Um estudo publicado no periódico Diabetes and Metabolic Syndrome traz um alerta sobre dietas que excluem carboidratos, como a low carb. Cientistas australianos analisaram dados de 39.185 adultos do Melbourne Collaborative Cohort Study (MCCS), que revelaram uma conexão entre a restrição de carboidratos e o aumento do risco de diabetes tipo 2.
Frequentemente considerados vilões nas dietas de emagrecimento, os carboidratos têm sido eliminados do cardápio de muitas pessoas. No entanto, essa exclusão indiscriminada pode ter consequências graves, como o aumento da probabilidade de desenvolver esse tipo de diabetes.
No diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células produtoras de insulina, sendo mais comum em crianças e adolescentes. Já o tipo 2 ocorre quando o pâncreas produz menos insulina ou quando o corpo tem dificuldade em utilizá-la, condição mais frequente em adultos.
Essa variação de diabetes, portanto, é caracterizada pela função insulínica prejudicada, além da elevação nos níveis de açúcar no sangue.
A pesquisa destacou que, enquanto as pessoas aumentavam a ingestão de gorduras e proteínas, a fibra da dieta diminuía, criando um ambiente metabólico desfavorável. Essa situação não apenas aumenta o risco de diabetes, mas também está associada a problemas cardiovasculares e danos a órgãos, como os olhos.
Dietas populares, como as low carb e cetogênicas, frequentemente promovem a eliminação drástica de carboidratos, gerando uma falsa impressão de emagrecimento rápido. Embora muitas pessoas possam notar inicialmente redução de peso inicial, ela é frequentemente atribuída à perda de água, uma vez que os carboidratos retêm líquido.
A eliminação de frutas e outros alimentos saudáveis pode resultar em carências nutricionais, prejudicando a ingestão de vitaminas, sais minerais e fibras essenciais. Aplicada dessa forma, a restrição de carboidratos pode ter efeito adverso no bem-estar geral.
Energia, equilíbrio e saciedade
Para uma alimentação equilibrada, é fundamental incluir todos os grupos alimentares. Os carboidratos, por exemplo, desempenham papéis vitais, como fornecer energia para as atividades diárias e contribuir para a produção de neurotransmissores que afetam o humor.
A médica Anna Luísa Barbosa sugere algumas dicas para uma alimentação saudável. Priorizar alimentos integrais, como pães, massas e arroz, é uma boa prática, pois são mais nutritivos e ricos em fibras.
Além disso, equilibrar as refeições com fontes de carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis ajuda a evitar picos de glicemia, promovendo uma maior sensação de saciedade.
Segundo a especialista, é essencial buscar orientação profissional antes de realizar mudanças drásticas na dieta. Consultar um nutricionista pode auxiliar na criação de um plano alimentar que atenda às necessidades individuais, garantindo uma abordagem saudável e sustentável para a alimentação.