Estadão diz em editorial que Bolsonaro finge que é presidente

Jornal de militância ultraesquerdista diz que apoio vem de "brasileiros incapazes" para agradar seus 15 leitores da Vila Madalena

28/09/2020 21:22 Atualizado: 28/09/2020 21:22

Por Carlos de Freitas – Senso Incomum

Se, conforme disse Cícero, o rosto é o espelho da alma (imago anime vultus), o editorial de um jornal é a imagem de seu princípio vital. E nada é mais revelador da atual indigência cognitiva do jornalismo profissional do que o último editorial do Estadão, que escancara a substância de seu sopro essencial: meia dúzia de perdigotos.

Inconformado com a aprovação alta de Bolsonaro nas últimas pesquisas, o Estadão, militando sobre os motivos dessa alta, já começa com um erro crasso de lógica no segundo parágrafo. Na sua tentativa de subverter a realidade, o jornal ultraesquerdista diz que “o presidente, ao isentar-se sistematicamente de qualquer responsabilidade no que diz respeito à doença e a seus efeitos sociais e econômicos, terceirizou a impopularidade” (???) e que governadores e prefeitos “foram, esses sim, obrigados a enfrentar os desafios da pandemia, contando com escassa ajuda federal”.

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O brilhantismo da análise é, infelizmente, desmentido pela realidade – como ocorre normalmente quando um esquerdita se põe a combatê-la com seu arcabouço emocional de chavões. Desde o começo, o presidente alertou sobre o perigo de se trancar as cidades e os graves efeitos que isso causaria na economia, sendo rechaçado pelo nariz empinado da imprensa militante de ultra extrema esquerda, que gritava em uníssono “ciência, ciência!”. O modo Átila Tamarindo de errar previsões teve espaço enorme da imprensa.

Em seguida, o editorial alega que a alta aprovação se deve ao povo que tratou a pandemia como uma “gripezinha”, como Bolsonaro se referiu a ela. O índice ínfimo de mortalidade em pessoas com menos de 65 anos é um dado irrelevante para os autores do editorial, escandalizados com jovens e adultos que ousam sair de casa para cometer o gravíssimo crime – vejam que absurdo! – de trabalhar.

Durante esse mesmo período, a mídia ultraesquerdista endossou as manifestações “democráticas” dos torcedores organizados. É a realidade paralela, ou segunda realidade, que cega a cosmovisão dos ultra esquerdistas na mídia, insistindo em negar aquilo que todo mundo vê.

A própria atuação dessa mídia ultra jeca de esquerda radical é que contribui, e muito, para o alto índice de aprovação do presidente. Sua cruzada contra o mundo real e o bom senso tornou o brasileiro médio imune aos seus ataques de histeria. Curiosamente, esse jornalismo oficial só influencia uma classe relativamente abastada, que educou-se com suplementos de moda e esportes dos jornais diários e dá mais importância a aparência de conhecimento do que com o saber em si.

“Entre os entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo, a popularidade presidencial saltou de 19% para 35% desde dezembro. Entre os que estudaram até a 8.ª série, a aprovação de Bolsonaro passou de 25% para 44%. Nada semelhante a isso se verificou nas faixas socioeconômicas intermediárias e superiores da população.”

Foi essa mídia jeca ultraesquerdista e seu falso apelo à ciência – espécie de mantra repetido com toda a irresponsabilidade -que tentou criar um pânico sem precedentes, obrigando o todo mundo a mofar no sofá da sala, enquanto eles, nas ruas, caçavam os furões do lockdown permanente.

Mais ainda: “A escassa ajuda federal” de aproximadamente mil dólares (os ultra esquerdistas tentaram desmentir o presidente com mais fake news) para mais de 60 milhões de pessoas é vista pela mídia como populismo barato, a mesma que tecia loas aos programas assistencialistas dos governos petistas.

“A irresponsabilidade de Bolsonaro pode até lhe render algum apoio entre os brasileiros incapazes, por diversas razões, de enxergar além de seus estreitos horizontes pessoais. Já para aqueles que dependem de confiança e racionalidade para investir, o presidente não engana mais ninguém.”

Para o Estadão, o apoio se dá entre “brasileiros incapazes” com “estreitos horizontes pessoais”. Calcula-se, pelo tom de presunção, que o autor ou os autores da mixórdia de clichês que é esse editorial é gente que confunde a extensão da vista de sua varanda gourmet com a idéia de horizonte de consciência, o que dá nisso: um monte de bobagens ditas em tom cerimonial. É como dar um Nobel de literatura ao Pluto.

Dizia Karl Kraus: “A relação dos jornais com a vida é a mesma das cartomantes com a metafísica”. Acho que ele tinha alguma razão.

 

Carlos de Freitas

Carlos de Freitas é o pseudônimo de Carlos de Freitas, redator e escritor (embora nunca tenha publicado uma oração coordenada assindética conclusiva). Diretor do núcleo de projetos culturais da Panela Produtora e editor do Senso Incomum. Cutuca as pessoas pelas costas e depois finge que não foi ele. Contraiu malária numa viagem que fez aos Alpes Suíços. Não fuma. Twitter: @CFreitasR

 

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