A Campanha Janeiro Branco ganha cada vez mais destaque no Brasil, promovendo a conscientização sobre a importância da saúde mental em diversos setores da sociedade.
Criada em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão, a iniciativa aborda a saúde mental como um direito universal e essencial para o bem-estar individual e coletivo.
O tema escolhido para 2025, “O que fazer pela saúde mental agora e sempre?”, visa estimular reflexões e ações práticas em âmbitos pessoais e institucionais.
O Instituto Janeiro Branco, organização sem fins lucrativos, é o principal coordenador das atividades. Estas incluem palestras, oficinas e dinâmicas culturais em escolas, empresas e comunidades de todo o país.
De acordo com o site oficial, a missão é fomentar uma cultura de bem-estar emocional e levar a discussão sobre saúde mental a todos os segmentos da população.
“A sociedade moderna é marcada por um sedentarismo que se alimenta de comida ultraprocessada e pela dependência de celulares e outras tecnologias elevadas à categoria de entidades quase divinas. Para piorar, somos bombardeados por ideologias consumistas e estímulos culturais que incentivam o narcisismo, o hedonismo, o individualismo e o materialismo desmedido”, afirmou a associação em um artigo em seu site.
A campanha, oficializada pela Lei Federal 14.556/23, também busca influenciar a formulação de políticas públicas voltadas para a prevenção e o tratamento de problemas psicológicos.
Um marco recente na legislação trabalhista brasileira reforça ainda mais essa preocupação. A partir de 2024, a saúde mental passou a integrar os relatórios de gestão de risco das empresas, conforme atualização da Norma Regulamentadora Nº 1.
Essa medida exige que as organizações incluam avaliações sobre sobrecarga de trabalho, assédio e outros fatores que possam impactar negativamente o bem-estar dos colaboradores.
As empresas terão até um ano para se adequarem às novas diretrizes, que visam promover ambientes de trabalho mais saudáveis e prevenir afastamentos por transtornos mentais, como aqueles observados com maior frequência no pós-pandemia.
Os organizadores também disponibilizam materiais informativos gratuitos em seus canais oficiais, facilitando o acesso ao conhecimento e incentivando a participação ativa de toda a sociedade.
A importância de iniciativas como o Janeiro Branco é evidente diante de dados alarmantes sobre o aumento de transtornos mentais.
Segundo um relatório da Sapien Lab — uma organização de pesquisa que se dedica a estudar e compreender a saúde mental e o bem-estar humano em nível global — o Brasil figura entre os últimos colocados no ranking global de bem-estar mental de 2023, com uma pontuação média de 50 no índice MHQ, indicando que uma grande proporção da população está na categoria “angustiada ou lutando” (cerca de 34% dos respondentes).
A inclusão de medidas preventivas e o suporte adequado tornam-se fundamentais para mudar esse panorama.