Pessoas com muito dinheiro estão deixando a China | Opinião

Por Milton Ezrati
10/07/2024 11:58 Atualizado: 10/07/2024 14:57
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Milionários e bilionários chineses estão emigrando — sem poder votar, mostram com suas saídas do país o que pensam da gestão econômica de Xi Jinping e suas perspectivas sobre a economia.

O “dinheiro inteligente”, como dizem, parece estar abandonando a China. Milionários e bilionários estão emigrando do país em números recordes, com 2024 tendo previsões para que 15.200 dessas pessoas emigrem do país.

A firma de migração de investimentos Henley & Partners acompanha essas questões e observa que a estimativa deste ano é que imigração aumente 10% se comparado as 13.800 pessoas que imigraram em 2023—adicionando a isso os 500 indivíduos de alto patrimônio que se espera que deixem Hong Kong. A maioria está indo para os Estados Unidos, Canadá e Cingapura.

Não há como documentar quanto patrimônio eles levarão com eles, mas com base na experiência anterior, a Henley & Partners estima que cada migrante levará o equivalente de US$ 30 milhões a US$ 1 bilhão em riqueza.

Os motivos declarados para a mudança variam, como seria de esperar. No entanto, a maioria menciona as incertezas implícitas na atual situação econômica da China e como isso levanta questões sobre os retornos futuros dos investimentos.

A crise imobiliária acontecendo atualmente e a turbulência no mercado imobiliário claramente estão na raiz dessa incerteza, especialmente porque a queda nos valores dos imóveis prejudicou a riqueza das famílias e, consequentemente, levantou questões sobre as perspectivas gerais de crescimento econômico da China.

Alguns emigrantes, ao explicar sua decisão de deixar a China, mencionam o rebaixamento das perspectivas financeiras do país por duas agências de classificação de crédito, Moody’s e Fitch. Um motivador não declarado, e por razões óbvias, é a hostilidade que o regime de Xi demonstrou no passado em relação a empresas de propriedade privada e à riqueza pessoal em geral.

No passado, Cingapura era o destino mais popular para esses migrantes. Mas recentemente, Cingapura aumentou sua fiscalização sobre a riqueza chinesa que chega ao país. Mesmo aqueles que não têm nada a esconder podem preferir evitar o incômodo e a perda de privacidade agora implícitos em um refúgio em Cingapura.

Como mencionado anteriormente, o Canadá e os Estados Unidos continuam sendo alternativas populares para o dinheiro chinês. Os Emirados Árabes Unidos também ganharam popularidade, oferecendo, como fazem, imposto de renda zero, um estilo de vida luxuoso e os chamados vistos dourados que facilitam a movimentação de fundos de investimento de forma fácil e privada. O Japão, também, ganhou popularidade devido à sua proximidade com a China, estilo de vida atraente e capacidade de se promover como um dos países mais seguros do mundo.

A China não é o único país que vê um êxodo de indivíduos e famílias de alto patrimônio. A Coreia do Sul e Taiwan também testemunharam tais partidas. No caso desses dois países, a segurança, mais do que a economia, é a principal preocupação.

Para o primeiro, a beligerância da Coreia do Norte é uma grande preocupação. Para Taiwan, é a beligerância da China comunista que leva as pessoas a moverem suas vidas e suas famílias para fora do caminho potencial do perigo. Perguntas sobre a disposição dos Estados Unidos em defender Taiwan sem hesitar tiveram um efeito.

Para os observadores da China, esta notícia sobre a emigração traz duas mensagens reveladoras. Uma é que faz um comentário claramente negativo sobre a gestão econômica de Xi. A segunda é que a saída dessa riqueza tornará os esforços de Pequim para revitalizar a economia da China ainda mais difíceis, embora não haja como quantificar esse efeito.

As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.

 

As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times