O globalismo é uma grande máquina de transformar liberdade em tirania, prosperidade em pobreza, saúde em doença, esperança em conformismo, alegria em tristeza, vida em morte, inocência em culpa e culpa em inocência, o mal no bem e o bem no mal.
A cada ano, na basílica do globalismo que é o Foro de Davos, os programadores dessa máquina a revisam e ajustam, para que continue rodando acelerada e produzindo todos esses “bens” de uma “comunidade com um destino compartilhado para a humanidade” para utilizar a expressão de Xi Jinping, um dos heróis de Davos e dos principais artífices desse globalismo turbinado dos últimos anos. Aliás, cabe perguntar até que ponto que o mandato de Xi Jinping à frente do PCCh, iniciado em 2012 e sem hora para acabar, coincide apenas por acaso ou por desígnio com o aprofundamento do globalismo através da ditadura climática e pandêmica, a destruição do tecido social nas democracias ocidentais pelo racialismo e ideologia de gênero, a formação de uma sociedade de controle graças às novas tecnologias, etc.
É curioso notar, por exemplo, que no final do Século XX as novas tecnologias traziam o aumento da liberdade e a expansão das capacidades humanas, enquanto neste Século XXI, e principalmente a partir de sua segunda década, as principais novas tecnologias parecem todas elas destinadas a aumentar o poder do Estado sobre o indivíduo e restringir as liberdades básicas (reconhecimento facial, internet das coisas, várias aplicações da inteligência artificial, internet 5G, dinheiro eletrônico, e outras). O certo é que, no chamado mundo livre, as pessoas estão perdendo o gosto pela liberdade e adquirindo os vícios do cidadão totalitário, aquele “homo sovieticus” que se considerava extinto mas que reapareceu com força total ao redor do mundo nos últimos anos: o medo permanente de estar violando alguma norma inventada na véspera, o autopoliciamento e a autocensura, a restrição verbal, a necessidade permanente de sinalização de virtude e lealdade ao poder, a fragmentação dos laços familiares e de todos os vínculos sociais não regulados pelo Estado, a delação dos vizinhos, a desconfiança como regra de convivência, a sensação de estar todo o tempo sob vigilância e ameaça de punição.
Tudo isso provém da máquina do globalismo. Tudo isso é celebrado em Davos. Celebrado, recalibrado e aprofundado. Vejamos um exemplo, retirado da edição do Foro neste janeiro de 2023:
Num painel com Al Gore e outros “líderes” ambientalistas, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, indagou e observou: “Pode o capitalismo que conhecemos nos últimos 30 ou 40 anos superar a crise climática que ajudou a provocar? O lucro está ligado no capital à produtividade, e a produtividade à energia, e de fato praticamente a única fonte de energia que se conseguiu para aumentar o lucro é o carbono. É preciso deter isso se queremos viver no planeta.”
Todas as premissas e conclusões do raciocínio de Petro estão erradas. Não existe crise climática, mas uma oscilação de temperaturas que já ocorreu muitas vezes no passado e independe das emissões de CO2, como indica o fato de que a temperatura média da terra no período 2015-2022 teve tendência de queda de 0,11 graus centígrados por década, a despeito do aumento contínuo das emissões de dióxido de carbono. Os países capitalistas implementaram desde os anos 70 inúmeras políticas que melhoraram a qualidade do meio ambiente, enquanto os países socialistas o degradavam (e destroem até hoje, como no caso da Venezuela bolivariana, que está destruindo o ecossistema do Orinoco com a extração selvagem de ouro destinada a sustentar a ditadura de Caracas apoiada por Petro). Não só o lucro, porém principalmente o bem-estar das pessoas (e em grande parte sua liberdade) está ligado à produtividade, e esta não depende primariamente do uso de energias fósseis, e sim da inovação, proveniente da criatividade humana e portanto também da liberdade.
Mas o conteúdo factualmente incorreto da fala de Petro não importa tanto quanto a pergunta: o que estava Petro fazendo em Davos? E o que está Davos fazendo por Petro?
