Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A pesquisa apresentada na Conferência e Exposição Nacional de 2024 da Academia Americana de Pediatria (AAP) destaca o papel crucial da vitamina D na recuperação de fraturas pediátricas, mostrando que níveis baixos podem atrasar significativamente a cicatrização óssea em crianças.
Além da prevenção
O estudo, apresentado em 28 de setembro por Michael Guyot, um estudante de medicina da Universidade da Flórida envolvido na pesquisa, analisou 186 casos de fraturas em membros de crianças tratadas entre 2015 e 2022, e descobriu uma ligação consistente entre níveis baixos de vitamina D e aumento do tempo de cicatrização.
Os resultados sugerem que crianças com fraturas na perna que não requerem cirurgia e que apresentavam níveis baixos de vitamina D demoraram 20 dias a mais para a cicatrização clínica. Além disso, o mesmo grupo apresentou um atraso de quase dois meses até que evidências radiográficas mostrassem que as fraturas estavam cicatrizando.
Para fraturas que exigiam procedimentos cirúrgicos, a recuperação levou um mês a mais clinicamente, com indicadores de cicatrização demorando quase quatro meses adicionais para aparecer.
Essa pesquisa pode mudar a narrativa sobre a vitamina D, que passa de um papel preventivo em fraturas para destacar sua função essencial no processo de cicatrização.
As recomendações anteriores focavam em como a vitamina D adequada ajuda a fortalecer os ossos, reduzindo o risco de fraturas. No entanto, esta nova investigação encontrou complicações potenciais quando os níveis de vitamina D de uma criança são inadequados durante a recuperação.
A Dra. Jessica McQuerry, autora principal do estudo, enfatizou a importância de uma dieta equilibrada e rica em vitamina D para as crianças.
Os pesquisadores aconselham que, se uma fratura infantil não estiver cicatrizando dentro do período normal, os profissionais de saúde podem precisar avaliar os níveis de vitamina D da criança.
As implicações desses achados vão além dos ambientes clínicos, destacando a importância da dieta e de fatores relacionados ao estilo de vida na recuperação de lesões ósseas. McQuerry incentiva a atividade ao ar livre para as crianças, promovendo a saúde por meio de exercícios e aumentando a produção de vitamina D a partir da exposição ao sol.
“Sair de casa e aproveitar o ar fresco pode fazer maravilhas para a saúde, além de aumentar a absorção de vitamina D”, disse McQuerry em um comunicado à imprensa. “Que ótima desculpa para sair e explorar a natureza!”
Saúde óssea
A vitamina D auxilia na absorção de cálcio e fósforo, dois minerais essenciais para o desenvolvimento ósseo.
O Dr. Vishal Sarwahi, cirurgião ortopédico pediátrico no Centro Médico Infantil Cohen em Nova York, disse ao Epoch Times que a vitamina D é crucial para promover a saúde óssea nas crianças, pois ajuda a construir ossos fortes e prevenir fraturas.
Ele explicou que a deficiência desse nutriente essencial está associada a vários problemas de saúde, tornando fundamental que os pais garantam que seus filhos recebam quantidades adequadas por meio da dieta e da exposição ao sol.
Pesquisas mostram que crianças com níveis adequados de vitamina D têm menos probabilidade de apresentar problemas ósseos, como o raquitismo, caracterizado por ossos fracos e moles, o que pode levar a deformidades e fraturas. Segundo Sarwahi, que não esteve associado ao estudo, garantir que as crianças recebam vitamina D suficiente pode ajudar a promover a saúde esquelética geral à medida que crescem, prevenindo uma variedade de condições, incluindo o raquitismo.
Raquitismo
“A deficiência de vitamina D pode levar ao raquitismo, que resulta em deformidade dos ossos, pernas tortas, baixa estatura e maior risco de fraturas”, explicou Sarwahi. “Pernas arqueadas e deformadas, resultando em alterações no apoio de peso, podem causar grandes problemas posteriormente, como artrite, dificuldade para caminhar e aumento do risco de fraturas.”
O raquitismo é mais comum em bebês e crianças pequenas entre 3 e 18 meses de idade e adolescentes entre 12 e 15 anos. No entanto, níveis baixos de vitamina D também podem afetar os ossos em adultos.
Sarwahi observou que “adultos com níveis baixos de vitamina D podem desenvolver osteomalácia, uma condição com ossos ‘moles’ que pode causar dor óssea, deformidades e aumento do risco de fraturas”.
Outras condições
Níveis adequados de vitamina D também podem combater as seguintes condições:
Doenças cardiovasculares: A deficiência de vitamina D pode estar associada a doenças cardiovasculares pediátricas, como hipertensão, intolerância ortostática e doença de Kawasaki.
Infecções: Crianças com deficiência de vitamina D têm maior probabilidade de desenvolver infecções respiratórias. Níveis baixos também aumentam o risco de desenvolver condições respiratórias, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Dor e fraqueza: Baixos níveis de vitamina D podem causar dor óssea e fraqueza muscular em crianças e adultos.
Irritabilidade, depressão e ansiedade: A deficiência de vitamina D pode causar comportamento agressivo, depressão e ansiedade em crianças em idade escolar.
Esclerose múltipla: A deficiência de vitamina D na infância pode contribuir para o risco de esclerose múltipla.
Ingestão diária recomendada de vitamina D
“A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que crianças de 1 a 18 anos recebam uma ingestão diária de 600 unidades internacionais (UI) de vitamina D”, disse Sarwahi. “Isso geralmente pode ser alcançado por meio de uma combinação de dieta, suplementos e exposição ao sol.”
Monitorar os níveis de vitamina D é especialmente importante em regiões com exposição limitada ao sol ou durante o inverno. Os pais são incentivados a consultar profissionais de saúde se tiverem preocupações sobre o situação dos níveis de vitamina D de seus filhos.
Sarwahi destacou que nossas células da pele produzem vitamina D na presença de luz solar, então incentivar as crianças a brincarem ao ar livre no sol é benéfico.
“Além disso, a carga mecânica nos ossos que ocorre durante a atividade física, como brincar, mantém os ossos fortes”, continuou. “No entanto, essa exposição ao sol geralmente não é suficiente.”
Sarwahi disse que o corpo precisa de pelo menos 1.000 UI de vitamina D diariamente para uma boa saúde óssea a partir dos 5 anos de idade, mas é difícil obter essa quantidade apenas pela alimentação, já que um copo de leite contém cerca de 100 UI. “Como resultado, a AAP recomenda que todas as crianças tomem suplementos de vitamina D para atender às necessidades diárias”, afirmou.
5 alimentos ricos em vitamina D
Cinco fontes alimentares de vitamina D podem ajudar as crianças a atender suas necessidades diárias. Alimentos ricos em vitamina D incluem:
Peixes gordurosos: Salmão e cavala são excelentes fontes de vitamina D. Uma porção pode fornecer uma parte significativa da ingestão diária recomendada.
Alimentos fortificados: Muitos produtos, incluindo leite, suco de laranja e alguns cereais matinais, são fortificados com vitamina D. Verificar os rótulos pode ajudar os pais a escolher as melhores opções para seus filhos. No entanto, priorize alimentos integrais em vez de processados, como cereais, quando possível.Laticínios: Leite, queijo e iogurte são boas fontes de cálcio e geralmente são fortificados com vitamina D.
Ovos: As gemas de ovo contêm pequenas quantidades de vitamina D, sendo uma fonte saborosa para as crianças.
Cogumelos: Certas variedades de cogumelos, especialmente aquelas expostas à luz ultravioleta, podem fornecer uma fonte vegetal de vitamina D.