Conselheira de Biden diz que é preciso “reduzir Republicanos até as cinzas para não haver sobreviventes”

Fala não foi considerada "discurso de ódio" nem censurada em redes. Steve Bannon foi banido por uma figura de linguagem bem menos explícita

10/11/2020 18:34 Atualizado: 10/11/2020 18:34

Por Carlos de Freitas, Senso Incomum

Trinta anos depois do fim oficial da máquina soviética que arrastou em sua cauda mais de setenta milhões de mortos e a ideia de que um lado deve ser totalmente exterminado vem novamente à tona. Agora no país mais livre do mundo, supostamente.

Sempre comentada nos bastidores, como um segredo que todos conhecem, mas raramente dita de forma direta por seus representantes oficiais, a redução dos adversários políticos a pó começa a tomar corpo em discussões abertas.

Foi o que a analista política do Washington Post e conselheira de Joe Biden, Jennifer Rubin – uma espécie de Vera Magalhães com selo exportação -, deu a entender num programa da MSNBC, em 2019, ao dizer que “não é apenas Trump que tem que perder, mas todos os seus facilitadores. Precisamos coletivamente, em essência, queimar o Partido Republicano”.

Na última sexta-feira, Jennifer, a Miriam Leitão made in Taiwan, tuitou que qualquer republicano que apoiasse as alegações do presidente Trump sobre fraude eleitoral deveria ser rejeitado pela sociedade “educada”.

A nossa moral e a moral deles, diria Trotsky. Em nome da bondade futura e do paraíso na terra, é necessário que os desvios sejam contidos de imediato. Apoiar Trump, a despeito de todas as suas imperfeições ou erros políticos significa, aos olhos revolucionários, uma desorientação moral que pode e deve ser punida.

A mídia mundial, ao tratar Trump e Bolsonaro como párias e anti-democráticos, está firmando o terreno para que, no futuro, qualquer apoiador de ambos seja tratado da mesma forma e possa ser inviabilizado politicamente e até fisicamente. É uma preparação para o extermínio de milhões de pessoas que não aceitam a tutela midiática.

Ao censurar os tuítes do atual presidente americano contestando legitimamente, após inúmeras evidências de fraude, o resultado das eleições e permitir falas criminosas como a da jornalista militante de extrema esquerda, as redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram) deixam o seguinte recado: só um lado tem direito a total liberdade de expressão.

Proibindo as reportagens que denunciam o esquema da família Biden com a Ucrânia e permitindo que a hashtag “facada mal dada do car**lho” permaneça no seu trend topics, o Twitter reforça a narrativa de que, para obter seus fins, impedir um lado de se manifestar é legítimo. Já vimos isso acontecer e os resultados são uma vergonha para toda a sociedade humana.

Todo o saber que não vasculha na realidade suas premissas está condenado a deduzi-las pela ideologia e, com isso, apaga as tonalidades que tornam nossa existência tão complexa. Uma relação com a realidade perturbada dessa forma tende a se tornar mais violenta à medida que os seus impulsos são freados pela “moral tradicional”.

A mídia inteira está batalhando para construir uma nova moral, assim como o regime soviético o fez. Conforme Alain Besançon disse a respeito da falsificação comunista do bem, em A Infelicidade do Século: “O homem novo é aquele que faz sua a nova moral de dedicação absoluta aos fins, que se dedica a expulsar de si mesmo os restos da velha moral, aquele que os ‘inimigos de classe’ propagam para perpetuar o seu domínio.”

Nossa luta é contra essa nova velha moral esquerdista: a que tira do amor o afeto; do afeto, a consciência; da consciência. a liberdade. É o reinado dos slogans vazios.

 

Carlos de Freitas

Carlos de Freitas é o pseudônimo de Carlos de Freitas, redator e escritor (embora nunca tenha publicado uma oração coordenada assindética conclusiva). Diretor do núcleo de projetos culturais da Panela Produtora e editor do Senso Incomum. Cutuca as pessoas pelas costas e depois finge que não foi ele. Contraiu malária numa viagem que fez aos Alpes Suiços. Não fuma. Twitter: @CFreitasR

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