O casamento é o alicerce de uma sociedade saudável. Infelizmente, na América, esse alicerce está se enfraquecendo.
Em 1980, como apontado em um recente relatório do Pew, 94% dos quarentões haviam se casado. Hoje, avançando no tempo, 25% dos quarentões nunca se casaram.
A situação é preocupante e parece estar piorando. A rejeição ao casamento está se tornando mainstream.
Um estudo recente, encomendado pelo Thriving Center of Psychology, revelou que 40% dos jovens adultos na América veem o casamento como uma tradição arcaica. Além disso, 85% dos jovens adultos rejeitam a ideia de que o casamento é o sinal máximo de compromisso.
Em primeiro lugar, como aponta o New Social Covenant Unit (NSCU), uma organização dedicada ao fortalecimento de famílias e comunidades, o casamento – mais especificamente, o casamento tradicional – não deve ser visto como uma “instituição ultrapassada”. Pelo contrário, é um “componente essencial de uma sociedade virtuosa”. “Se a sociedade é uma teia ou rede”, então, “os casamentos são os nós que a mantêm unida”.
O desenrolar desses nós está intimamente ligado ao aumento dramático do número de crianças nascidas fora do casamento.
Conforme afirma corretamente o NSCU, embora o casamento proporcione à duas pessoas um maior nível de “companheirismo e segurança financeira”, a instituição, em sua essência, foi projetada para regular a “procriação”.
É claro que a “procriação” é apenas uma parte do casamento. Não é necessário procriar para colher os benefícios do matrimônio. Como demonstrou Martha Albertson Fineman, filósofa e teórica jurídica de grande reputação, o casamento tem muitas funções: ele pode atuar como “um símbolo de compromisso”, “um meio de autorrealização”, “uma forma de proteção contra a pobreza e dependência do Estado” e/ou a realização de um “ideal romântico”. O casamento também pode representar “uma conexão natural ou divina”.
Pessoas casadas tendem a viver vidas mais felizes e conectadas do que os indivíduos solteiros. No início deste ano, Libby Richards, professora de enfermagem que estuda a relação entre apoio social e resultados de saúde, e seus colegas discutiram as muitas maneiras pelas quais o casamento proporciona aos casais um profundo senso de pertencimento. Ele oferece ao marido e à esposa “oportunidades de envolvimento social e redução da solidão”, escreveram eles. Em 2023, com a queda nas taxas de casamento, é surpreendente que o país se encontre no meio de uma epidemia de solidão?
Em média, homens e mulheres casados tendem a viver vidas mais longas e saudáveis do que seus colegas solteiros. Uma das razões para isso envolve a adoção de hábitos alimentares melhores. Pessoas casadas também são consideravelmente menos propensas a fumar e beber em excesso.
Um dos maiores motivos pelos quais tantos jovens americanos rejeitam o casamento, de acordo com a pesquisa mencionada, está relacionado ao custo. Em resumo: casar-se é simplesmente muito caro, ou assim nos dizem.
No entanto, essa é uma razão ridícula para rejeitar o casamento. Um casamento, ao contrário do que se acredita popularmente, impulsionado pelo Instagram, não precisa ser uma festa extravagante. É possível casar-se com um orçamento limitado; na verdade, à medida que o custo de vida continua a aumentar, é aconselhável ter um casamento com preço modesto.
Chame-me de cínico, mas não consigo deixar de sentir que o argumento de “os casamentos são muito caros” está escondendo um motivo mais profundo para a rejeição ao casamento. Afinal, a pesquisa constatou que mais mulheres (52%) do que homens (41%) estão rejeitando o casamento.
Nos últimos anos, um número crescente de jovens mulheres admitiu abertamente priorizar suas carreiras em detrimento do casamento. Isso é lamentável. Um emprego pode, é claro, ser uma fonte de felicidade. No entanto, nenhum emprego, por melhor que seja, pode competir com os benefícios de um casamento saudável e estável.
O casamento tradicional, uma instituição social com obrigações morais, está em declínio. Com esse declínio, podemos esperar que a América se torne mais disfuncional, caótica e dividida. A relação entre casamento e taxas mais baixas de criminalidade é bem estabelecida. Homens casados, em particular, são muito menos propensos a se envolver em atividades criminosas do que homens solteiros.
Mas, alguns dirão, “morar junto” não é tão eficaz quanto o casamento? Em resumo, não.
Como mostrou o escritor e pesquisador Morten Blekesaune, ao contrário da coabitação, o casamento ajuda a estabelecer um grau maior de estabilidade e papéis sociais prescritos. Como o pesquisador observa, o casamento representa um compromisso muito mais profundo do que a coabitação. Citando o trabalho de Blekesaune, Wendy L. Patrick argumenta que esse compromisso mais profundo torna o casamento “mais resistente à dissolução do que a coabitação… em parte porque o divórcio é mais regulamentado legalmente do que simplesmente terminar um arranjo de coabitação.”
Os benefícios vão muito além do âmbito legal. Blekesaune discute o investimento relacional e o fato de que casais que coabitam parecem estar menos dispostos a se comprometer totalmente em seu relacionamento do que casais casados. Os arranjos de coabitação podem ser vagos, e essa indefinição pode deixar o relacionamento aberto a interpretações. O casamento, por outro lado, vem com um conjunto de regras escritas e/ou não escritas. Conviver com a pessoa certa é, sem dúvida, melhor do que viver sozinho. No entanto, o casamento, uma união entre duas pessoas com objetivos alinhados, é o sinal máximo de compromisso e lealdade.
Como fica claro, uma sociedade saudável é aquela em que a ideia de casamento é venerada. Quanto mais uma sociedade se afasta dessa tradição, outrora honrada pelo tempo, menos saudável ela provavelmente se tornará.
Entre para nosso canal do Telegram
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times