Consequências dos EUA perderem a guerra para a China – Parte 1

Americanos proeminentes têm contemplado a possibilidade de perder a competição econômica e política com a China, o que levaria, consequentemente, à perda de riqueza e influência diplomática

04/11/2021 23:22 Atualizado: 08/11/2021 00:10

Por Austin Bay

Em julho, o National Interest publicou um ensaio intitulado “Os Estados Unidos podem perder para a China?” escrito por Kishore Mahbubani, um membro do Instituto de Pesquisa da Ásia da Universidade Nacional de Cingapura e ex-embaixador de Singapura na ONU.

O ensaio enfoca a competição política, econômica e social China-EUA. Mahbubani começa com uma observação: os americanos acreditam que “uma sociedade aberta como a América tem muitas vantagens naturais” perante a autocracia da China. Ao assumir uma vantagem inerente, “os americanos não podem nem mesmo conceber a possibilidade de perder para a China”.

Isso pode muito bem ser verdade, embora não da maneira como ele enquadra o problema.

Discordo de vários dos pontos subsequentes de Mahbubani. Ele acredita que os Estados Unidos devem reintegrar sua economia à da China. Claro, o comércio é benéfico, mas o excesso de confiança dos EUA em relação à China é um erro estratégico. O comércio justo não existe quando caprichos ditatoriais elaboram contratos e decisões judiciais.

Às vezes, Pequim é retratada como relativamente benigna e incompreendida. Por vezes é afirmado que os Estados Unidos podem se dar bem com a China, desde que isso “não perturbe a ordem mundial”.

Perturbar é o trabalho de Pequim. A China invadiu a zona econômica marítima exclusiva das Filipinas. (Veja a decisão do Tribunal de Arbitragem de Haia de 2016). O Vietnã tem enfrentado repetidamente sondas de perfuração chinesas e barcos da “milícia marítima” que invadem águas vietnamitas reconhecidas internacionalmente. Forças indianas e chinesas lutam no Himalaia desde 1962.

Americanos proeminentes têm contemplado a possibilidade de perder a competição econômica e política com a China, o que levaria, consequentemente, a perda de riqueza e influência diplomática. Mahbubani claramente despreza o ex-presidente Donald Trump. Talvez a sinalização de virtude do clube da faculdade o cegue para uma verdade óbvia: Trump viu e ainda vê a possibilidade de derrota para a China.

Ainda assim, o embaixador merece crédito por reconhecer uma falha ao contemplar desconfortáveis futuros alternativos. Eu enquadro desta forma: a maioria do público americano e dos líderes nacionais ainda precisa pensar sobre as consequências de perder uma grande guerra para a China.

O Pentágono concentra-se na dissuasão militar e, se isso falhar, na vitória em combate. Por sete décadas, os estrategistas dos Estados Unidos e aliados conduziram jogos de guerra que examinaram resultados possíveis em um conflito no Estreito de Taiwan e em outros cenários no Leste Asiático.

Na última década, várias simulações examinaram uma guerra de tiros (cinética) no oeste do Pacífico e no litoral asiático, colocando os Estados Unidos e aliados contra a China. Ocasionalmente, as forças russas cooperaram com a China.

O Pentágono reconheceu a realização de várias simulações de guerra sigilosas em 2020. Em março de 2021, o Yahoo News discutiu uma delas, uma simulação de guerra da Força Aérea dos Estados Unidos no período de 2030. O cenário começou com “um ataque de uma arma biológica chinesa que destruiu bases e navios de guerra dos EUA na região Indo-Pacífico”. Um exercício militar chinês camuflou “o desdobramento de uma força invasora massiva”, que lançou um “ataque relâmpago à ilha de Taiwan”.

Mísseis chineses atingiram “bases e navios de guerra dos EUA” em toda a região.

O Yahoo citou o tenente-general S. Clinton Hinote da Força Aérea dos EUA: “A resposta definitiva (da simulação) se os militares dos EUA não mudarem de curso é que vamos perder rápido”. Hinote acrescentou: “Mais de uma década atrás, nossas simulações de guerra indicaram que os chineses estavam fazendo um bom trabalho ao investir em capacidades militares que fariam nosso modelo preferido de guerra expedicionária, onde impulsionamos as forças e operamos a partir de bases e santuários relativamente seguros, cada vez mais difícil”.

Hinote não discutiu a perda dos EUA em navios e aviões ou mortos, feridos e capturados. Mas claramente os Estados Unidos perderam a campanha militar simulada.

Se a China tomasse Taiwan, então teria alcançado uma importante meta do PCC, com terríveis consequências militares, diplomáticas, econômicas e territoriais no mundo.

É tolice acreditar que uma intensa guerra envolvendo a China e os Estados Unidos ficaria confinada ao estreito de Taiwan e terminaria com a perda de Taiwan. Nesse cenário, os mísseis atingiram bases regionais dos Estados Unidos – ou seja, Japão, Coreia do Sul, Guam, talvez Austrália, Singapura e Havaí.

Dando um passo adiante. O que impede que esta guerra do Pacífico ocidental se transforme em uma guerra pela sobrevivência nacional?

A coluna da próxima semana examinará várias consequências muito desagradáveis de os Estados Unidos perderem uma guerra para a China. Um cenário analisa a erupção da guerra antes das eleições de 2024 nos Estados Unidos.

As opiniões expressas neste artigo são as pontos de vistas do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.

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