Bilhões de pessoas têm micronutrientes inadequados, estima estudo

Por Huey Freeman
04/09/2024 19:33 Atualizado: 04/09/2024 19:33
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Mais da metade da população mundial é deficiente em micronutrientes, como vitaminas e minerais, de acordo com um novo estudo.

De acordo com os resultados, publicados na revista Lancet Global Health, 99,3% da população mundial está sentindo falta de pelo menos um nutriente importante.

O estudo coletou dados de 31 países para estimar o consumo de micronutrientes em 185 países.

“Nosso estudo é um grande passo à frente”, disse Chris Free, professor pesquisador da Harvard T.H. Chan School of Public Health, UC Santa Barbara, e coautor principal. “Não apenas porque é o primeiro a estimar a ingestão inadequada de micronutrientes para 34 grupos de idade e sexo em quase todos os países, mas também porque torna esses métodos e resultados facilmente acessíveis a pesquisadores e profissionais.”

Deficiências de micronutrientes prejudicam a saúde e podem levar a vários problemas de saúde que podem ser evitados, afirmam os pesquisadores.

“A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia, o que leva a uma cognição prejudicada e a resultados adversos na gravidez. A deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueira evitável em todo o mundo, afetando principalmente crianças e mulheres grávidas”, escreveram os autores em seu estudo.

“Esses resultados são alarmantes”, disse Ty Beal, principal autor do estudo, disse em um comunicado à imprensa. “Essas lacunas comprometem os resultados de saúde e limitam o potencial humano em escala global.”

Os pesquisadores disseram que o novo estudo é o primeiro a fornecer estimativas globais do consumo inadequado de 15 micronutrientes essenciais para a saúde humana.

“Esses resultados podem ser usados por profissionais de saúde pública para atingir populações que precisam de intervenção”, acrescentaram os pesquisadores.

Sete deficiências comuns

Os pesquisadores identificaram sete micronutrientes comuns nos quais as pessoas são deficientes, a saber, iodo, vitamina E, cálcio, ferro, riboflavina (vitamina B2), folato e vitamina C.

A vitamina E, o iodo e a vitamina C também são deficiências comuns nos Estados Unidos, escreveram os autores.

Mais da metade das crianças do mundo com menos de 5 anos de idade tem deficiência de vitamina A, ferro ou zinco.

Cada deficiência de micronutriente tem consequências únicas, sendo que várias deficiências podem reduzir a qualidade de vida e o tempo de vida. O estudo revelou várias taxas globais de deficiência:

Iodo (68%): Vital para o desenvolvimento cognitivo dos bebês. O iodo desempenha um papel essencial para mulheres grávidas e que estão amamentando. As fontes comuns de iodo são o sal iodado, as algas marinhas e os frutos do mar.

Vitamina E (67%): A deficiência pode causar fraqueza muscular e comprometimento da coordenação. Nozes, sementes e óleos vegetais são fontes comuns de vitamina E.

Cálcio (66%): As deficiências podem causar ossos fracos e quebradiços. Os laticínios e os peixes são fontes comuns de cálcio.

Ferro (65%): As deficiências podem causar anemia, afetando a cognição e os resultados da gravidez. A carne vermelha e os ovos são fontes comuns de ferro.

Riboflavina (55%): As deficiências podem causar sintomas não específicos como sensibilidade ocular e sintomas neurológicos como convulsões e enxaquecas. Ovos, carne e laticínios são as principais fontes de riboflavina.

Folato (54%): O folato é necessário no início da gravidez para reduzir o risco de natimortos e defeitos congênitos graves do cérebro e da medula espinhal. Nozes e verduras folhosas são as principais fontes de folato.

Vitamina C (53%): A deficiência pode causar sangramento gengival e má cicatrização de feridas. Pimentões, tomates e frutas cítricas são fontes comuns de vitamina C.

Outras deficiências menos comuns incluem vitamina A e zinco inadequados. As deficiências de vitamina A podem causar cegueira e o zinco ajuda a prevenir doenças infecciosas.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres sempre apresentaram taxas de deficiência mais altas de iodo, ferro e selênio mineral.  Os homens, entretanto, apresentaram maior deficiência de magnésio, vitamina B6, zinco, vitamina C, vitamina A, tiamina (vitamina B1) e niacina (vitamina B3).