Apple Watch lança recurso para detectar apneia do sono: o que você precisa saber

Por Redação Epoch Times Brasil
24/10/2024 14:40 Atualizado: 24/10/2024 14:40

Relógio inteligente que funciona como uma extensão do iPhone, o Apple Watch lançou recentemente um novo aplicativo capaz de detectar apneia do sono — condição que afeta milhões de pessoas, muitas das quais não sabem que a têm.

Ela ocorre quando a respiração de uma pessoa interrompe durante o sono, geralmente devido ao relaxamento excessivo dos músculos da garganta, resultando no colapso das vias aéreas. Isso pode levar a roncos altos e, em muitos casos, a pessoa afetada não está ciente do problema, comumente percebido por um parceiro de cama.

A condição está ligada a sérios problemas de saúde, como hipertensão, doenças cardiovasculares, derrames e até demência. Além disso, pessoas com apneia do sono têm maior risco de acidentes de trânsito, devido à sonolência diurna.

O novo recurso do Apple Watch visa auxiliar na identificação precoce dessa condição, potencialmente ajudando a direcionar os usuários para cuidados médicos adequados.

Disponível nos modelos mais recentes do Apple Watch, a funcionalidade usa o acelerômetro do dispositivo para monitorar movimentos sutis do pulso que correspondem à respiração durante a noite. Para que o recurso funcione, ele deve ser ativado manualmente.

O relógio realiza um acompanhamento por 30 dias e, se detectar pelo menos 10 episódios de pausas respiratórias, em que cinco delas apresentam números anormais, uma notificação é enviada ao consumidor.

Embora a Apple tenha testado o recurso em cerca de 1.500 pessoas, especialistas alertam que o aplicativo não substitui um diagnóstico médico.

Cuidado com a ortossonia

O Dr. Robson Capasso, chefe de cirurgia do sono na Universidade de Stanford, observa que o recurso pode causar ansiedade excessiva nos usuários, levando ao fenômeno conhecido como ortossonia, onde a preocupação com os dados de sono interfere na qualidade do sono.

A eficácia do Apple Watch na detecção de apneia do sono é notável, com uma taxa de acerto de 66% na identificação da condição, aumentando para 89% em casos graves. No entanto, não receber um alerta não significa que a apneia não esteja presente, especialmente se outros sintomas estiverem presentes.

O tratamento da apneia do sono varia conforme a gravidade da condição. Em casos leves, mudanças no estilo de vida, como perda de peso e melhora na higiene do sono, podem ser suficientes.

Para casos mais graves, o uso de uma máquina de pressão positiva contínua (CPAP) pode ser necessário. Porém, a adesão a esses tratamentos é um desafio, com muitos pacientes não utilizando os dispositivos corretamente.