Suposto “fact-checking” do Yahoo mente e comete discurso de ódio contra a gramática para falar mal de Bolsonaro

Chamada de texto de João Conrado Kneipp fala em “cristões” (sic), foi zoada pelo próprio presidente e mente sobre fala de perseguição a cristãos

25/09/2020 15:18 Atualizado: 25/09/2020 15:18

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Para quem ainda não percebeu o perigo que é o “Ministério da Verdade” criado por agências de auto-declarado “fact checking”, a censura que, além de tirânica, é burra, veja esta do Yahoo: o site petista condenou à eternidade um texto de um certo João Conrado Kneipp com a chamada “Cristofobia? Dados do ministério de Damares contrariam discurso de Bolsonaro na ONU”.

Como se já não bastasse, a chamada do Yahoo tripudiou da “perseguição a cristões” (sic). A chamada analfabeta, ainda por cima, foi destacada nos Trending Topics do Twitter – aquilo que só acontece por mera coincidência, e quem liga pontos é sempre teórico da conspiração de extrema direita.

Tudo se deu pelo discurso de Bolsonaro na ONU, considerado “histórico” por muitos dos analistas internacionais – acostumados ao nanismo diplomático do Brasil, com Dilma Rousseff, por exemplo, pregando “diálogo” com o Estado Islâmico, sendo sumariamente ignorada até mesmo pelos países mais progressistas. No discurso deste ano, Bolsonaro lembrou da perseguição aos cristãos no mundo – e, seguindo os ditames da novilíngua que se cria, chamou tal perseguição de “cristofobia”.

O gênio do Yahoo foi fazer suposto fact-checking comparando os dados com o disk-denúncia do próprio Ministério dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves, para dizer que os umbandistas é que são mais perseguidos, e que os cristãos seriam os mais perseguidores.

Só há o problema óbvio para qualquer um com QI acima de uma barra de sabonete: Bolsonaro fala da perseguição a cristãos no mundo, que não tem o disk-denúncia da Damares. Será que o tal João Conrado Kneipp sabe que era um discurso na ONU, e não em Belford Roxo ou Mogi das Cruzes?

Será que esta sumidade do pensamento mundial, que deve ser considerado verificador do que é verdade por nós – talvez um novo profeta! Talvez maior do que Jesus Cristo! – já ouviu falar em Estado Islâmico? Em Boko Haram, que significa “educação ocidental é proibida”? (Aliás, boko significa “fake”, tornando o Bolo Haram na maior agência de fact-checking contra fake news do planeta) Será que já ouviu falar em al Aqsa, em al Qaeda? Será que já ouviu falar em China comunista, em Coréia do Norte, estes países que só são comunistas para teóricos da conspiração de extrema direita?

Será que não sabe que os dados da própria ONU afirmam categoricamente que a religião cristã é a mais perseguida no mundo hoje? E não é perseguição modelo “chutaram a minha macumba”: é martirização, genocídio e limpeza étnica, tal como no Genocídio Armênio, que marca o início dos conflitos religiosos do século XX – e sumariamente ignorado no sistema de ensino que formará os Joões Conrados Kneips que farão auto-declarado “fact-checking” para nós. Os umbandistas não ganham este elitista privilégio de serem degolados, crucificados, fuzilados e estuprados em massa por conta de sua religião por muçulmanos defendidos por jornalistas.

Este é o problema de pessoas desinformadas sobre o básico do mundo quererem informar pessoas muito mais bem informadas do que eles, só por trabalharem num jornal petista como o Yahoo. Isto sem falar em pessoas incultas querendo guiar, difamar e censurar como “fake news” gente muito mais culta.

Este é o problema de se acreditar que a verdade vem de agências de suposto “fact-checking”, e não de um pensamento filosófico rígido e externo a ideologias – coisa que só conseguimos com anos de filosofia clássica, e não modernices imbecis, como o que é lido em cursos de jornalismo que formam alguém como João Conrado Kneipp.

Fosse um país com a mesma lei para todos, João Conrado Kneipp já estaria se preparando para uma visita da Polícia Federal para uma busca e apreensão por conta de suas fake news com objetivo de desinformação partidária, além da sede do jornal petista Yahoo. Fosse um país com a mesma lei para todos, João Conrado Kneipp já estaria sendo convocado para se explicar na CPMI das Fake News. Mas sabemos que este é um país com uma lei para uns, outra lei para outros. João Conrado Kneipp, este verificador do que é verdade, é capaz de ser a voz que vai definir quem deve ir para a cadeia por discordar dele.

 

Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro “Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs” (ed. Record).

 

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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times