Por Tian Yun
Comentário
Em 15 de junho, o número de residentes russos infectados com o vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), conhecido como novo coronavírus, ultrapassou 530.000, o terceiro número mais alto depois dos Estados Unidos e do Brasil.
Duas autoridades de alto escalão, o primeiro-ministro Mikhail Mishustin e a ministra da Cultura, Olga Ljubimova, também testaram positivo para o vírus. O desenvolvimento da pandemia na Rússia é algo inesperado. O que deu errado que causou esse aumento acentuado?
A Rússia tomou medidas rápidas e decisivas no início da pandemia. Em 31 de janeiro, fechou suas 16 passagens de fronteira com a China e parou de emitir vistos eletrônicos para os chineses no continente. As autoridades russas também pararam completamente os trens de e para a China e Coreia do Norte. As principais companhias aéreas suspenderam ou reduziram substancialmente os voos entre a China e a Rússia.
O Vozes da América uma vez detalhou que as medidas de controle da Rússia para se isolar da China eram as mais rigorosas. Em 16 de março, menos de 100 casos foram identificados na Rússia.
No entanto, os bons tempos não duraram muito. Os líderes russos começaram a restabelecer o relacionamento com o PCC, elogiando a China e defendendo a cooperação. Desde então, o número de casos confirmados aumentou rapidamente e houve um forte aumento em abril. No início de maio, mais de 10.000 casos foram relatados diariamente por dez dias seguidos.
Eu acho que foi a posição pró-comunista da Rússia que causou o colapso de suas defesas contra o vírus.
Atitude da Rússia em relação ao controle da pandemia do vírus do PCC
O presidente Putin teve três conversas telefônicas com o líder chinês Xi Jinping depois que o vírus do PCC começou a se espalhar notavelmente para fora da China. Tanto o escritório presidencial russo como a agência de notícias Xinhua relataram essas três conversas.
O primeiro telefonema, em 19 de março, foi na verdade uma comunicação pendente entre os dois países, pois Xi já havia conversado com mais de uma dúzia de líderes de Estado antes dessa conversa com Putin. A ação rápida da Rússia para fechar as fronteiras com a China, além de mostrar uma atitude fria em relação à China, pode ser o motivo do atraso dessa conversa.
A Xinhua, a agência de notícias do PCC, disse em um comunicado à imprensa que Putin apreciou os esforços da China na luta contra a pandemia, dizendo que a China “é um bom exemplo” para a comunidade internacional. A Rússia espera continuar uma relação de apoio e cooperação com a China na luta contra a pandemia e, ao mesmo tempo, aprofundar a ampla parceria estratégica de cooperação entre a Rússia e a China.
No anúncio em inglês no site oficial do gabinete presidencial russo, afirma-se que “o lado russo avaliou muito positivamente os resultados alcançados pelos líderes chineses e pelo povo chinês na luta contra a propagação da doença”.
Em 16 de abril, Xi e Putin falaram ao telefone pela segunda vez. A agência de notícias Xinhua informou que Putin disse que algumas pessoas tentaram “difamar” a China em relação à origem do vírus e “a Rússia está pronta para continuar a fortalecer as trocas e a cooperação com a China em várias áreas, como na luta contra a pandemia”.
O escritório presidencial russo novamente relatou a conversa por telefone em seu site oficial. O apoio mútuo para combater essa ameaça global é mais uma evidência da natureza única da parceria estratégica global russo-chinesa. Os dois líderes reafirmaram seu compromisso de continuar fortalecendo sua cooperação nessa área. Vladimir Putin elogiou as ações consistentes e eficazes dos parceiros chineses da Rússia, que ajudaram a estabilizar a situação epidemiológica no país. Salientando que era contraproducente acusar a China de divulgar informações à comunidade mundial sobre esta infecção perigosa de maneira inadequada”.
Em 8 de maio, Xi parabenizou Putin pelo 75º aniversário da vitória da União Soviética (9 de maio) na “Grande Guerra Patriótica”. A agência de notícias Xinhua informou que Putin mencionou que “algumas forças culpam a China pela pandemia. A Rússia se opõe a essa conduta e permanecerá firme com a China”. No entanto, não existe tal declaração do gabinete presidencial russo.
Embora os dois lados diferissem em suas declarações nas três conversas telefônicas, a posição de Putin certamente ajudou a manter o PCC em um momento difícil. Hoje, entre nações influentes, ele é o único líder estatal que se opõe abertamente aos Estados Unidos estarem culpando a China pela pandemia do vírus do PCC. Em um momento que o PCC enfrenta condenação global, o apoio da Rússia é de grande importância para o regime chinês.
