O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira, ao vice-líder da China, Wang Qishan, que o seu governo está disposto a expandir as relações com o regime chinês, o país segue como principal parceiro comercial do Brasil, apesar de episódios de tensão durante o governo de Jair Bolsonaro.
“A China é o nosso maior parceiro comercial e podemos expandir ainda mais as relações entre os nossos países”, disse o petista após uma reunião com Qishan, que no domingo representou o presidente chinês, Xi Jinping, na cerimônia de posse.
Lula comentou que recebeu uma carta na qual Xi também anunciou a vontade de expandir a cooperação entre os países.
A China desbancou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil há mais de uma década, sendo posicionado como o principal parceiro comercial do Brasil durante as gestões anteriores do PT e, nos últimos anos, se tornou uma das principais fontes de investimento direto estrangeiro no país.
De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo governo brasileiro, o Brasil teve um superávit comercial recorde de US$ 62,31 bilhões em 2022, graças em parte ao aumento do comércio com a China.
A China foi o maior destino das exportações brasileiras no ano passado, com US$ 91,26 bilhões em vendas, e também a maior fonte de importações do país, com US$ 61,5 bilhões em compras.
Muito atrás, a União Europeia foi o segundo maior destino das exportações brasileiras, com US$ 51 bilhões em vendas, enquanto os EUA foram a segunda maior fonte de importações, com US$ 51,31 bilhões em compras.
O comércio sino-brasileiro cresceu nos últimos anos apesar de incidentes que arrefeceram as relações durante o mandato de Bolsonaro
Mesmo antes de assumir o poder, Bolsonaro chegou a dizer que não permitiria que o regime comunista chinês assumisse o controle de empresas brasileiras ou tirasse partido das suas relações com o Brasil. A retórica do governo federal quanto à segunda maior economia do mundo mudou em meio à pandemia e à instrumentalização de insumos médicos por Pequim. Impasses diplomáticos entre os dois países, a licitação para as redes 5G brasileiras e a crise sanitária são comumente associados à troca de postura e à saída ex-chanceler, Ernesto Araújo, da pasta das Relações Exteriores.
Lula disse antes de tomar posse que o seu governo expandirá as relações não só com países latino-americanos e africanos, mas também com grandes potências como China e Estados Unidos, com os quais disse que haverá relações pragmáticas.
As relações sino-brasileiras e os laços entre o Partido Comunista Chinês e o Partido dos Trabalhadores são explorados no documentário “As eleições do fim do mundo”, produzido pelo Epoch Times e o canal NTD. Assista através do link abaixo.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: