Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
As bebidas açucaradas são um dos principais contribuintes para problemas crônicos de saúde. Um novo estudo da Universidade Tufts, em Boston, sugere que aproximadamente 1 em cada 10 novos casos de diabetes tipo 2 e 1 em cada 30 novos casos de doenças cardiovasculares estão ligados a bebidas açucaradas.
O estudo, publicado na revista Nature Medicine na segunda-feira, diz que os investigadores realizaram uma análise abrangente do fardo global das bebidas adoçadas com açúcar. Os investigadores examinaram dados sobre o consumo de bebidas açucaradas provenientes de inquéritos dietéticos envolvendo 2,9 milhões de pessoas em 118 países, representando quase 90% da população global.
Eles descobriram que, de 1990 a 2020, as bebidas açucaradas causaram 5% de todas as mortes por diabetes tipo 2 e 2% de todas as mortes por doenças cardiovasculares (DCV).
A proporção de casos de diabetes tipo 2 associados a bebidas açucaradas aumentou 1,3 pontos percentuais absolutos em todo o mundo.
“A carga de DM2 (diabetes tipo 2) aumentou de 1990 a 2020 em todo o mundo, embora a carga de DCV tenha permanecido estável”, disse Laura Lara-Castor, autora correspondente e bolsista de pós-doutorado no Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, ao Epoch Times.
“Se não agirmos prontamente com estratégias para diminuir a ingestão de SSB (bebidas açucaradas), veremos um aumento contínuo dos problemas de saúde cardíacos e metabólicos associados a eles”, disse ela.
Carga global de doenças associadas à ingestão de bebidas açucaradas
O estudo analisou a ingestão alimentar de bebidas açucaradas (SSBs) por pessoas com base em 450 pesquisas.
Os investigadores descobriram que, de 1990 a 2020, a ingestão de SSB esteve associada a aproximadamente 12,5 milhões de anos de vida saudável perdidos devido a doenças. Entre estes, 5 milhões foram devidos à diabetes tipo 2 e 7,6 milhões foram devidos a doenças cardiovasculares.
A América Latina e o Caribe foram os mais afetados, com a maior proporção de casos de diabetes tipo 2 e de doenças cardíacas associados ao consumo de bebidas açucaradas. Os países do Sudeste e Leste Asiático foram os menos afetados.
A América Latina teve o maior número de casos de diabetes tipo 2 associados a bebidas açucaradas, enquanto o Oriente Médio e o Norte de África tiveram o maior número de casos de DCV associados a elas.
Os autores categorizaram as bebidas açucaradas como bebidas contendo adição de açúcar e pelo menos 50 calorias. Os exemplos incluem refrigerantes, sucos de frutas, bebidas energéticas e limonadas.
Bebidas compostas por suco 100% de frutas ou vegetais, leite adoçado e bebidas adoçadas artificialmente com zero calorias não contavam como bebidas açucaradas.
As bebidas açucaradas causam efeitos adversos à saúde por vários motivos, incluindo o aumento do açúcar no sangue e a promoção do acúmulo de gordura.
Beber bebidas açucaradas causa um rápido aumento nos níveis de açúcar no sangue, forçando o corpo a trabalhar duro para retornar ao valor basal. Com o tempo, os picos constantes de açúcar impedem o corpo de lidar com esses picos de açúcar, levando a níveis cronicamente elevados de açúcar no sangue – um fator chave na diabetes tipo 2.
A frutose presente no açúcar de mesa e no xarope de milho rico em frutose, usado para adoçar bebidas, estimula o fígado a produzir excesso de gordura. Essa gordura pode se acumular no fígado e nos vasos sanguíneos, causando esteatose hepática e doenças cardiovasculares.
As bebidas açucaradas podem substituir opções mais saudáveis, fazendo com que as pessoas percam nutrientes essenciais. Isso pode levar à desnutrição, ganho de peso e inflamação.
As nações em desenvolvimento são as mais afetadas
Os países em desenvolvimento, incluindo a Colômbia, o México e a África do Sul, estão entre os mais atingidos pelos efeitos adversos das bebidas açucaradas. Na Colômbia, mais de 48% dos novos casos de diabetes e 23% dos novos casos de doenças cardiovasculares estavam ligados ao consumo de bebidas alcoólicas açucaradas.
“À medida que o consumo de SSB se estabilizou ou começou a diminuir nos países de rendimento elevado, a indústria das bebidas voltou-se para os mercados emergentes, onde as populações são altamente suscetíveis ao apelo de marketing dos aspiracionais estilos de vida ‘ocidentais’”, disse Lara-Castor.
Os adultos com maior escolaridade são os mais afetados por esta tendência, acrescentou.
Os países com rendimentos, educação e resultados de saúde mais baixos enfrentam frequentemente desafios na redução do consumo de bebidas açucaradas. Os fatores que contribuem incluem taxas de impostos mais baixas sobre bebidas açucaradas e fraca aplicação das regulamentações governamentais. Além disso, o acesso limitado à água potável pode agravar o problema, disse Lara-Castor.
É difícil para as pessoas fazerem a transição para a redução do consumo de bebidas açucaradas quando estão expostas a tanta publicidade e a bebidas baratas, disse ela, com a oposição da indústria enfraquecendo os esforços para reduzir o consumo de bebidas açucaradas.
