Por John Mac Ghlionn
Por muito tempo, a China tem sido a “fábrica do mundo”. Esse suéter que você está vestindo, verifique a etiqueta. Não está escrito “Made in China”? Parece que tudo é feito na China – é o Walmart do mundo.
No ano passado, enquanto outros países ficaram paralisados pela pandemia, a produção industrial da China, de acordo com um artigo na Time, foi de US $3,85 trilhões, “representando quase um terço do mercado mundial”.
O jornalista Srivatsa Krishna, ressalta que a produção industrial da China agora é “igual à dos Estados Unidos, Japão e Alemanha” juntos. Além disso, como o maior exportador mundial de bens, a China parece estar em uma posição muito mais forte que a dos Estados Unidos, o maior importador mundial de bens.
No entanto, todas as coisas boas, como se costuma dizer, têm que acabar. O mesmo vale para coisas ruins. A dependência total da China como centro de manufatura é certamente uma coisa ruim. Mas e se a “fábrica do mundo” mudasse para outro lugar?
A China “está perdendo fábricas em um ritmo surpreendente”, de acordo com Krishna. Daqui a cinco anos, o autor prevê que o panorama da manufatura será completamente diferente. Krishna parece ter razão. Dongguan, o centro de manufatura da China, está em um estado de desordem, devastado pela COVID-19 e por recentes quedas de energia. O mesmo vale para outros centros de manufatura em todo o país.
Agora, com a China perdendo seu controle sobre a manufatura global, um país parece prestes a ocupar o seu lugar. Esse país é o Vietnã.
Fabricado no Vietnã
O Vietnã está rapidamente se tornando um agente importante no cenário de manufatura. Para entender por quê, primeiro você precisa avaliar a maneira como o país ganhou destaque, como uma fênix renasce das cinzas.
Quatro décadas atrás, o Vietnã era um dos países mais pobres do mundo. A economia do país estava em apuros, com os efeitos da Guerra do Vietnã, que terminou em 1975. No entanto, por volta de 1986, algo mudou. Passando de uma economia centralmente planejada para uma mais expansiva e globalizada, o Vietnã entrou em um período de transformação, no qual o governo introduziu uma série de reformas sociais, econômicas e políticas. Um sentimento de esperança e espírito empreendedor invadiu a nação do sudeste asiático; a economia revitalizada disparou. Desde então, pelo menos 40 milhões de vietnamitas foram retirados da pobreza, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.
Hoje, como apontou o pesquisador Peter Vanham, o Vietnã “é uma das estrelas do universo dos mercados emergentes”. Seu crescimento econômico agora rivaliza com o da China; enquanto isso, “as exportações do país valem tanto quanto o valor total de seu PIB”. No momento, a nação que faz parte da ASEAN está se tornando rapidamente uma opção atraente para algumas das maiores empresas do planeta, como a Nike e a Samsung.
Com o aumento dos custos trabalhistas na China, o governo vietnamita não mediu esforços para atrair empresas estrangeiras. Como membro da Área de Livre Comércio da ASEAN (AFTA), o Vietnã tem um acordo de livre comércio com a União Europeia. Além disso, com uma próspera indústria de dispositivos médicos, o Vietnã oferece muito mais do que apenas tênis e telefones. Ao mesmo tempo, está se tornando rapidamente um dos maiores fabricantes de chips do mundo, com empresas como a Intel injetando centenas de milhões de dólares em linhas de montagem e instalações de pesquisa em Ho Chi Minh, a maior cidade do país. Algumas das principais empresas de inteligência artificial (IA) do mundo também têm realizado grandes investimentos no mercado vietnamita.
Graças aos desenvolvimentos na mencionada Ho Chi Minh, bem como em Hanói, a capital do Vietnã, a economia está crescendo a um ritmo recorde. Em 2030, o Vietnã será a 29ª economia do mundo; em 2050, será a 20ª. Da fabricação de chips de computador à fabricação de veículos elétricos, o Vietnã está totalmente aberto aos negócios.
O que tudo isso significa para o mundo no futuro? Bem, à medida que o regime chinês se torna uma força política mais poderosa, é imperativo remover seu controle sobre o setor manufatureiro. O Vietnã, que já foi um inimigo feroz dos Estados Unidos, está rapidamente se tornando um amigo de confiança. A amizade nasce da necessidade. O primeiro precisa do segundo e o segundo precisa muito do primeiro. Nos últimos anos, devido à retaliação comercial de Pequim, os agricultores americanos perderam bilhões de dólares em lucros potenciais. A dependência do adversário – ou, para ser mais específico, a dependência excessiva – de dispositivos médicos e alimentos (incluindo alimentos para animais de estimação) não é saudável, por falta de uma palavra melhor.
Agora, com a capacidade de manter os Estados Unidos como reféns, a China detém todas as cartas econômicas. Se o regime decidir reter ativos vitais – como produtos farmacêuticos, por exemplo – os Estados Unidos podem se ver em uma crise de proporções épicas.
Para que o mundo seja um lugar melhor e mais livre, o controle da China sobre a manufatura deve acabar. Em um futuro não muito distante, o Vietnã poderia oferecer uma boa alternativa como o Walmart mundial.
As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
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