Por Lorenz Duchamps
As autoridades de saúde alemãs seguiram outras nações europeias na quarta-feira ao desaconselhar o uso da vacina da Moderna Spikevax contra a COVID-19, em pessoas com menos de 30 anos de idade, após surgirem evidências de que a injeção causa risco, ligeiramente superior, de inflamação cardíaca.
Um comitê consultivo alemão, conhecido como STIKO, citou descobertas semelhantes a um estudo publicado em 8 de novembro pelo Epi-Phare da França, mostrando que vacinas que utilizam tecnologia de mRNA estão associadas a um maior risco de hospitalização por miocardite (inflamação do músculo cardíaco), e pericardite (inflamação do tecido ao redor do coração), em pacientes mais jovens – com predominância ligeiramente maior nos que receberam a vacina da Moderna.
A STIKO recomendou que os alemães nessa faixa etária recebessem apenas a vacina da Pfizer/BioNTech, devido à menor quantidade de casos de inflamações cardíacas. O comitê também recomendou que mulheres grávidas deveriam ser inoculadas apenas com a vacina da Pfizer/BioNTech, independentemente de sua idade.
A STIKO não mencionou as vacinas contra a COVID-19 da AstraZeneca ou da Johnson & Johnson.
As autoridades de saúde alemãs ajustaram suas orientações de vacinação contra o vírus do PCC (Partido Comunista Chinês) apenas um dia após as autoridades de saúde francesas também recomendarem a injeção da Pfizer sobre a Moderna, devido a preocupações semelhantes com doenças cardíacas. Eles enfatizaram que o risco de desenvolver uma doença cardíaca é “muito raro”, de acordo com uma declaração traduzida publicada na Autoridade Nacional Francesa para a Saúde (HAS).
As recomendações na Alemanha são baseadas em novos dados de segurança do Instituto Paul Ehrlich (PEI), a autoridade do país responsável por vacinas, e novos dados internacionais.
Os dados do PEI alemão mostraram uma “taxa de relatos” para inflamações cardíacas de 11,71 por 100.000 injeções com a vacina Moderna para homens na faixa etária de 18 a 29 anos, em comparação com 4,68 para a injeção da Pfizer/BioNTech. Para as mulheres, a taxa foi de 2,95 com a Moderna e 0,97 com a Pfizer/BioNTech.
Na faixa etária de 12 a 17 anos, a taxa foi de 11,41 para homens que receberam a injeção da Moderna, em comparação com 4,81 da Pfizer/BioNTech. Não foram fornecidos dados sobre mulheres nesta faixa etária.
Na terça-feira, a Moderna buscou autorização de comercialização condicional com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para uso de uma vacina com dose de 50 microgramas em crianças de 6 a 11 anos.
A EMA afirmou na quarta-feira que espera apresentar uma decisão em cerca de dois meses. Em junho, a Moderna também buscou a autorização dos EUA para o uso de sua vacina em adolescentes, e está aguardando a decisão da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.
“O cronograma atual para avaliação estima uma opinião em aproximadamente 2 meses, a menos que novas análises ou informações complementares sejam necessárias”, declarou a EMA.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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