Por Conan Milner, Epoch Times
Qualquer pessoa com mais de 50 anos conhece este sentimento: você olha seu reflexo no espelho e percebe que o rosto e o corpo que você sempre conheceu foram substituídos por um impostor desgastado.
Para o autor best-seller James Owen, esse momento chegou aos 70 anos, quando ele assistiu a um vídeo de si mesmo dando uma palestra. Ele ficou mortificado ao ver o quanto ele envelhecera.
“Não parecia comigo. Parecia um cara velho se arrastando para o pódio”, disse ele. “Foi constrangedor. Eu pensei: “Meu Deus, isso é como a velhice se parece.”
Owen também se sentia velho. Suas costas doíam de forma excruciante, e seu ombro estava “congelado”. Ele estava claramente desfalecendo e ficou preocupado ao pensar no que vários anos a mais desse declínio poderiam implicar.
“Então eu estabeleci uma meta para mim”, disse ele. “Eu ia andar por 30 dias.”
Ele não se preocupava com o quão longe ou por quanto tempo — ele só sabia que tinha que fazer alguma coisa. Ele começou devagar, fazendo só o máximo que podia. Ele imediatamente se sentiu melhor, e sua esposa percebeu o quanto ele parecia melhor. Depois de 30 dias, ele queria mais. Seus treinos gradualmente se tornaram mais intensos, sua saúde melhorou e sua autoconfiança cresceu.
Owen faz 77 anos este mês, mas ele está na melhor forma de sua vida: magro, forte e sem dor. Em um recente check-up, seu médico ficou maravilhado com a reviravolta dramática apresentada em seus exames de saúde.
Owen credita seu sucesso ao desenvolvimento de um hábito de exercícios e está em uma missão para inspirar outros anciãos a fazerem o mesmo. Seu novo livro, “Just Move: A new approach to Fitness After 50” (Apenas se Mexa: Uma Nova Abordagem para a Boa Forma Após os 50), é um chamado à ação para adultos mais velhos que estão cansados de ver sua saúde piorar.
“Se você fizer isso, seu corpo vai agradecer”, disse Owen.
Do conforto do sofá ao vício em exercícios
Embora Owen goste de se exercitar atualmente, ele passou a maior parte de sua vida em conflito com isso. No ensino médio, ele aspirava ser um atleta mas era lento e desajeitado, então geralmente acabava esquentando o banco de reserva. Aos 40 anos, ele entrou em uma intensa rotina de exercícios, mas logo desistiu porque seus joelhos e costas doíam muito. Aos 50 e 60 anos, ele se tornou viciado em televisão — muito ocupado e cansado para se mover mais do que precisava.
Quando Owen se aproximou do fitness desta última vez, ele começou em um ritmo mais lento e com um objetivo diferente em mente do que quando ele era mais jovem. Sua inspiração não foi um número de fantasia na balança ou obter barriga tanquinho, mas algo muito mais nerd: pesquisa.
“Eu tive uma carreira de 35 anos como gerente financeiro”, disse ele. “Sendo um cara de investimentos, eu adorava pesquisas. Então, comecei a ler e fiquei fascinado pela ciência do exercício.”
Embora a medicina moderna há muito prometa que uma nova droga ou procedimento poderá reverter em breve os efeitos do envelhecimento e das doenças, a ciência mostra que a fonte real da juventude é simplesmente encontrada ao se alimentar bem e se movimentar mais. Um grande grupo de pesquisas realizadas nos últimos 30 anos revelaram que o exercício regular protege contra doenças crônicas com muito mais eficiência que qualquer pílula ou tratamento disponível.
Essa ideia não é nova. Os textos mais antigos da medicina tradicional chinesa, por exemplo, apontam para uma época em que os idosos conseguiam preservar sua saúde até a velhice. Uma das principais dicas desses livros antigos é fazer exercícios regulares para manter o corpo jovem.
A ciência do exercício mais moderna está focada nos benefícios cardiovasculares. É por isso que os especialistas em saúde se sentem tão à vontade para recomendá-los. Estudos emergentes apontam para benefícios exclusivos associados a outras formas de exercício, como treinamento de força e ioga.
O exercício não só ajuda na saúde física, mas também na saúde mental. Um estudo recente descobriu que aqueles que se exercitam apenas uma hora por semana podem diminuir significativamente o risco de depressão.