Veja a linha do tempo. A pandemia na Rússia piorou drasticamente desde o final de março, o que coincide com os elogios e o apoio de Putin aos líderes comunistas chineses. Isto não é um acidente.
Declaração do Ministro das Relações Exteriores da Rússia
Os ministros das Relações Exteriores dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) realizaram uma videoconferência em 28 de abril sobre a luta contra a pandemia do PCC. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou a declaração do ministro das Relações Exteriores Sergey Viktorovich Lavrov e respostas a perguntas da mídia.
Falando sobre o papel da OMS, Lavrov disse: “Compartilhamos a opinião de que a OMS é uma ferramenta extremamente importante que se tornou uma plataforma incomparável para reunir informações e fatos de vários Estados … continuaremos a apoiar a OMS, independentemente do que outros países possam dizer sobre suas atividades”.
Ele também disse: “em relação à nossa avaliação da interação Rússia-China na luta contra o coronavírus, acreditamos que merece elogios. Desde o início, prestamos assistência a Wuhan na China, e espero ter ajudado a China a superar essa ameaça rapidamente. Agora Pequim está ajudando todos, inclusive nosso país, a impedir a propagação desta infecção”.
É sabido que a OMS atuou como fantoche da China na gestão da pandemia global. Quando a pandemia do vírus do PCC ocorreu, a OMS causou um sério atraso na prevenção da pandemia global. No entanto, Lavrov falou muito bem da OMS e elogiou a cooperação entre a China e a Rússia. Sua declaração é um forte endosso do PCC.
Parceria estratégica Rússia-China
Após o colapso da antiga União Soviética, a Rússia fez propostas amigáveis ativamente ao Ocidente e afastou do PCC. Somente no final de 1992, a China e a Rússia restauraram as interações diplomáticas e comerciais normais.
Quando Putin chegou ao poder em 2001, a Rússia e a China assinaram o “Tratado de Amizade Sino-Russo de 2001”, que estabeleceu uma parceria estratégica para igualdade e cooperação. Em 2010, os dois países confirmaram a “Associação de Colaboração Estratégica Integral”.
Depois que Xi Jinping chegou ao poder, as interações entre Pequim e Moscou se tornaram mais frequentes. Em julho de 2017, as forças armadas chinesa e russa realizaram seu primeiro exercício militar conjunto no mar Báltico. Em setembro de 2018, a China participou pela primeira vez no exercício militar anual da Rússia chamado “Oriental 2018” (Vostok-18). Essas ações atraíram grande atenção do mundo.
Conclusão
A Rússia experimentou 73 anos de regime comunista e apoiou o PCC. Embora a Rússia já tenha abandonado o sistema comunista, ainda não se livrou da pegada das toxinas comunistas. Hoje, o PCC substituiu o Partido Comunista Soviético para se tornar o “líder comunista” deste planeta, na esperança de manter a bandeira vermelha comunista para sempre, continuando a perseguir pessoas com mentiras, violência e violação dos valores básicos.
Embora a Rússia tenha vacilado em sua atitude em relação ao PCC nos últimos anos, ela basicamente manteve uma estreita colaboração com o PCC. Moscou frequentemente apoiou o PCC em questões de direitos humanos e não defendeu a justiça. Nos últimos anos, as autoridades russas passaram a restringir e obstruir as atividades dos praticantes do Falun Dafa na Rússia.
Em 30 de outubro de 2017, Putin inaugurou pessoalmente o “Muro de Duelo”, um monumento às vítimas da repressão política da era soviética. Na cerimônia, ele condenou a perseguição política ao Partido Comunista Soviético, dizendo: “Nosso dever não é deixar que isso seja esquecido”.
Agora que Putin conhece bem a natureza maligna do Partido Comunista, ele não deve seguir o caminho antigo. Recentemente, a Rússia tomou uma decisão muito imprudente de apoiar o PCC no gerenciamento da pandemia.
O PCC geralmente se orgulha do “grau de confiança mútua”, do “nível de cooperação” e do “valor estratégico” entre a China e a Rússia. De fato, esse relacionamento é impulsionado por interesses imorais e se desvia dos valores universais. É obscuro e mau. Para qualquer governo, ter um bom relacionamento com o PCC trará apenas problemas infindáveis. A dramática reversão do surto de pandemia da Rússia é uma lição profunda.
As opiniões expressadas neste artigo são impressões do autor e não refletem necessariamente os pontos de vista do Epoch Times.
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