O instituto Butantan, de São Paulo, colocou um fim às pesquisas com a ButanVac, sua candidata à vacina contra COVID-19. A decisão foi baseada no fato de que o imunizante apresentou resultados clínicos “aquém” do esperado em comparação com as opções existentes no mercado.
O acordo firmado entre o Butantan e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estipulava a suspensão do desenvolvimento da ButanVac se o seu desempenho fosse inferior ao das vacinas contra COVID-19 em uso.
400 voluntários
Os testes já estavam na fase 2, quando 200 voluntários receberam a vacina do Butantan, enquanto outras 200 pessoas foram inoculadas com as vacinas já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a nota do Instituto, após 28 dias de avaliação com os 400 voluntários, a quantidade de anticorpos no sangue de quem recebeu o imunizante não foi comparável à observada naqueles que receberam as vacinas disponíveis.
A expectativa dos cientistas brasileiros era de que a ButanVac induzisse uma produção de anticorpos quatro vezes maior do que a das vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde (MS).
“Nesse caso, o desfecho não demonstrou a imunogenicidade esperada”, disse o diretor do Butantan, Esper Kallás. “Por isso, interrompemos o seu desenvolvimento e seguimos no desenvolvimento de rotas mais promissoras. Nosso compromisso é com a ciência e a saúde da população.”