Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Adultos mais velhos com deficiência de vitamina D têm um risco 44% maior de ter cáries dentárias não tratadas, de acordo com um novo estudo.
O estudo, publicado na revista Nutrients, sugere “a importância potencial de níveis adequados de vitamina D para a manutenção da saúde bucal entre adultos mais velhos”, de acordo com os autores.
Pesquisadores da University of Utah, da College of Dental Medicine em South Jordan, Utah, e do Institute on Aging em Portland analisaram dados de mais de 2.700 participantes com 65 anos ou mais. Os dados incluíam informações de respostas à Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição (NHANES, na sigla em inglês).
Cerca de metade dos adultos mais velhos tinha deficiência de vitamina D, segundo os pesquisadores. Eles teorizaram que a vitamina D ajuda o corpo a absorver o cálcio e o fósforo necessários para construir o esmalte dos dentes, a defesa natural dos dentes contra bactérias nocivas. Além disso, os dentes mais velhos têm menos conteúdo de água, o que pode torná-los mais frágeis.
Insuficiência de vitamina D e cárie dentária
A equipe de pesquisa analisou exames dentários e avaliou os níveis de vitamina D no sangue dos participantes. Quanto menor a quantidade de vitamina D presente, maior a probabilidade de uma pessoa ter cáries dentárias.
Aproximadamente 32% dos indivíduos com níveis normais de vitamina D — maior que 75 nanomoles por mililitro (nmol/mL) — tinham cárie dentária. A porcentagem de pessoas com cárie dentária aumentou à medida que seus níveis de vitamina D diminuíram. Mais de 36% das pessoas com níveis insuficientes de vitamina D tinham cáries dentárias, enquanto quase 41% com níveis deficientes e gravemente deficientes tinham cáries.
Além disso, a deficiência grave de vitamina D (menos de 25 nmol/mL de vitamina D) foi associada a um aumento de 13% na probabilidade de ter dentes cariados, ausentes ou obturados, segundo os autores.
A raça, o sexo e a origem do nascimento também afetaram o número de cáries dentárias que um indivíduo pode ter, sendo que os homens têm um risco ligeiramente maior, de acordo com o estudo. Cerca de 49% dos participantes mexicanos americanos tinham cáries dentárias não tratadas, enquanto cerca de 38% dos outros participantes hispânicos e negros não hispânicos as tinham. Pouco mais de 30% dos asiáticos e brancos não hispânicos tinham cáries dentárias.
Taxas mais altas de cárie também foram encontradas em participantes do estudo nascidos fora dos Estados Unidos.
“Este estudo demonstrou uma relação inversa significativa entre os níveis de vitamina D e o DMFT (dentes cariados, perdidos e obturados) entre adultos mais velhos e acrescenta à literatura que apóia uma ligação entre a vitamina D e a cárie”, escreveram os autores do estudo.
Por que a vitamina D é importante para a saúde bucal
Embora os pesquisadores talvez não compreendam a mecânica exata da vitamina D, eles reconhecem que ela tem propriedades antimicrobianas e imunomoduladores, que ajudam o sistema imunológico a combater doenças. De acordo com o estudo, essas propriedades são vitais para mais do que apenas a saúde dos dentes. Quando ausente, a resposta imunológica é prejudicada, dificultando o combate a germes ou infecções e aumentando a probabilidade de o tecido se romper ao redor dos dentes. Como resultado, indivíduos com níveis mais baixos de vitamina D correm um risco maior de ter outros problemas de saúde bucal, inclusive periodontite, uma doença grave da gengiva.
“À medida que os indivíduos envelhecem, aumenta a probabilidade de desenvolver condições crônicas que afetam a saúde bucal, como redução do fluxo salivar, aumento do uso de medicamentos e desgaste geral dos dentes”, escreveram os autores. “Portanto, a manutenção de níveis adequados de vitamina D em adultos mais velhos pode ser um componente crucial de estratégias abrangentes de atendimento odontológico voltadas para a melhoria da saúde bucal dessa população.”