Infelizmente, estamos nos movendo menos do que nunca. O adulto médio fica sentado de 10 a 13 horas por dia. A inatividade é o quarto principal fator de risco para a mortalidade global e é diretamente responsável por 3,2 milhões de mortes por ano.
Não é incomum as pessoas desacelerarem à medida que envelhecem, mas parece que muitos de nós mal se mexem nos nossos lugares.
“Nossos bisavós estavam trabalhando nos campos quando tinham 70 ou 80 anos”, disse Owen. “Nós nos sentamos atrás da mesa o dia todo.”
Derrubando o estereótipo do envelhecimento
De acordo com a professora certificada de ioga e qigong Cynthia Singleton, uma grande razão pela qual adultos mais velhos são resistentes ao exercício é que ele entra em conflito com o estereótipo de como a velhice deve ser.
“Todos ouvimos reclamações sobre o envelhecimento de parentes mais velhos. … Muitas vezes compramos as experiências de envelhecimento, sem perceber que a nossa pode ser completamente diferente”, disse ela em um e-mail.
Há muitos idosos que desafiam o estereótipo, como o ancião de 99 anos que dançou recentemente com Cynthia Singleton em uma reunião de família. Ele ainda sai todos os dias para verificar o gado em sua pequena fazenda.
Cynthia Singleton afirma que o que mantém as pessoas sentindo-se com vitalidade na velhice é movimentar o corpo regularmente. “Movimento é vida, e nossos corpos foram construídos para se mover”, disse ela.
Um estilo de vida sedentário cobra seu preço ainda mais cedo do que você imagina. Não só começamos a ganhar peso em uma idade mais jovem, como nossas funções corporais também se deterioram mais rapidamente. Em nossos 20 anos, começamos a perder nosso senso de equilíbrio. Em nossos 30 anos, nosso consumo de oxigênio e densidade óssea começam a diminuir. Em nossos 40 anos, a memória começa a desvanecer-se e, aos 50 anos, nossa perda de massa muscular acelera para cerca de 15% por década. A acumulação de gordura acelera também.
No momento em que se atinge a idade mais avançada, uma vida de hábitos sedentários contribui significativamente para uma variedade de doenças crônicas. Nesse ponto, o exercício não parece mais uma opção, porque mesmo movimentos menores podem ser extremamente dolorosos. Mas ainda pode haver tempo para mudar as coisas.
“É mais difícil quando você tem 70 anos do que quando você tem 40 ou 50 anos, isso é certo. Mas eu sou a prova viva de que nunca é tarde demais”, disse Owen.
Metas impulsionadas pela saúde
Você pode pensar que exercícios sejam mais indicados para jovens. Mas quando se trata de desenvolver um hábito de exercícios, ser mais velho pode realmente ser vantajoso.
Os jovens tendem a se aproximar da boa forma com objetivos de curto prazo, como ficar melhor em uma roupa de banho ou perder 20 quilos antes de um casamento. Quando Owen encontrou seu atleta interno em seus 70 anos, ele começou com um conjunto diferente de prioridades.
“Quando você tem a minha idade, é impulsionado pela saúde”, disse ele. “Eu quero me sentir melhor. Eu quero ser mais saudável. Eu quero estar sem dor.”
Em vez de imagem, o objetivo de Owen é condicionar seu corpo para que ele possa atender melhor às demandas da vida diária. Seu livro apresenta um programa que ele desenvolveu com especialistas em saúde para atingir o que ele chama de “cinco dimensões da aptidão funcional”: força, flexibilidade, estabilidade do núcleo, equilíbrio e resistência cardiovascular.
Você pode encontrar movimentos divertidos e desafiadores em qualquer estágio da capacidade de condicionamento físico. Mas evite exagerar antes da hora, pois aumenta o risco de lesões. O exercício pode ser um pouco desconfortável, mas a magia está em submeter seu corpo a pequenos desafios todos os dias, o que o faz funcionar melhor.
Uma vez que você sente que sua funcionalidade melhora, o progresso se torna estimulante e motivante.
“Sinto-me muito orgulhoso quando olho para trás e sei que não conseguia fazer isso há um mês”, disse Owen. “Recebo reforço constante e é o reforço que fornece a motivação.”