Por Áquila Bacelar – Terça Lire
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou em entrevista à CNN que a vacina para o combate do vírus chinês, que está sendo produzida pelo órgão brasileiro em sociedade com o laboratório Sinovac, estará disponível para a produção no país em outubro, se os resultados mostrarem eficácia na terceira fase de testes, para liberar para população.
“A vacina estará disponível para produção a partir de outubro. Temos previsão inicial de 60 milhões de doses que serão aplicadas apenas quando comprovada a eficácia do medicamento”, disse Covas.
“Já mostrou nas fases anteriores, com quase mil voluntários, uma efetividade em torno de 90%, além de ter se mostrado segura. Agora, estamos na fase de testes de campo, onde é testada de fato na população.”
Ele ainda explica que a vacina está sendo desenvolvida com uma técnica dominada pelo Instituto Butantan, o que pode facilitar sua produção no Brasil.
“Essa vacina é baseada em uma técnica de produção que o Butantan domina. Conhecemos os fornecedores, conhecemos os equipamentos e a parte de manutenção. Não é um processo novo. Neste momento, estamos testando a melhor forma de fazer a vacina,” disse Covas.
Covas relata que, além da produção para o território nacional, o Butantan tem esperança de exportá-la para países vizinhos.
Mesmo entusiasmado com o medicamento, o diretor do Butatan falou que o instituto ainda busca entender a amplitude da eficácia do medicamento, para obter uma certeza se serão precisas uma ou mais doses por pessoa para alcançar a imunização ideal.
“Vacinas são medidas preventivas, não curativas. Os estudos clínicos tentam descobrir se iremos precisar de uma ou duas doses para cada pessoa, além de quanto tempo irá durar a imunização.”
Na última semana, surgiu no mundo a notícia de que uma vacina contra a Covid-19 sendo produzida na Rússia poderá ser a primeira distribuída para a população em geral.
Interrogado sobre o assunto, Covas afirmou que ainda não tem detalhes sobre o medicamento.
“O Butantan foi procurado por intermediários do governo russo para produzir a vacina, mas precisamos saber de mais detalhes do medicamento para poder fechar a parceria. É uma vacina de que pouco se sabe, e não temos os dados sobre a técnica de produção utilizada nem de sua eficiência.”
Mesmo Dimas se mostrando reservado em relação à descoberta russa, ele afirma que o mundo necessitará muito mais do que somente uma vacina, e que todo esforço é válido.
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