Por Leonardo Trielli, Senso Incomum
O líder da “equipe de transição” de Joe Biden, Richard Stengel (foto), publicou um artigo no Washington Post em que dizia que a liberdade de expressão era “muito irrestrita” e que algumas mudanças deveriam ser consideradas em relação à Primeira Emenda. Stengel foi integrante do governo Obama.
O artigo foi publicado no ano passado, mas chamou a atenção do NY Post pelo fato de que o autor poderá vir a ser o responsável pela “equipe de transição” – se é que vai haver transição – da agência estatal americana de mídia, a US Agency for Global Media (USAGM).
Stengel descreve em um trecho de seu artigo que diplomatas Árabes, “mesmo os mais sofisticados”, sempre o perguntavam por que a Primeira Emenda protege quem queima o Alcorão.
“É uma pergunta justa. Sim, a Primeira Emenda protege o ‘pensamento de quem odiamos’, mas não deve proteger o discurso odioso que pode causar violência de um grupo contra outro. Em uma época em que todo mundo tem um megafone, isso parece uma falha de design” (grifo nosso).
Para Stengel, a livre circulação e descentralização de informações é uma “falha de design”, já que fica difícil controlar narrativas nesta conjuntura. Para corrigir a “falha de design” da liberdade de expressão, a solução é adicionar novas proteções “onde a verdade [da esquerda] não pode expulsar as mentiras.”
“Novas proteções” é um eufemismo para “fact-checking”, que é um eufemismo para “censura”. O ex-presidente Barack Obama foi mais claro sobre o assunto em entrevista ao 60 Minutes, da rede CBS News.
Ignorando que as Big Techs e a mídia tradicional já impuseram censura – em forma de fact-checking no Facebook e Twitter ou deixando de noticiar escândalos como o de Hunter Biden – Obama culpou a mídia pelo fato de Trump ter tido 8 milhões de votos a mais do que em 2016.
Na visão do ex-presidente Democrata, as “fake news” foram as grandes responsáveis pela expressividade do apoio à Trump (qualquer semelhança com o discurso da esquerda no Brasil NÃO É mera coincidência).
Obama disse que Joe Biden precisará “trabalhar com a mídia e com as empresas de tecnologia para encontrar melhores maneiras de informar o público (…) e reforçar os padrões que garantem que possamos separar a verdade da ficção.”
Assim como o discurso do desarmamentismo, o discurso contra a liberdade de expressão está bastante azeitado na esquerda.
Leonardo Trielli
Leonardo Trielli não é escritor, não é palestrante, não é intelectual. Também não é bombeiro, nem frentista, não é formado em economia e nem ciências políticas. Nunca trabalhou como mecânico e nem bilheteiro de circo. Twitter: @leotrielli
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