo do tempo após a vacinação completa.

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