África do Sul percebe tendência de queda em casos da COVID-19, apesar do aumento de testes

'Indicações da África do Sul sugerem que a variante Ômicron provoca casos menos graves da doença do que a Delta', afirma professor de medicina

13/12/2021 14:31 Atualizado: 13/12/2021 14:31

Por Tammy Hung 

O número de novos casos positivos da COVID-19 relatados na África do Sul continuou sua tendência de queda, apesar do aumento dos testes, de acordo com dados do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD).

O NICD relatou 17.154 novos casos no dia 11 de dezembro, quase 2.000 abaixo dos 19.018 novos casos relatados em 10 de dezembro. Ao mesmo tempo, o NICD registrou 104.831 novos testes conduzidos em 11 de dezembro, aumento de mais de 20.000 do que os realizados em 10 de dezembro. 

O professor François Balloux, diretor do University College London Genetics Institute, observou uma “queda dramática em testes positivos”, reduzindo dos 45 por cento no dia 10 de dezembro para 28 por cento, em relação ao dia 11 de dezembro.

“O surto da Ômicron na [África do Sul], com sua extraordinária ascensão e queda, aparentemente, quase igualmente rápida, é uma das coisas mais surpreendentes que já vi durante minha carreira como epidemiologista de doenças infecciosas”, declarou Balloux no Twitter.

Enquanto o número de internações diárias presenciou uma tendência ascendente a partir de 374 novas admissões no dia 8 de dezembro para 507 novas admissões em 10 de dezembro, o número caiu para 184 novas admissões em 11 de dezembro.

A tendência atual parece variar da projetada por um estudo prévio no Reino Unido, que visa criar modelos para os efeitos da variante Ômicron na Inglaterra.

Assumindo as condições mais ideais (baixo escape imunológico da Ômicron e alta eficácia das injeções de reforço), os pesquisadores projetaram uma infecção levando a um pico de 2.000 internações hospitalares diárias com 175.000 hospitalizações e 24.700 mortes entre 1º de dezembro de 2021 e 30 de abril de 2022 se a Inglaterra aderir com sua política atual “Plano B”, de acordo com o estudo realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM).

No entanto, Rosanna Barnard, que co-liderou a pesquisa, reconheceu que “há muita incerteza sobre as características da Ômicron e se a Ômicron na Inglaterra seguirá o mesmo curso que seguiu na África do Sul”, de acordo com um comunicado à imprensa do LSHTM .

“Em nosso cenário mais otimista, o impacto da Ômicron, no início de 2022, seria reduzido com medidas de controle moderadas, como trabalhar em casa”, acrescentou Barnard.

Ela então apontou que, na pior das hipóteses, “o uso de máscaras, o distanciamento social e as injeções de reforço são vitais, mas podem não ser suficientes”.

Em relação a essas projeções produzidas por modelos, o professor de medicina da Universidade de East Anglia, Paul Hunter, afirmou ao The Independent no dia 11 de dezembro, que qualquer modelo “é somente tão bom quanto suas suposições”.

Hunter declara que o estudo do Reino Unido presumiu que a gravidade dos resultados da doença para Ômicron foi idêntica à da variante Delta nos não vacinados.

“Embora não iremos saber com certeza por algumas semanas, as indicações da África do Sul sugerem que a variante Ômicron provoca casos menos graves da doença do que a Delta, embora isso provavelmente seja devido à imunidade parcial”, afirmou Hunter.

“Existem dados iniciais ainda não revisados ​​por pares sugerindo que, embora as mutações da Ômicron sejam suficientes para escapar dos anticorpos, a imunidade das células T seria menos comprometida”, acrescentou Hunter.

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