Por Pedro Henrique Alves – Instituto Liberal
Bolsonaro discursou pela segunda vez na ONU, agora de forma remota. O discurso, de forma resumida, me pareceu sóbrio e evidenciou um governo que veio para a defesa de seus pilares. Bolsonaro expôs a manipulação midiática sobre quaisquer assuntos que potencializem críticas ideológicas ao seu governo conservador. Tocou deliberadamente na ferida protecionista e globalista da ONU e seus pupilos; destacou a atuação do governo diante da pandemia do coronavírus, disse abertamente que o STF destituiu várias ações governamentais a fim de empoderar os 27 governadores ― sensacional dizer isso ao mundo e mostrar as informações falhas que chegam por lá; e apresentou dados oficiais para provar que, em questões de proteção ambiental, poucos têm a possibilidade de se comparar ao Brasil. Em suma, o discurso tentou mostrar a realidade brasileira para além das interpretações e distorções do mainstream.
Jogou na cara dos colonizadores contemporâneos que é a nossa agropecuária que alimenta 1/6 do mundo; que 66% de nossa terra virgem é protegida por leis rígidas; que aqui existem áreas de proteção ambiental maiores que muitos países da Europa. Números que, gostando ou não de Bolsonaro e sua patota, fazem países como França, Alemanha e Itália caírem perto da insignificância alimentícia e ambiental se comparados ao nosso país. A Alemanha e a França, por exemplo, aniquilaram as suas florestas nativas, utilizam seu solo para toda sorte de benesses monetárias, enquanto pagam de amantes da humanidade e dão “carteiradas” ambientais no Brasil, o único país que, durante décadas, leva essa história de preservação ambiental a sério. A hipocrisia geopolítica em seu nível mais estrondoso.
Bolsonaro destacou ainda a atuação de Donald Trump na obtenção do acordo de paz no Oriente Médio e apresentou uma nova postura diplomática frente aos países do Oriente Médio: tentou coadunar a evidente aproximação do Brasil dos EUA e Israel, agora estendida também aos demais países Árabes ― um acerto gigantesco, penso eu.
Seguindo o modelo do último pronunciamento na ONU, defendeu a soberania do país contra as investidas dos europeus por meio desse “ambientalismo de bunda” alimentado ― principalmente ― pela França e Alemanha. Isto é o mínimo que se espera de um presidente; se o líder da nação não defende a liberdade e soberania nacionais, para que esse líder serve então?
Expôs, além disso, que a missão humanitária de acolhimento dos refugiados venezuelanos no Brasil já abraçou mais de 400 mil errantes de nosso país vizinho. Que as Forças Armadas, unidas às demais forças civis, estão acomodando e tentando viabilizar a dignidade que a ditadura socialista de Nicolás Maduro negou a seu próprio povo.
O Brasil é o país com maior número de recuperados da COVID-19 no mundo. Oficialmente o governo apostou em um modelo alternativo de abordagem da pandemia e, salvo as evidentes e inegáveis perdas pela doença, há méritos na atuação do governo naquilo que lhe sobrou como função designada. Talvez Bolsonaro tenha sido o único líder mundial que, de maneira solitária, tenha batido de frente com a ideia do “lockdown” mundial e o mantra do #fiqueemcasa. Talvez tenha sido o único que propôs desde o início o tratamento precoce como via principal de combate ao vírus, sem nunca ter se fechado às ideias alternativas de tratamento médico ― aquelas não adotadas pela China e OMC.
Um ponto controverso foi quando o presidente afirmou no discurso que o auxílio do “coronavoucher” foi de 1000 dólares, dando a entender que cada beneficiado teria recebido esse valor. Não foi isso. Cabe a ele explicar essa afirmação.
Em linhas gerais, Bolsonaro fez o discurso que deveria ser feito, expôs os fatos para além dos jornais. Fez o necessário contraponto que falta sempre às mídias ideológicas que ostentamos por aqui. O governo Bolsonaro se propõe a ser a voz do seu Tião e da dona Ana em contraponto às retumbantes vozes das instituições, ONG’s e demais poderosos que usam de suas meretrizes midiáticas para brincar com a opinião pública. No quesito Vox Populi, a alocução do presidente logrou o êxito que buscava, o que significa ― obviamente ― que o mainstream não gostou. Que bom por isso, pois chegamos à metafísica e grotesca situação de termos que analisar a realidade da realidade – e a realidade dos sites gazeteiros do Brasil.
O que constatamos, até agora, logo após o discurso proferido, é que o progressismo está torcendo as tripas enquanto tenta segurar o cafezinho gourmet, tudo isso em meio às críticas “malabáricas” e risinhos sarcásticos.
Bolsonaro terminou a perla enfatizando que o Brasil é constituído de um povo conservador; o que, em linhas gerais, é uma verdade evidente até para os ânimos mais progressistas. O discurso proferido nessa manhã trouxe para fora, pela 2ª vez, em terreno progressista, o óbvio que sempre foi negado até então nos palácios da ONU. Por enquanto Bolsonaro está alinhado ao seu Tião e parece que, enquanto continuar assim, o governo manterá a sua base de apoio, apesar dos encantadores de tolos e dos analistas pomposos.
Pedro Henrique Alves
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