O alho, uma planta antiga pertencente à família da cebola Alliaceae possui valores dietéticos e medicinais. Ao longo dos anos, numerosos relatórios de investigação publicados em revistas conceituadas confirmam consistentemente os vários efeitos farmacológicos benéficos do alho. Isso inclui propriedades antibacterianas, anti-trombóticas, anti-artríticas e redutoras de açúcar no sangue. Notavelmente, vários estudos sugerem que o consumo de alho pode efetivamente reduzir o risco de câncer.
No entanto, apesar dos inúmeros benefícios do alho, o seu consumo requer uma consideração cuidadosa para prevenir efeitos adversos. Quais são os efeitos benéficos notáveis e potenciais efeitos colaterais do alho? E como o alho pode ser consumido corretamente para obter o máximo de benefícios à saúde? Neste artigo, nos aprofundaremos nesses tópicos em detalhes.
Pesquisa confirma as potentes propriedades anticancerígenas do alho
O alho, um alimento consumido pelos humanos há milênios, é amplamente reconhecido pelos seus benefícios à saúde. O principal composto ativo do alho é a alicina, um composto de enxofre produzido na presença de oxigênio e uma enzima específica do alho. Um número crescente de pesquisas confirma que o alho contém uma variedade de componentes ativos que podem efetivamente inibir a ocorrência e o desenvolvimento do câncer.
Em Setembro, uma revisão abrangente publicada no European Journal of Nutrition conduziu uma meta-análise de 61 artigos de investigação, confirmando o alho como uma rica fonte de compostos com potencial antitumoral. Descobriu-se que o extrato de alho e vários de seus componentes individuais, particularmente compostos organossulfurados (OSCs, na sigla em inglês) como a alicina, exibem atividades citotóxicas, citostáticas, antiangiogênicas e antimetastáticas em vários modelos in vitro e in vivo de câncer colorretal.
Em março, uma revisão publicada na Frontiers in Pharmacology afirmou que a ação anticancerígena do alho está entre as mais estudadas entre os seus vários efeitos farmacológicos benéficos. Foi demonstrado que o alho reduz significativamente o risco de câncer. Vários constituintes derivados do alho e suas nanoformulações foram testados quanto à eficácia contra vários tipos de câncer, incluindo oral, pele, ovário, próstata, mama, pulmão, gástrico, colorretal, fígado e pâncreas.
Uma revisão abrangente publicada no European Journal of Nutrition em 2021 revisou evidências epidemiológicas e experimentais sobre diferentes tipos de alho e suas atividades anticancerígenas e antioxidantes. O artigo destacou que o alho e seus ricos flavonóides e compostos organossulfurados possuem potentes propriedades anticancerígenas. Estudos em animais e células sugeriram que o alho e seus compostos organossulfurados podem inibir a carcinogênese através de várias vias, incluindo a indução de apoptose, a supressão da proliferação celular, a eliminação de espécies reativas de oxigênio (ROS, na sigla em inglês), a redução do tamanho do tumor e o aumento da atividade de enzimas como a glutationa S-transferase.
Estudos epidemiológicos indicaram uma associação significativa entre o consumo de alho e um risco reduzido de cancro colorretal, mas as evidências para o cancro do estômago, da mama e da próstata são inconsistentes. Os estudos também sugeriram que a presença e a potência do componente ativo do alho, o organossulfurado, estão relacionadas com a preparação e a forma do alho. Os investigadores recomendam mais estudos epidemiológicos e moleculares para explorar o impacto do alho nos níveis de açúcar no sangue e nos seus mecanismos antioxidantes.
Um estudo envolvendo 41.837 mulheres com idades entre 55 e 69 anos descobriu que aquelas que consumiam uma ou duas porções de alho por semana tinham um risco 35% menor de desenvolver câncer de cólon.
Além de suas propriedades anticancerígenas, pesquisas confirmaram a eficácia do alho na proteção das células endoteliais e na redução da pressão arterial. Um estudo publicado na revista Integrated Blood Pressure Control verificou que o alho pode efetivamente reduzir a pressão alta. A pesquisa descobriu que os polissulfetos derivados do alho melhoram a resposta do endotélio ao óxido nítrico (NO, na sigla em inglês) e estimulam a produção do gasotransmissor vascular sulfeto de hidrogênio (H2S, na sigla em inglês), induzindo assim o relaxamento das células musculares lisas, a vasodilatação e a redução da pressão arterial.
