Caro leitor, no artigo de hoje compartilho um pouco da minha experiência no mundo da literatura — do começo árduo, do esforço e da disciplina —, do que me motivou e como consegui fazer da leitura um prazer.
O mundo da literatura é um universo extremamente vasto. Nele, cada história transcende as páginas e o tempo e entra na nossa vida trazendo reflexões, exemplos, inspirações e conhecimento útil às nossas vidas. Muitas vezes, personagens trazem consigo traços com os quais nos identificamos, ou características que gostaríamos de ter. As situações que eles vivem podem nos fazer refletir sobre as que nós vivemos.
Eu sempre me interessei por ler, e, por saber que nos livros havia conhecimento, parti para aqueles que têm por objetivo ensinar alguma coisa. Lembro bem que ainda muito jovem ganhei o livro Coisas que todo garoto deve saber. Livrinho bobo, mas que li com todo afinco. Li também um pouco mais tarde Como fazer amigos e influenciar pessoas, Mais esperto que o diabo, Como convencer alguém em 90 segundos e mais um monte de livros nessa pegada que não foram inúteis, mas não me ajudaram a caminhar na direção que eu mais desejava: a de entender melhor as coisas da vida, as pessoas e a mim mesmo.
Ao conhecer o professor Olavo de Carvalho me interessei por filosofia e me matriculei no seu Seminário On-line, o COF. Logo nas primeiras aulas, ele fala da importância de ler os clássicos da literatura: Shakespeare, Dante, Dostoievski, Balzac, Tolstoi, Cervantes, Goethe, etc. Percebi que a essa altura ainda não tinha tido contato com nada disso. Confesso que me senti um ignorante. Parei o seminário e optei por dedicar dois anos de estudo exclusivamente à leitura dos grandes clássicos. Pensei que dessa forma não chegaria tão “verde” para as análises profundas da filosofia.
Eu precisava organizar um cronograma de leitura — metas diárias, mensais e anuais —, lista de livros, escritores e assuntos. Como primeiro livro fui logo por Crime e castigo e abandonei-o logo nos primeiros capítulos. Era muito difícil pra mim, um fardo; por duas vezes tentei continuar, mas sem sucesso.
Entrementes comprei o livro d’O poderoso chefão por adorar o filme, e, apesar das muitas páginas, não foi difícil vencer a obra. Depois comprei o livro d’Os Borgias, do mesmo autor. A leitura também fluiu bem. Imaginei que estava pronto para Dostoievski e tentei mais uma vez. Ledo engano. Continuou duro, pesado e chato.
Fui ler um pouco de teatro e li alguns livros de Shakespeare. Foi muito bom — todos deveriam ler Hamlet. Fui tentar A divina comédia mas a história versada me confundia todo e não consegui progredir. Li uns livros de Jorge Amado, ao qual encontrei um dos meus personagens preferidos dele, Juca Badaró, cabra macho de coragem.
Mas eu estava decidido. Precisava vencer Crime e castigo. Sentia que se eu vencesse ele, poderia ler qualquer livro que quisesse. Parti então, com bravura, para encarar o desafio. Retomei do início e dessa vez concluí. Eis que no final, eu nem consegui parar de ler. Dostoievski era, realmente, um gênio da literatura.
O mundo se abriu pra mim. Pude vivenciar com a literatura muitas coisas. Por exemplo, através de Ilusões perdidas pude ver como se comporta a imprensa; através de Os Demônios pude ver como pensa um comunista; através de Menino de engenho pude ver um pouco das minhas origens na fazenda e relembrar meu avô. Isso sem falar nas questões mais profundas que Fausto me trouxe. Além de tudo, iniciei a leitura da Bíblia — que pra mim é impossível ler no mesmo ritmo de um romance — tantas são as reflexões que preciso de um tempo para digerir.
Hoje, a literatura é um prazer para mim. Dos dois anos que eu separei para me dedicar exclusivamente à ela, confesso que um ano inteiro foi necessário para pegar o ritmo, e valeu a pena! Por isso, se você está começando e achando difícil, saiba que é preciso persistir. Assistir um filme é muito fácil, mas o filme não o tornará mais culto, a literatura sim.
Para finalizar, preciso pontuar e reconhecer que obtive muito incentivo por parte da minha bem amada, que até hoje me incentiva quando a preguiça quer prevalecer sobre o desejo pelo conhecimento. Assim, caro leitor, caso você não tenha uma parceira de apoio nessa busca, coloco esse meu artigo à disposição para apoiá-lo.
Retorne aqui quando precisar de incentivo e não desista. É justo que muito custe o que muito vale.
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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times