Gustavo Petro foi, durante muitos anos, membro do grupo terrorista colombiano M-19 que, em 1985, invadiu a Suprema Corte do país e matou cerca de 100 pessoas, entre elas 12 juízes da Corte (com apoio, ao que parece, do cartel de Medellín). Petro estava preso naquele momento e não participou diretamente da ação, mas de toda forma o M-19 é indiscutivelmente sua “alma mater” e o terrorismo foi sua porta de entrada na política. Em 2022 Petro foi eleito à Presidência da Colômbia aparentemente com apoio financeiro da Rússia de Putin (entre outros apoios igualmente simpáticos da rede formada pelo Foro de São Paulo) e governa com uma plataforma de narco-ambientalismo bolivariano. Quer dar por encerrado o enfrentamento ao narcotráfico e formar uma aliança umbilical com a Venezuela de Maduro, enquanto se apresenta ao mundo como um comprometido líder na luta contra a “crise climática”. Isso lhe abriu, como se vê, todas as portas em Davos, a ponto de chegar diante desse foro de metacapitalistas e afirmar, como vimos, que o capitalismo precisa ser detido para salvar o planeta.
Efetivamente, Gustavo Petro em Davos resume tudo o que está errado no globalismo. Você pode ser um membro desse mega cartel da droga, corrupção e terrorismo chamado Foro de São Paulo, que já destruiu a Venezuela e está destruindo a Bolívia, o Chile, o Peru, a Colômbia, que está pisando fundo no acelerador para destruir o Brasil, você pode ser oriundo de um grupo que tem o sangue de 12 juízes de uma Suprema Corte nas mãos. Não tem problema. Se você pronunciar as frases corretas sobre clima, sobre gênero, sobre a “justiça racial”, se você souber manejar as palavras “planeta”, “crise climática”, “igualdade”, você entrará no cenáculo dos senhores do mundo e será aceito entre eles, com tudo o que isso significa em termos de sua legitimação no poder de seu país.
A “crise climática”, principalmente, tornou-se um grande mecanismo de lavagem ideológica das ditaduras. Por meio da adesão à histeria climática, sistemas ditatoriais e propostas autoritárias de toda ordem, desde Maduro e Petro até a China comunista, adquirem respeitabilidade internacional e ganham sua inclusão no sistema que controla os destinos do mundo.
Não se trata de uma barganha ou de um consentimento crítico das elites mundiais, no qual elas colocariam o valor “salvar o planeta” acima dos demais e acolheriam um presidente comprometido com o clima apesar de ser ele um ex-terrorista pró-crime organizado aliado de tiranias liberticidas. Não. Não é “apesar”, mas sim por causa também desse perfil bolivariano que o sistema Davos acolhe Petro. O sistema Davos, o globalismo, quer dominar o mundo, e o seu instrumento para dominar a América Latina é o Foro de São Paulo. Os ditadores e proto-ditadores do Foro de São Paulo são parte de pleno direito no consórcio globalista, juntamente com as elites ocidentais metacapitalistas e com o Partido Comunista Chinês. Davos sabe que, na América Latina, o Foro de São Paulo, com seu narco-socialismo corrupto pintado de verde, se encarrega competentemente de rodar aquela máquina de destruição da liberdade e geração da tirania, a máquina de esmagar o espírito humano para produzir suco de subserviência. O globalismo está muito satisfeito tendo em figuras do Foro de São Paulo os seus governadores-gerais das províncias latino-americanas no seu grande império totalitário, pois em nossos países as políticas do Foro realizam perfeitamente o trabalho de escravizar as mentes e esvaziar os corações para que ninguém mais ouse querer liberdade, ouse enxergar o bem e o mal como realmente são, e para que quem por acaso tentar seja cancelado e preso.
No Brasil, o corruptariado reinante se apresenta como um excelente operador dessa máquina. Por isso é tão difícil a luta para recuperarmos a liberdade: porque estamos diante não de um ou outro partido político, de um ou outro corrupto, mas de um imenso e poderoso projeto global. A liberdade se apagou no Brasil, mas o mundo todo está às escuras.
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