Conheça os alimentos heróis e vilões da rinite alérgica

28/04/2015 08:00 Atualizado: 15/06/2019 01:21

Por Marina Dalila, Epoch Times

O outono é uma estação do ano considerada ideal para as crises respiratórias se manifestarem. A oportunista rinite alérgica (RA) é uma das mais populares nesta época de mudanças climáticas. Embora a alergia possa ocorrer durante todo o ano – desde que a substância que a desencadeia (alergêneo) esteja presente -, ela é mais frequente na Primavera e no Outono, quando a quantidade de pólen no ar aumenta.

A nutrição tem um papel extremamente importante em relação à RA. Enquanto alguns alimentos reforçam as defesas naturais do corpo contra a RA, outros agravam seus sintomas. Existem alimentos considerados verdadeiros estimulantes da RA, que atuam de diferentes formas no organismo. Mas também existem os alimentos-chaves, que podem melhorar o sistema imunitário e prevenir o seu aparecimento e/ou diminuir seus sintomas. Para compreender melhor como a alimentação interfere nesta doença, conheça os dois tipos de RA e seus mecanismos.

Leia também:
• Aspectos Epidemiológicos da Rinite Alérgica
• Soluções naturais para gripes e resfriados
• O resfriado crônico pode, na verdade, ser uma sinusite

Rinite Alérgica Estacional

A rinite alérgica estacional, também conhecida como febre dos fenos ou polinose, é uma alergia ao pólen que é transportado pelo ar. Devido ao fato das estações de pólen variarem nas diversas regiões geográficas, muitas vezes a alergia estacional acaba sendo desencadeada por esporos de fungos.

Com a mudança de estação e presença do pólen, a parte posterior da garganta, o palato, o nariz, e os olhos começam a arder aos poucos ou de uma oura pra outra. Geralmente os olhos lacrimejam, começam os espirros e o nariz é afetado pela coriza. Certos indivíduas chegam a sofrer com dores de cabeça, tosse e respiração ofegante, chegam a se tornar irritáveis e deprimidos, perdem o apetite e têm dificuldade em dormir. A face interna das pálpebras e a esclerótica (a parte branca dos olhos) podem inflamar-se (o que se denomina de conjuntivite). O revestimento do nariz pode inflamar-se e adotar uma cor vermelho-azulada, gotejando e exibindo congestão nasal.

Rinite Alérgica Perenial

A rinite alérgica perenial possui características semelhantes às da rinite alérgica estacional, mas que variam, no entanto, na intensidade, surgindo de forma inesperada durante todo o ano.

A rinite alérgica perenial pode ser desencadeada por ácaros, pó da casa, penas, pêlos de animais, ou pelo bolor. Habitualmente, o indivíduo não apresenta conjuntivite. A congestão nasal é frequente e ameaça obstruir as trompas de Eustáquio (que situam-se nos ouvidos) causando complicações auditivas, particularmente em crianças. A sinusite e os pólipos nasais podem também ser complicações da rinite alérgica.

Fatores que contribuem para a rinite alérgica

O ambiente tem grande influência no desencadeamento desta doença e alguns dos principais fatores que afetam a cascata de sintomas da RA são pêlos de animais, poeira que pode estar escondida em carpetes, tapetes, sofás e cortinas, ácaros, pólen, poluentes atmosféricos tais como o ozônio e dióxido de enxôfre, vírus, fungos, bactérias, grama, ar frio, estados emocionais, exposição ao tabaco, sprays de cabelo e desosorantes, aspirina, sedentarismo e alimentos.

Entenda o mecanismo bioquímico da rinite alérgica

É importante ter ciência de que existem indivíduos com determinada pré-disponibilidade genética que os tornam mais sucetíveis à maior produção do anticorpo imunoglobulina-E (IgE). Consequentemente, a cascata de reações se inicia quando um alergênio – como, por exemplo, pólem, poeira, pêlos de animais ou ácaros – é inalado por este grupo de pessoas que já possui um sistema imunitário sensibilizado. Após esta exposição, o alergênio provoca a produção do IgE. As moléculas de IgE se ligam a mastócitos nos tecidos e basófilos no sangue, descarboxilando o aminoácido histidina na proteína histamina, que interage com receptores nos tecidos e provoca manifestações no olhos, pulmões, nariz e na pele. A histamina provoca inchaço (edema) na mucosa do nariz, aumenta a produção de muco e pode irritar os olhos. Na pele, além de placas de urticária, a pessoa sente coceira. A histamina também provoca diminuição do calibre dos brônquios, resultando na falta de ar e no chiado no peito.

 

* Este artigo terá mais duas partes (a serem publicadas amanhã e depois de amanhã) que falarão sobre a influência direta dos alimentos na rinite alérgica, seja podendo provocá-la (Alimentos alergênicos associados à rinite alérgica), como podendo saná-la (Alimentos e suplementos úteis no combate à rinite alérgica).