Sterling Campbell, baterista do David Bowie: livre das drogas em duas semanas

01/09/2017 11:15 Atualizado: 12/03/2018 13:42

Sterling Campbell foi o baterista da estrela britânica do rock David Bowie. Ele começou a tocar bateria na infância, tornando-se famoso ainda jovem.

Nos primeiros anos de sua carreira, Campbell viveu uma vida desregrada com muitos vícios prejudiciais à saúde, todos muito comuns no mundo do rock.

Então, em meados dos anos 1990, ele foi apresentado a uma prática oriental de cultivo, e isso mudou completamente sua vida.

Carreira no rock

Sterling Campbell nasceu em 1964, na cidade de Nova York. Durante a sua infância, ele era obcecado por música e por bateria.

“Toquei bateria a minha vida toda, toco desde que tenho 12 anos de idade. Isso se tornou parte de mim”, afirma Campbell.

Em 1986, recém-chegado à vida adulta, Campbell conseguiu sua primeira grande chance: foi contratado para sair em turnê com Cyndi Lauper. Ela estava no auge de sua carreira, e, naquele momento, Campbell nunca tinha entrado em um avião.

Daquele dia em diante, a carreira dele disparou. Ele passou a trabalhar com grandes bandas, como Duran Duran, Soul Asylum e os B-52’s. Em particular, Campbell é conhecido por ter sido o baterista do David Bowie durante 14 anos, iniciando a parceria em 1992.

Infelizmente, David Bowie faleceu em janeiro de 2016.

O cineasta e ator canadense Michael Mahonen publicou, em seu perfil no Facebook, uma foto tirada em 2002, homenageando David Bowie, após o seu falecimento. Na foto vemos Campbell no palco, tocando bateria atrás de Bowie, e no bumbo vemos os ideogramas chineses para Verdade, Benevolência e Tolerância.

David Bowie com Sterling Campbell, em São Francisco em 2002. Os caracteres para Verdade, Benevolência e Tolerância aparecem no bumbo da bateria. (Mark Jeremy/CC BY-SA)
David Bowie com Sterling Campbell, em São Francisco em 2002. Os caracteres para Verdade, Benevolência e Tolerância aparecem no bumbo da bateria (Mark Jeremy/CC BY-SA)

“As pessoas sempre querem mostrar algo. No meu caso, quis mostrar algo positivo, usando minha bateria, e dizer às pessoas que tipo de pessoa eu sou”, Campbell nos contou.

Verdade, Benevolência e Tolerância são os fundamentos do Falun Dafa, uma antiga prática de meditação chinesa (também conhecido como Falun Gong).

Encontrando o Falun Gong

Um dia, em 1998, Campbell estava caminhando pelo Parque Riverside, Região Oeste de Nova Iorque, quando ele passou por um grupo de pessoas fazendo exercícios.

“Na minha visão periférica, eu vi algumas pessoas praticando o Falun Gong. Fui em direção a elas”, lembrou Campbell.

“Conversei com os praticantes. Eu não sabia o porquê de estar interessado, mas definitivamente estava atraído por aqueles exercícios.”

Zhuan Falun é o principal livro do Falun Gong, tendo sido traduzido em mais de 40 idiomas, inclusive para o português. Certamente é um dos livros chineses mais traduzidos no mundo, superando até mesmo o ‘Tao Te Ching’, de Lao Tzu, o livro fundador do taoísmo.

Quando Campbell leu pela primeira vez o livro, ele diz ter sentido algo especial.

“Assim que comecei a ler o Zhuan Falun, parecia que o livro falava comigo. Lendo-o, eu acreditava no que estava escrito. Eu pensei: isto é o que eu estive procurando.”

Campbell nos contou que antes de praticar o Falun Gong, ele tinha vários hábitos ruins, que o incomodavam já fazia algum tempo.

“Parte do que se entende por trabalhar como baterista é beber álcool todas as noites, fumar cigarro e maconha todos os dias. Houve outras drogas também. Mas não quero falar sobre essas.”

Assim como muitos outros praticantes do Falun Gong, após Campbell começar a praticar, sua vida mudou drasticamente, e os hábitos ruins simplesmente desapareceram.

“Eu já havia tentado acabar com o vício, mas não havia dado conta. Duas semanas depois de começar a praticar o Falun Gong, descobri que eu não tinha mais vontade de fumar, beber nem usar drogas”, explicou.

Campbell disse que, desde então, praticar o Falun Gong tem sido parte de sua vida. Faz quase 20 anos.

“Muitas pessoas me apoiam. Elas sabem que pratico o Falun Gong e que participo de atividades relacionadas. Estamos na era da Wikipédia e do Google. Se você buscar por meu nome, encontrará as minhas experiências praticando o Falun Gong.”

Para mais informações sobre a prática, acesse: www.falundafa.org.

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