Por Zhong Yuan
Os principais líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) se reuniram várias vezes neste mês, e a frequência de tais reuniões é notável, pois é rara. Qual era o objetivo das reuniões? Quais foram os tópicos de discussão? A economia em dificuldade da China e suas relações tensas com os Estados Unidos são as duas maiores questões com as quais o PCC está preocupado.
Em 16 de outubro, a mídia estatal Xinhua informou que o líder chinês Xi Jinping organizou um encontro em Pequim com o Politburo, um órgão dos 25 mais poderosos funcionários do Partido. O Politburo discutiu um plano de desenvolvimento para as cidades de Chengdu e Chongqing e sobre tecnologia quântica.
Em 19 de outubro, Xi, junto com os outros seis membros do Comitê Permanente do Politburo e o vice-presidente chinês, Wang Qishan, visitaram uma exposição em Pequim para marcar o 70º aniversário da participação da China na Guerra da Coreia. Xi fez um discurso com conotações antiamericanas.
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No dia 22 de outubro, Xi e o Comitê Permanente do Politburo se reuniram para discutir o 13º Plano Quinquenal e as perspectivas para o 14º Plano Quinquenal. Xi fez um discurso sobre a economia da China e propôs medidas para enfrentar os obstáculos.
Xi disse: “A implementação do 13º Plano Quinquenal foi suave (…) com melhorias na estrutura econômica, modernização rural, redução da pobreza, meio ambiente ecológico e aprofundamento de uma reforma abrangente.”
Xi afirmou que a China enfrenta “as novas contradições e desafios trazidos pelo complexo ambiente internacional”.
Para impulsionar a economia da China, Xi disse que é necessário “fomentar um novo padrão de desenvolvimento que tenha o mercado interno como esteio e permita que os mercados interno e externo se impulsionem mutuamente”. Em outras palavras, a estratégia econômica de “ciclo duplo” proposta significa que a China dependeria mais de seu mercado doméstico, cadeia industrial e ciência e tecnologia; mas, ao mesmo tempo, a China manteria seu mercado aberto – não é uma política econômica a portas fechadas.
Xi promoveu o socialismo com características chinesas: “Garantir um bom começo para construir plenamente um país socialista moderno”.
É interessante notar que o primeiro-ministro Li Keqiang não está otimista sobre o atual estado econômico da China. No dia 21 de outubro, Li liderou uma reunião executiva com o Conselho de Estado, na qual afirmou: “Proteger as pequenas, médias e microempresas e propriedades industriais e familiares, para que possam sobreviver o maior tempo possível e, portanto, para apoiar o emprego”. Li admitiu que o país enfrenta uma crise de desemprego, pois muitas pessoas perderam seus empregos durante a pandemia e devido ao enfraquecimento da economia do país.
O Departamento de Propaganda do PCC dita a direção e o conteúdo das informações na mídia. A mídia estatal chinesa expressou abertamente apoio à presidência de Biden.
Em 22 de outubro, a Xinhua informou sobre o debate presidencial dos EUA com um artigo intitulado “Epidemia redefine as eleições nos EUA, mais de 43 milhões de americanos já votaram”. O artigo foi mais favorável ao candidato presidencial democrata e ex-vice-presidente Joe Biden, afirmando que “Biden ganha mais confiança do que Trump”.
A Xinhua criticou a resposta do presidente Donald Trump à pandemia de COVID-19, afirmando que: “A forma como a pandemia foi tratada é geralmente vista como o ponto mais fraco de Trump”.
De acordo com o artigo da Xinhua, Biden vai ganhar. Isso é provavelmente o que os líderes seniores do PCC esperam.
Se Trump for reeleito, é isso que o PCC mais teme.
As constantes reuniões do Politburo realizadas este mês indicam que Xi está bastante inquieto com os assuntos domésticos e internacionais. Em reuniões de alto nível, Xi tenta mostrar que é o “líder central” implementando novas reformas. Se a economia da China entrar em colapso, o PCC também cairá.
Zhong Yuan é um pesquisador com foco no sistema político da China, no processo de democratização do país, na situação dos direitos humanos e na subsistência dos cidadãos chineses. Zhong começou a escrever artigos de opinião para a edição chinesa do Epoch Times em 2020.
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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times