Brasil e China avançam em negociações para expandir o comércio agropecuário, visando aumentar as exportações de carne bovina e suína e reforçar a cooperação técnica, afirmou o governo na terça-feira (24). Apesar disso, especialistas alertam para o risco de dependência do agronegócio brasileiro da China, que já responde por mais de um terço das exportações do setor.
A China é o principal destino dos produtos agropecuários do Brasil, como soja, carne bovina e algodão, sendo crucial para o agronegócio brasileiro. Dados do Ministério da Agricultura mostram que o país asiático absorve a maior parte das exportações de soja e carnes. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil exportou mais de US$ 58 bilhões para a China, 10% a mais que em 2023.
As recentes negociações buscam consolidar essa parceria e abrir espaço para novos produtos no mercado chinês.
Especialistas do setor agropecuário alertam para a “China-dependência”, a forte dependência do agronegócio brasileiro das compras chinesas. Essa situação torna o Brasil vulnerável, pois crises ou mudanças no consumo na China podem afetar severamente a economia agrícola.
Um exemplo foi a suspensão temporária das exportações de carne bovina para a China em 2023, devido a um caso atípico de “vaca louca” no Brasil, evidenciando os riscos dessa concentração. A China ainda anunciou na terça-feira (24) um forte pacote de medidas para estimular o consumo que se encontra fraco no país, afetando justamente o agro brasileiro.
O Brasil também depende da China para a importação de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos. Essa dupla dependência, nas exportações e importações, aumenta a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro a possíveis rupturas na relação comercial ou qualquer outro problema internacional.
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