Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Uma preocupação constante da guerra fria não declarada entre os Estados Unidos e o Partido Comunista Chinês (PCCh) é a influência encoberta que o regime chinês tenta exercer sobre os americanos.
Com frequência, os americanos veem as operações de influência do PCCh como algo saído de um filme de James Bond. Na realidade, Pequim emprega uma variedade de métodos para moldar as discussões sobre a China. Compreender esses métodos pode nos ensinar muito sobre como o PCCh vê os Estados Unidos e onde tenta influenciar o debate.
Linda Sun, ex-assessora de alto escalão da governadora de Nova York, Kathy Hochul, foi recentemente presa e acusada de espionar para o regime chinês. Apesar de todos os alertas sobre espiões do PCCh, o fato de que uma assessora de um governador dos EUA estava trabalhando secretamente como agente estrangeira ainda surpreendeu muitos.
Muitos perguntaram que tipo de informação uma assessora de governador poderia fornecer a uma potência estrangeira hostil como o PCCh. Tal assessora tem pouco acesso a informações de segurança nacional. É aqui que precisamos entender melhor como o PCCh busca nos influenciar.
Sun não foi acusada de fornecer informações confidenciais à China, como conhecimento de movimentos militares ou dados similares de segurança nacional. Ela foi acusada de atuar como agente estrangeira não registrada, trabalhando para promover os interesses de um governo estrangeiro. Supostamente, ela bloqueava reuniões entre Hochul e grupos não aprovados por Pequim e removia menções a Taiwan de declarações oficiais.
Por que o regime chinês está tão focado em ações que parecem inofensivas?
Para entender isso, considere como o PCCh opera internamente. O regime é obcecado por manter o controle e a informação, desde a hierarquia estruturada dos funcionários nacionais até cada complexo residencial na China.
O segundo maior item orçamentário de Pequim é o Departamento de Trabalho da Frente Unida (UFWD). Maior que o Ministério das Relações Exteriores, o UFWD é dedicado a influenciar países estrangeiros, instituições e indivíduos por meio de vários métodos. Embora o UFWD possa se sobrepor às áreas de inteligência e segurança, seu foco é influenciar outros países para verem o PCCh de maneira positiva. Isso envolve uma gama muito mais ampla de atividades do que normalmente se enquadra em operações de segurança ou inteligência.
Vemos esse padrão ocorrer em outros lugares também. Universidades com milhares de estudantes chineses pagantes evitam criticar Pequim para não desagradar o regime, principalmente em questões como a democracia em Hong Kong ou o genocídio dos uigures. Think tanks nos Estados Unidos, preocupados com ciberataques, evitam tocar em tópicos sobre a China, temendo que Pequim possa mirar em seu trabalho. Apenas permitindo que estudantes frequentem universidades ou concedendo acesso a estudos sobre a China, o PCCh já influencia o debate e a discussão sobre o país nos EUA.
A maioria das pessoas pensa no regime chinês como tentando exercer uma influência maligna unilateral. No entanto, essa suposição está errada. O PCCh, como qualquer outra potência externa, não pode replicar a mídia estatal doméstica, como a China Central Television, ou parecerá obsoleto e propagandístico. Para ser aceito, os influenciadores precisam soar autênticos, o que significa permitir críticas ao PCCh dentro de certos limites. O objetivo das operações de influência não é replicar perfeitamente o pensamento do PCCh, mas confundir as ideias e embaralhar as lealdades.
Universidades financiadas pela China nos Estados Unidos fazem algumas críticas ao regime chinês, mas não muitas. E não soam como a mídia estatal chinesa. Empresas americanas com interesses comerciais na China fazem lobby em nome de Pequim, dando ao PCCh uma negação plausível sobre quem está promovendo qual agenda. O propósito é criar caos tanto quanto negar a atribuição.
Pequim se referiu aos seus esforços para influenciar e se infiltrar nos Estados Unidos como um esforço “de toda a sociedade”, envolvendo empresas, cidadãos, instituições e outros chineses. Nos EUA, muitas vezes pensamos nisso como espionagem ou esforços de segurança, mas essa não é a batalha que o regime chinês está travando. Quanto mais cedo entendermos que o PCCh busca influenciar todas as áreas — desde reuniões e comunicados à imprensa até a maneira como falamos sobre a China —, melhor estaremos preparados para lidar com essas ameaças.
As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times