GoFundMe e como a esquerda veio a desprezar a classe trabalhadora

GoFundMe versus os caminhoneiros pode vir a ser um caso paradigmático para o nosso tempo – e é sobre classe

09/02/2022 10:40 Atualizado: 09/02/2022 10:40

Por Roger L. Simon 

Comentário

Que ironia!

Woody Guthrie e Pete Seeger devem estar se revirando em seus túmulos.

Bernie Sanders deve estar tendo noites sem dormir.

O hino da esquerda “De que lado você está?” não é mais sobre se você é um “homem sindical” ou um “bandido de JH Blair”. É sobre o tamanho do seu portfólio de ações ou quando abrir o capital de sua start-up.

O site de financiamento coletivo GoFundMe, tão progressista, administrado por um grupo de elitistas esquerdistas tão puros quanto você poderia inventar, com seu CEO sendo um ex-consultor dos traficantes de drogas multimilionários da McKinsey, voltou-se contra aqueles trabalhadores de 16 horas por dia, os caminhoneiros canadenses, por arriscarem seus empregos e meios de subsistência para protestar contra os mandatos de vacinação.

A princípio, classificando os ocupantes caminhoneiros e acusando-os – sem a menor prova – de atos violentos, a GoFundMe essencialmente fugiu com os US$ 8 milhões doados aos caminhoneiros por meio de seu site e decidiu peremptoriamente distribuir o dinheiro para instituições de caridade de sua escolha (podemos somente imaginar).

Soa como “apropriação indébita de fundos”, no mínimo, e possivelmente fraude. Essas pessoas não possuem advogados? Mas pior do que isso, foi uma das leituras mais sem noção do sentimento público nos últimos anos – e houveram muitas.

Talvez seja porque aqueles elitistas esquerdistas em seu conselho não fazem muitas compras sozinhos, mandam assistentes aos supermercados para comprar comida e não veem as prateleiras vazias, então acham que podem pressionar os caminhoneiros por aí. Isso é uma explicação, de qualquer maneira, mas a reação aconteceu rápido o suficiente, fazendo a GoFundMe rescindir rapidamente seu decreto de “caridade” e prometer devolver o dinheiro aos doadores.

Enquanto isso, o governador da Flórida, Ron DeSantis, requisitou uma investigação da GoFundMe (quando vamos começar a chamá-lo de “governador da América”?), assim como as autoridades da Geórgia.

Bom para eles, mas o que me interessa aqui é como as organizações supostamente de esquerda, na verdade basicamente toda a esquerda americana moderna, tornaram-se tão anti-classe trabalhadora.

Poderia ser uma “Just So Story” em um estilo reminiscente de “Como o Camelo Conseguiu sua Corcunda” ou “Como o Leopardo Conseguiu Suas Manchar”, embora muito menos sedutor e bem-humorado do que Rudyard Kipling teria feito. (Kipling, cujas histórias muitos de nós apreciamos quando crianças, tornou-se um alvo específico daqueles conhecidos como “woke”.)

A GoFundMe versus os caminhoneiros pode vir a ser um caso paradigmático para o nosso tempo – e é sobre classe.

Para entender isso, é preciso voltar ao homem que começou tudo, Karl Marx, que esperava que sua revolução comunista começasse na Alemanha fortemente industrializada.

Ele estava errado, é claro. Começou na Rússia muito menos desenvolvida e em grande parte agrária. Na Alemanha, a classe trabalhadora não foi tão atraída por suas teorias quanto ele esperava. A maioria as rejeitou.

Essa tendência continuou à medida que o comunismo se saiu melhor nos países mais pobres (China, Camboja) do que no Ocidente industrializado, onde deveria se firmar.

Esse fracasso não foi esquecido por um grupo de intelectuais conhecido como Escola de Frankfurt, que trouxe suas teorias marxistas revisadas projetadas para ter sucesso onde a abordagem da classe trabalhadora havia falhado – principalmente através da chamada marcha pelas instituições (mídia, entretenimento, educação) — para os Estados Unidos no final da Segunda Guerra Mundial.

Isso foi, de fato, foi uma revolução intelectual em primeiro lugar, e teve sucesso quase completo em nosso sistema universitário, onde sua “teoria crítica” domina. Eles também conseguiram, em graus menores, mas ainda poderosos, transformar a mídia e o entretenimento, praticamente destruindo Hollywood no processo. Por que os chineses iriam se opor?

Esta foi claramente uma revolução de cima para baixo, com as elites ditando para hoi polloi (as massas) o que deveriam pensar e como se comportar. À maneira do mundo, essas elites também se tornaram cada vez mais ricas, mais ricas do que qualquer outra pessoa na história da raça humana (como Bezos, Zuckerberg, Gates etc.). Eles sabiam melhor. (Alguém deveria escrever um livro sobre isso.)

No processo, a classe trabalhadora, o que Amity Shlaes chamou anteriormente de “O Homem Esquecido”, foi esquecida.

O que nos leva aos caminhoneiros. Desta vez – penso, espero e rezo – essas elites foram longe demais. A distância enorme entre eles e as pessoas que dominam tornou-se muito grande. As pessoas estão enojadas, como deveriam estar, pela arrogância.

Obrigado, GoFundMe, por estragar tudo. Este é um momento de ensino. Vamos usá-lo.

As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.

Entre para nosso canal do Telegram

Assista também:

As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times