Por Jan Jekielek e Zachary Stieber
Dr. Aaron Kheriaty reagiu à pandemia da COVID-19 como muitos outros especialistas médicos. Ele trabalhou muitas horas enquanto os Estados Unidos tentavam lidar com a nova doença. Ele tinha muitas conversas com familiares cujos entes queridos estavam morrendo por causa disso.
Mas, com o passar do tempo, ele começou a notar um padrão nas decisões da saúde pública que pareciam divergir da ética médica tradicional, incluindo a insistência de que as pessoas com pouco risco quanto a COVID-19 recebessem a vacinação.
Kheriaty está agora suspenso da Universidade da Califórnia, Irvine, (UCI) e contestando o mandato escolar de vacinação contra a COVID-19 no tribunal.
“Eu tive que me levantar e tentar fazer algo a respeito”, afirma o professor de psiquiatria e diretor do Programa de Ética Médica da UCI Health ao Epoch Times, “American Thought Leaders”.
"I knew that I would wake up in the morning & not have a clear conscience."
Deep-dive w/ medical ethics prof @akheriaty who filed a lawsuit challenging his university's #VaccineMandate. He was suspended & put on "investigatory leave."
Os porta-vozes da UCI se recusaram a comentar esta história.
‘Libertador’
Kheriaty contraiu a COVID-19, doença causada pelo vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), em meados de 2020. Sua infecção foi confirmada por dois testes diferentes de dois laboratórios independentes. Seus cinco filhos e esposa também contraíram a doença. Todos se recuperaram, nenhum necessitando de cuidados hospitalares.
“Foi, para mim, na verdade, uma experiência muito libertadora depois, porque não precisei mais me preocupar com a doença. Eu conhecia a ciência sobre imunidade natural”, disse Kheriaty.
Imunidade natural refere-se a quando as pessoas contraem a COVID-19 e se recuperam. Dezenas de estudos documentaram que esses indivíduos desfrutam de forte imunidade contra a reinfecção do vírus do PCC. Alguns estudos sugerem que a imunidade é superior à fornecida pelas vacinas da COVID-19, principalmente a da Johnson & Johnson.
“Eu sabia que, naquele ponto, eu era uma das pessoas mais seguras de se estar por perto, não precisava me preocupar em transmitir a infecção aos meus pacientes”, disse Kheriaty.
Ele continuou tomando precauções, usando equipamentos de proteção individual, como máscaras, conforme exigido no hospital. Mas ele estava confiante de que não representava risco aos outros, o que serviu de alívio.
Esse alívio se transformou em descrença quando, cerca de um ano depois, o sistema da Universidade da Califórnia, que inclui a UCI, impôs um mandato de vacinação para a COVID-19.
A exceção é temporária
O mandato (pdf) incluía a exceção de pessoas com imunidade natural, mas apenas temporariamente. As pessoas que se recuperaram da COVID-19 foram informadas que só estariam isentas do mandato por até 90 dias após o diagnóstico.
Funcionários da universidade citaram a Food and Drug Administration (FDA), que alega que os testes de anticorpos autorizados “não são validados para avaliar imunidade específica ou proteção contra a infecção por SARS-CoV-2”.
SARS-CoV-2 é outro nome para o vírus do PCC.
“Por esta razão, os indivíduos que foram diagnosticados com COVID-19 ou fizeram um teste de anticorpos não estão permanentemente isentos da vacinação”, disseram as autoridades.
O mandato violou direitos descritos na Décima Quarta Emenda da Constituição dos Estados Unidos, incluindo proteção igualitária e devido processo legal substantivo, afirma Kheriaty sobre a ação judicial.
“O Requerente é naturalmente imune ao SARS-CoV-2. Portanto, o requerente está pelo menos tão igualmente situado quanto aqueles que estão totalmente vacinados com uma vacina da COVID-19, mas os réus negam ao requerente tratamento igual e procuram sobrecarregar o requerente com uma violação desnecessária da integridade corporal com a qual o demandante não consente para ter permissão para continuar a trabalhar na UCI”, afirmou.
A situação cria duas classes, vacinados e não vacinados, quando uma divisão mais razoável seria aqueles que estão imunes e aqueles que não estão, acredita Kheriaty.
“Que tipo de políticas discriminatórias temos em vigor que excluem alguém como eu do local de trabalho quando estou 99,8 por cento protegido contra reinfecção, enquanto alguém que tomou a vacina Johnson & Johnson, pelos dados da própria empresa enviados ao FDA, é de 67 por cento de proteção contra a infecção por COVID?” declarou.
Fardo de quem?
Kheriaty inicialmente planejou receber uma vacina da COVID-19. Agora ele está trabalhando para mudar a narrativa em torno dos mandatos.
Alguns dizem que a opção de isenção por imunidade natural proposta para os mandatos tornaria muito mais difícil determinar quem cumpre o limite, em comparação com um mandato de vacinação sem provisão duradoura para pós-infecção.
A maioria dos mandatos em todo o país não tem alternativas para pessoas que tiveram COVID-19 e se recuperaram.
Kheriaty propõe colocar o fardo da prova nas pessoas que desejam isenção.
“Faça com que eles façam o teste em seu próprio horário. Você não precisa administrar o teste de células T ou o teste de anticorpos. Você não precisa desenterrar o histórico médico antigo deles para comprovar que eles já tiveram COVID”, afirmou.
“Apenas peça a eles que tragam e assinem como uma espécie de passaporte de imunidade.”
Efeitos colaterais
A população daqueles que se recuperaram e ainda receberam a vacina é conhecida como tendo “imunidade híbrida”.
Uma grande parte dos estabelecimentos de saúde médica, incluindo todas as agências federais de saúde pública, minimizam a imunidade natural. Eles dizem que existe, mas que a imunidade híbrida é melhor.
“Não estou negando de forma alguma que as pessoas que são infectadas e se recuperam têm um grau considerável de imunidade”, afirma o Dr. Anthony Fauci, diretor de longa data do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, no mês passado. “Também sabemos – e acho que não devemos deixar isso passar sem dizer – que, quando você se infecta e se recupera, a) obtém um bom grau de imunidade, mas b) quando é vacinado, aumenta drasticamente essa proteção, o que é realmente muito bom.”
Um porta-voz da agência de Fauci disse ao Epoch Times em um e-mail que ele se baseou em vários estudos, incluindo um de pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle. Eles descobriram que uma vacina da COVID-19 baseada no RNA mensageiro administrado após a infecção pela COVID-19 potencializou os anticorpos neutralizantes.
Muitos estudos, entretanto, mostram que a imunidade pós-infecção já está nas alturas para muitos, levando a questionamentos sobre por que os recuperados iriam, então, receber uma vacina que, como toda injeção, tem efeitos colaterais.
Kheriaty se preocupa com outras pesquisas que parecem mostrar que os receptores da vacina que possuem imunidade natural experimentam efeitos colaterais com uma frequência maior do que aqueles que não são imunes e tomam a injeção.
“Existem agora cerca de cinco estudos independentes que sugerem fortemente que indivíduos que já possuem imunidade natural, quando vacinados, enfrentam maior risco de eventos adversos à vacina ou efeitos colaterais”, constatou o professor. “Eles têm maior risco a efeitos colaterais da vacina. Não vai ajudar as pessoas ao seu redor porque a imunidade natural já é esterilizante, ainda não temos nenhuma vacina da COVID que ofereça imunidade esterilizante”.
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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times