Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A obesidade se tornou uma crise nos Estados Unidos, com 42% dos adultos e 20% das crianças sendo classificados como obesos. A recente proposta do governo de cobrir medicamentos para perda de peso no Medicare e no Medicaid marca um momento crucial na forma como abordamos essa epidemia. Embora esses medicamentos ofereçam soluções de curto prazo para alguns, sua adoção generalizada pode ter consequências devastadoras para a saúde pública, a sustentabilidade financeira e o futuro do atendimento preventivo.
Em vez de abordar as causas fundamentais da obesidade — dieta inadequada, falta de exercícios e disparidades sistêmicas de saúde — essa política muda o foco para produtos farmacêuticos caros, criando uma dependência de longo prazo e ignorando as mudanças sociais mais amplas necessárias para melhorar os resultados de saúde.
O problema com os medicamentos para perda de peso — impacto nas crianças e nas famílias
A expansão do acesso a medicamentos para perda de peso corre o risco de normalizar seu uso entre crianças e famílias. As taxas de obesidade infantil triplicaram desde a década de 1970, mas o enfrentamento desse problema exige mudanças fundamentais no estilo de vida, na educação e na nutrição. Os medicamentos para perda de peso geralmente não são aprovados para uso generalizado em crianças, e seus efeitos de longo prazo sobre o crescimento, o metabolismo e a saúde mental são pouco conhecidos.
A normalização das intervenções farmacêuticas corre o risco de enviar uma mensagem perigosa a pais e filhos: que o controle de peso é melhor alcançado por meio de uma seringa em vez de alimentos integrais, exercícios e hábitos mais saudáveis. Os efeitos em cascata dessa mentalidade podem levar a uma geração dependente de medicamentos, ignorando as medidas preventivas necessárias para uma saúde sustentável.
Riscos desconhecidos de longo prazo
Os medicamentos que imitam os hormônios para suprimir o apetite mostraram resultados promissores de curto prazo na perda de peso. Entretanto, os riscos são significativos:
Perda muscular: estudos emergentes sugerem que esses medicamentos podem reduzir a massa muscular juntamente com a gordura, o que pode levar à fragilidade a longo prazo.
– Ganho de peso de retorno: Muitos pacientes voltam a ganhar peso após a interrupção da medicação.
Impacto psicológico: A dependência de medicamentos para regular o apetite pode exacerbar os problemas de saúde mental.
Efeitos colaterais: Distúrbios gastrointestinais, problemas pancreáticos e possíveis riscos cardiovasculares complicam ainda mais o perfil de segurança.
Os impactos de longo prazo, especialmente para crianças e adolescentes, podem ser catastróficos, afetando tanto o desenvolvimento físico quanto o bem-estar emocional.
Carga econômica sobre os contribuintes
Com um custo de mais de US$1.000 por mês por paciente, o custo desses medicamentos sob o Medicare e o Medicaid chegaria a um valor estimado de US$35 bilhões na próxima década. Com aproximadamente 28 milhões de americanos no Medicaid qualificados para o tratamento da obesidade, o ônus financeiro para os contribuintes é insustentável.
Para colocar isso em perspectiva, em vez de promover prescrições e injeções para perda de peso, os EUA poderiam financiar programas para fornecer alimentos orgânicos com alto teor de nutrientes e associações a academias de ginástica para comunidades carentes. Investir em cuidados preventivos abordaria as causas básicas da obesidade em vez de mascarar os sintomas com produtos farmacêuticos.
Foco equivocado em soluções rápidas
Essa política perpetua a noção perigosa de que doenças crônicas como a obesidade podem ser resolvidas com uma solução rápida. Ao priorizar as intervenções farmacêuticas, prejudicamos os esforços para:
Melhorar a educação nutricional nas escolas.
Ampliar o acesso a iniciativas comunitárias de condicionamento físico.
Abordar os fatores de saúde mental que contribuem para a alimentação excessiva e a obesidade.
Essa abordagem ignora questões sistêmicas como desertos alimentares, disparidades de renda e falta de acesso a cuidados preventivos, que perpetuam as taxas de obesidade em comunidades carentes.
Um caminho melhor a seguir: Prevenção em vez de prescrição
Para combater a epidemia de obesidade de forma eficaz, precisamos mudar de soluções farmacêuticas reativas para estratégias proativas e preventivas:
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1 – Acesso nutricional
Subsidiar programas que forneçam alimentos orgânicos e integrais. As pesquisas mostram consistentemente que a má alimentação é um dos principais fatores da obesidade.
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2 – Educação e intervenção precoce
Expandir programas escolares com foco em nutrição, habilidades culinárias e atividade física para incutir hábitos saudáveis desde a infância.
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3 – Apoio à saúde mental e comportamental
Abordar questões subjacentes, como estresse, trauma e alimentação emocional, por meio de aconselhamento e terapia comportamental.
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4 – Programas de condicionamento físico da comunidade
Investir em associações subsidiadas a academias, iniciativas locais de condicionamento físico e incentivos para estilos de vida ativos.
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5 – Apoio à agricultura regenerativa
Promover práticas agrícolas que tornem os alimentos saudáveis acessíveis e econômicos e, ao mesmo tempo, apoiem a sustentabilidade ambiental.
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6 – Aumentar os gastos flexíveis isentos de impostos
Ampliar o acesso às contas HSA/FSA para todos os americanos e aumentar os limites de contribuição anual, permitindo que as famílias reservem mais dólares livres de impostos para despesas com saúde, bem-estar e cuidados preventivos.
Um chamado à ação: Priorizar soluções de causa raiz
Como RFK Jr. declarou apropriadamente, “Pela metade do preço do Ozempic, poderíamos comprar alimentos orgânicos criados de forma regenerativa para cada americano, três refeições por dia e uma academia para cada americano obeso”. Esse sentimento ressalta a necessidade de priorizar as intervenções de causa raiz em vez da dependência farmacêutica.
Se continuarmos no caminho de normalizar os medicamentos para perda de peso como a principal solução, corremos o risco de criar uma geração dependente de medicamentos caros, aumentando ainda mais as disparidades de saúde e sobrecarregando os futuros contribuintes. Essa política não é apenas uma solução de curto prazo — é um fracasso de longo prazo em lidar com os verdadeiros fatores da epidemia de obesidade nos Estados Unidos.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times