A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a proibição da manipulação, comercialização, propaganda e uso de dispositivos hormonais manipulados, conhecidos como “chip da beleza”, que se tornaram populares nas redes sociais, especialmente por serem utilizados por celebridades.
A medida foi adotada após denúncias de entidades médicas, como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que relataram um aumento no atendimento de pacientes com problemas associados ao uso de implantes que combinam diversos hormônios.
Entre os principais estão a gestrinona, a testosterona e a oxandrolona, substâncias controladas que figuram na lista de anabolizantes.
As principais complicações observadas em pacientes que utilizam essas substâncias manipuladas incluem:
- Elevação do colesterol e dos triglicerídeos no sangue (dislipidemia)
- Hipertensão arterial
- Acidente vascular cerebral
- Arritmia cardíaca
- Crescimento excessivo de pelos em mulheres (hirsutismo)
- Queda de cabelo (alopecia)
- Acne
- Alterações na voz (disfonia)
- Insônia
- Agitação
Em entrevista à CNN Brasil, o médico Alexandre Hohl, integrante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, destacou outros colaterais associados ao uso do “chip da beleza”.
“Alteração da pele, aumento dos pelos, oleosidade da pele, queda de cabelo, a voz da mulher pode ficar mais grave, aumento do clitóris, alteração da menstruação, da fertilidade, [e das funções] cardíaca e hepática… Os riscos são muito maiores que os benefícios”, disse.
Diante disso, a área de monitoramento da Anvisa publicou um alerta enfatizando que o uso de hormônios para fins estéticos e de desempenho pode ser prejudicial à saúde.
A agência ressalta que não há comprovação da segurança e eficácia desses produtos para essas finalidades. A decisão da Anvisa foi também baseada na constatação de que muitos desses produtos estavam sendo utilizados sem a supervisão adequada de profissionais de saúde.
Recorrer ao uso de implantes hormonais manipulados sem a devida supervisão médica pode acarretar riscos à saúde. Essa prática pode desencadear mudanças hormonais inesperadas e desestabilizar o funcionamento do organismo, resultando em uma variedade de efeitos adversos.
Sem a orientação adequada, pacientes podem enfrentar desde incômodos leves até problemas de saúde mais graves.
