Por Jack Phillips
Pesquisadores afirmaram que podem ter descoberto a causa da doença de Alzheimer em nível molecular.
Cientistas da Universidade da Califórnia – Riverside, afirmaram em descobertas recentes que a chave para entender a doença de Alzheimer pode estar relacionada com proteínas “tau” que provavelmente causam emaranhados neurofibrilares – que são encontrados no cérebro de pacientes com Alzheimer. Anteriormente, os pesquisadores sugeriram que as placas amilóides, que são um acúmulo de peptídeos amilóides, podem ser a causa.
Tanto as placas amilóides quanto os emaranhados neurofibrilares são indicadores críticos que os médicos procuram ao tentar diagnosticar a doença de Alzheimer.
“Aproximadamente 20 por cento das pessoas possuem as placas, mas nenhum sinal de demência”, afirmou o professor de química da UCR, Ryan Julian, em um comunicado. “Isso faz parecer que as placas em si não são a causa”.
Os pesquisadores se concentraram nas diferentes estruturas que uma única molécula pode fabricar, conhecidas como isômeros.
“Um isômero é a mesma molécula com uma orientação tridimensional diferente da original. Um exemplo comum seria as mãos. As mãos são isômeras uma da outra, imagens espelhadas, mas não cópias exatas. Os isômeros podem realmente possuir uma lateralidade”, afirmou Julian.
A equipe escaneou proteínas em amostras de cérebro que foram doadas a seu laboratório, e em cérebros onde havia um acúmulo da proteína tau, mas nenhum diagnóstico de Alzheimer, eles descobriram que o tau “normal” possui uma lateralidade diferente do que em indivíduos que tiveram placas ou emaranhados, e que foram diagnosticados com Alzheimer. As proteínas também sobreviveram mais do que o normal, relataram os pesquisadores.
Se uma proteína permanece muito tempo – geralmente mais de 48 horas – alguns aminoácidos nas proteínas convertem-se no isômero da “outra mão”, eles observaram.
“Se você tentar colocar uma luva da mão direita na mão esquerda, não funciona muito bem”, declarou Julian. “É um problema semelhante em biologia; moléculas não funcionam da maneira que deveriam após um certo período, porque uma luva canhota pode realmente converter-se em uma luva destra que não se encaixa”.
O corpo humano tem um processo chamado autofagia, eles observaram, que limpa as proteínas usadas ou defeituosas das células. Quando as pessoas envelhecem, a autofagia pode diminuir, embora não esteja claro por que, afirmou Julian, e isso é o que sua equipe está tentando descobrir.
“Se uma desaceleração na autofagia é a causa subjacente, coisas que a aumentam deveriam ter o efeito oposto benéfico”, declarou.
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