O estudo sugeriu ainda que certos fatores dietéticos e genéticos podem impactar a eficiência das vias de sinalização de H2S e NO, contribuindo para o desenvolvimento da hipertensão. Além disso, a deficiência de enxofre pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento da hipertensão, e a suplementação com compostos organossulfurados através do consumo de alho pode efetivamente aliviar os seus sintomas.
Resumindo, a alicina encontrada no alho apresenta os seguintes cinco efeitos benéficos:
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Anticâncer: A alicina pode inibir o crescimento e a metástase das células cancerígenas e melhorar a função do sistema imunológico.
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Vasodilatador e reduz a pressão arterial: A alicina pode relaxar as paredes dos vasos sanguíneos, reduzir a pressão arterial e melhorar a circulação sanguínea.
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Melhora a sensibilidade à insulina e controla o açúcar no sangue: A alicina pode promover a secreção e a ação da insulina, reduzindo assim os níveis de açúcar no sangue. É benéfico para indivíduos com diabetes.
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Melhora a função sexual: A alicina, um vasodilatador, pode aliviar os sintomas da impotência masculina e melhorar a função sexual, uma vez que a impotência está frequentemente associada à má circulação sanguínea.
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Antiinflamatório e antioxidante: a alicina pode combater os danos dos radicais livres, salvaguardando as funções do fígado e dos rins.
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Além da alicina, o alho também contém outros nutrientes essenciais, como vitamina C, vários compostos de enxofre e cisteína, que são benéficos para a saúde. A cisteína pode ser convertida em glutationa, o antioxidante mais importante do nosso corpo.
Como consumir alho corretamente
Agora que nos aprofundamos nos inúmeros benefícios do alho, vamos falar sobre o que devemos ter em mente ao consumi-lo. Caso contrário, poderá afetar a sua eficácia e potencialmente levar a efeitos secundários.
Aqui estão algumas considerações:
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Evite o processamento excessivo: Cozinhar demais o alho fervendo, assando ou cozinhando no vapor por muito tempo pode danificar seus componentes ativos e diminuir seus benefícios. O melhor é consumi-lo cru ou levemente salteado.
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Pique ou esmague: Cortar ou esmagar o alho é essencial para gerar alicina suficiente. Deixe descansar ao ar livre por cinco a 10 minutos antes de consumir para obter os melhores benefícios.
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Evite comer demais: De modo geral, comer de um a quatro dentes de alho fresco por dia é suficiente. O consumo excessivo pode causar efeitos adversos, como mau hálito, irritação gastrointestinal e reações alérgicas.
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Seja cauteloso ao consumi-lo se você for uma destas pessoas: aqueles com tendência a úlceras gastrointestinais, tendências hemorrágicas, que tomam medicamentos anticoagulantes ou que estão se preparando para uma cirurgia devem limitar a ingestão de alho. O alho possui efeitos anticoagulantes, que podem agravar o sangramento. Mulheres grávidas e lactantes também devem ter cautela, pois o alho pode afetar o sabor do leite materno, impactando potencialmente a saúde do feto ou do bebê.
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Suplementos de alho como alternativa: Se não gosta de comer alho, pode optar pelos suplementos de alho, disponíveis em diversas formas e doses. No entanto, é crucial priorizar a qualidade e a segurança. É aconselhável utilizá-los sob orientação de um médico.
Em resumo, o alho é um alimento saudável com vários benefícios, incluindo a prevenção do cancro, a redução do açúcar no sangue e a melhoria da função sexual. Incorporar alho em nossa dieta com moderação pode contribuir para o bem-estar geral. No entanto, é fundamental não depender apenas de um tipo de alimento, pois a alimentação é apenas um dos muitos fatores que influenciam a saúde; prestar atenção a outros hábitos de saúde, como exercícios, sono e estresse, é igualmente vital para promover a saúde e a longevidade.
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