Matéria traduzida e adaptada do inglês, originalmente publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Uma pesquisa recente descobriu que a sepse/septicemia é mais comum e letal entre os pacientes com COVID-19 do que se pensava anteriormente.
A sepse é uma síndrome clínica altamente grave, muitas vezes originada de infecções pulmonares, do trato urinário, da pele ou do trato gastrointestinal, envolvendo patógenos como fungos, bactérias, vírus (incluindo COVID-19 e gripe) e muito mais. O sistema imunológico torna-se hiperativo no combate a essas infecções, levando à inflamação sistêmica e necrose tecidual. Em casos graves, pode resultar em choque, falência de órgãos e até morte.
Um estudo revelou que para cada atraso de uma hora na administração de antibióticos, antifúngicos ou medicamentos antivirais específicos após o início da disfunção orgânica ou choque, as chances de um resultado ruim aumentam de 3% a 7%. Estima-se que o tratamento da sepse nos Estados Unidos custe US$23,7 bilhões anualmente, tornando-se a condição mais cara para atendimento hospitalar.
Um estudo de coorte retrospectivo publicado no JAMA Network Open em setembro, realizado com 431.017 pacientes (com idade média de 57,9 anos) hospitalizados em cinco hospitais em Massachusetts entre março de 2020 e novembro de 2022, descobriu que a sepse associada à COVID-19 estava presente em 1,5% de todas as internações e 28,2% de hospitalizações positivas para COVID-19. Além disso, a sepse bacteriana presumida esteve presente em 7,1% das hospitalizações.
Os pesquisadores também descobriram que nos primeiros 33 meses da pandemia de COVID-19, aproximadamente um sexto dos casos de sepse foram atribuídos à COVID-19.
Entre o primeiro e o último trimestre do estudo, a taxa de mortalidade por sepse relacionada à COVID-19 diminuiu de 33,4 para 14,3%, enquanto a mortalidade presumida por sepse bacteriana permaneceu estável em 14,5%.
Os resultados da investigação também indicaram que a sepse causada pela COVID-19 era bastante comum e apresentava uma taxa de mortalidade mais elevada do que a sepse bacteriana presumida.
Outro estudo sugeriu que a sepse causada por COVID-19 é devida à desregulação imunológica desencadeada pela infecção por COVID-19. A imunossupressão relativa pode tornar pacientes saudáveis suscetíveis ao desenvolvimento de sepse, em vez de ser resultado de dano viral direto.
Uma revisão narrativa italiana publicada em 2021 destacou que, com base nas últimas tendências epidemiológicas, a incidência de sepse está aumentando, especialmente entre a população idosa, onde a incidência é mais de cinco vezes maior em comparação com outros grupos etários. A mortalidade hospitalar por sepse é estimada em 140% maior do que as estimativas anuais de mortalidade por outras causas. Aproximadamente uma em cada duas a três mortes entre pacientes hospitalizados é atribuída à sepse.
Vitamina D: um tratamento adjuvante essencial
As vitaminas são micronutrientes essenciais no corpo humano, desempenhando um papel crucial em inúmeras vias biológicas associadas à sepse, incluindo funções antioxidantes e anti-inflamatórias, síntese de proteínas e hormônios, produção de energia e regulação genética.
Ryoichi Nakahara, doutor em cirurgia pela Universidade de Tóquio, afirmou durante uma entrevista ao Epoch Times que o alto estado metabólico desencadeado pela resposta imunológica em pacientes com sepse esgota rapidamente os micronutrientes do corpo. Numerosos ensaios com vitaminas sugeriram que a vitamina D, a vitamina C e outros suplementos de micronutrientes oferecem uma nova perspectiva no tratamento da sepse.
Um estudo de observação foi publicado no The American Journal of the Medical Sciences em abril. O estudo incluiu 302 pacientes com sepse com idade média de 65,5 anos, observados durante 30 dias. Os resultados indicaram que os pacientes com deficiência de vitamina D tiveram uma taxa de mortalidade mais elevada (31,8%) do que aqueles sem (13,6%). Após ajuste para variáveis significativas como níveis de hemoglobina, malignidade, níveis de albumina e hiperlactatemia, a deficiência de vitamina D foi identificada como um preditor independente de mortalidade em 30 dias.
Os investigadores acreditam que a vitamina D desempenha múltiplos papéis na resposta do sistema imunitário às infecções, tornando-a um potencial componente-chave no combate à sépsis.
Na revisão narrativa italiana, outro estudo caso-controle envolvendo 36 pacientes ventilados na UTI demonstrou que o grupo que recebeu injeções intramusculares de vitamina D em altas doses apresentou redução significativa no número de dias de ventilação e no tempo de internação hospitalar.
Um relatório de meta-análise publicado na BMC Infectious Diseases em 2020 indicou que a suplementação de vitamina D pode reduzir a mortalidade em pacientes com sepse com deficiência grave de vitamina D.
A importância da suplementação de vitamina C
A vitamina C possui propriedades anti-inflamatórias, imunorreguladoras, antioxidantes, antitrombóticas e antivirais significativas. Uma revisão narrativa publicada na Pediatric Research em 2021 revelou que, em modelos animais, a vitamina C demonstrou aliviar a lesão pulmonar induzida pela sepse, aumentar a proliferação linfocítica e reduzir citocinas pró-inflamatórias, como fator de necrose tumoral e interleucina.
Um número crescente de evidências sugere os benefícios da vitamina C no tratamento da sepse. Em um estudo prospectivo e randomizado, após a terapia antioxidante, os pacientes com risco de sepse após grandes cirurgias ou traumas experimentaram uma redução significativa na incidência de falência de órgãos e uma menor permanência na UTI após terem sido tratados com uma combinação de vitamina C e vitamina E.
Estudos em animais e humanos indicaram que altas doses de vitamina C intravenosa são geralmente seguras e têm baixa ou nenhuma toxicidade.