De que maneira o Brasil pode contribuir para solucionar a questão do Oriente Médio, com paz e segurança para todos e a erradicação do terrorismo? Fazendo o contrário daquilo que a diplomacia brasileira está fazendo sob o vil comando de Lula e seu assecla velhaco Celso Amorim, e retomando o caminho que abrimos com a política externa inovadora e enraizada no sentimento dos brasileiros, a política que o Presidente Jair Bolsonaro e eu próprio conduzimos em 2019-2021.
A partir de janeiro de 2019 (ou na verdade já a partir do período de transição, em novembro-dezembro de 2018), quando Chanceler do Governo Bolsonaro, concebi e executei a construção de uma verdadeira amizade com Israel, uma amizade que já existia no coração dos dois povos mas que vinha sendo sempre negada, abafada e contrariada pela casta diplomática brasileira que, na sua arrogância e insensibilidade, há décadas se considerava doutrinadora do povo, e não sua representante. Essa amizade começou a tomar forma nos últimos dias de 2018, quando, como Presidente Eleito, Jair Bolsonaro recebeu no Rio de Janeiro a visita do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, a primeira de um Chefe de Governo israelense ao Brasil na história, e consolidou-se na visita do Presidente Bolsonaro a Israel em abril de 2019.
Da árvore assim plantada nasceram muitos frutos nas áreas de tecnologia, saúde e comércio, mas principalmente a abertura de um novo caminho para o Brasil no mundo, como um país que rompe as barreiras do preconceito diplomático e dissipa a fumaça adormecedora da preguiça para olhar de frente a realidade e dizer: “A partir de nossos valores e ideais de uma nação em busca da verdade, e não negando o que somos e procurando nos ajustar num modelinho mentiroso, é que contribuiremos para a paz e a segurança, para a prosperidade e a dignidade humana no Oriente Médio, no mundo todo, e no próprio Brasil”.
Diziam os inimigos da verdade, internos e externos: “Vocês não podem fazer isso. Aproximando-se de Israel vão alienar os países árabes”. Pois trabalhamos duro e conseguimos construir o que parecia impossível: uma nova e também muito mais produtiva amizade também com os países árabes, ao lado de Israel, como ficou evidenciado na também histórica visita à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, em outubro de 2019.
Essa obra não veio do nada. Tive eu próprio inúmeros encontros com vários líderes do mundo árabe, como os chanceleres da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes e do Marrocos com o primeiro-ministro Netanyahu, com várias figuras internacionais, enquanto meus colegas diplomatas que compuseram minha equipe no Itamaraty também se desdobravam, tudo para preparar a nova estrada.
Ao mesmo tempo, passamos a tratar o Irã, grande parceiro dos governos anteriores do PT, com grande distância — não de maneira arbitrária, mas porque os amigos tanto israelenses quanto árabes apontavam no Irã o grande inimigo da paz e da concórdia no Oriente Médio, inclusive como promotor do terrorismo no Líbano, no Iraque, na Síria, no Iêmen e em outros lugares. A comunidade internacional precisava isolar o Irã e o estava fazendo — pelo menos os países amantes da paz —, e o Brasil passou a fazer parte desse necessário isolamento.
Quando os Estados Unidos eliminaram um grande agente terrorista iraniano, Soleimani, ao invés de condenar a ação dos EUA, como muitos queriam; ao invés de se esconder debaixo da cama, como mandava o manual da covardia que eu rasguei e joguei no lixo, o Brasil aplaudiu. Não coloca a nossa Consituição, entre os princípios do relacionamento internacional, o repúdio ao terrorismo? Como se repudia o terrorismo? Oferecendo flores? Lamentando a morte de terroristas? Condenando os que enfrentam esse flagelo?
Muitos raciocinavam sob a premissa de que o Brasil está imune ao terrorismo, e que não podemos ser duros contra os terroristas sob o risco de sofrermos também ataques desse crime hediondo. Esse raciocínio é, antes de tudo, moralmente degradante, ao pressupor que devemos nos abster de criticar a bandidagem para ver se o bandido não nos atinge. E é também falso, pois o Brasil não está de forma nenhuma imune ao terrorismo. O terrorismo já atua em nossa região há muitos anos. Terroristas explodiram a Associação Israelita de Buenos Aires em 1994, matando 85 pessoas. As investigações apontaram para o Irã e as autoridades judiciárias argentinas vieram a pedir inclusive a inserção do Presidete do Irã à época do atentado, Akbar Rafsanjani, na lista de procurados da Interpol. Dois suspeitos de participação no atentado, Ahmad Vahidi e Mohsen Rezai, vieram a ocupar cargos no atual governo iraniano presidido por Ebrahim Raisi, nas funções de Ministro do Interior e Vice-Ministro de Economia, respectivamente.
Com a chegada de Hugo Chávez ao poder, em 1999, a Venezuela tornou-se o grande polo e agência regional do terrorismo, albergando tanto terroristas regionais das FARC e ELN quanto, cada vez mais, iranianos do Hezbollah, um dos principais braços terroristas do regime iraniano, juntamente com o Hamas. Tudo indica que o Hezbollah há anos atua livremente na Venezuela e, a partir dali, em vários outros países da região, inclusive no Brasil, havendo desenvolvido, segundo muitos especialistas, uma profunda cooperação com o PCC.
Sim, o crime organizado brasileiro (não só o PCC) tem —com altíssima probabilidade — amplas conexões com o terrorismo internacional (não só o Hezbollah). Esses exércitos do crime criaram uma ampla rede de financiamento, tráfico e treinamento que envolve o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas e o abominável tráfico de crianças. O submundo global do crime, hoje, é entrecortado por canais que comunicam todos esses agentes e todas essas formas de matar, roubar e destruir, inclusive os canais de corrupção endêmicos na América Latina e os governos narco-socialistas corruptos que hoje infestam nossa região. Lavagem de dinheiro, armas, respaldo político — tudo isso circula livremente nessa espécie de “gobalização subterrânea”, eficiente e mortífera. Grandes potências, como a Rússia e a China, se não apoiam diretamente o terrorismo, apoiam governos que apoiam criminosos terroristas. O eixo totalitário China-Rússia-Irã proporciona o arcabouço estatal e geopolítico externo para essas entranhas podres do crime e da vileza.
No Governo Bolsonaro, nós — pelo menos nós no Itamaraty — olhamos essa realidade de frente e agimos a partir dela. Não fizemos de conta que não era conosco. Não dissemos “só o que importa é o comércio”, fechando os olhos para o resto, pois cada dia em que você diz “só o que importa é o comércio” é um dia no qual o crime ganha e chega mais perto da sua casa e da sua família. Mudamos de marcha nas relações com países que fazem parte, de uma forma ou de outra, do esquema corrupção-crime-terrorismo, mantendo um diálogo correto, mas sem deixar que países com um projeto de mundo tenebroso, dominado pela máfia e pelo “socialismo com características chinesas”, determinassem as nossas decisões estratégicas. “Ah, mas são países muito grandes”. Sim. O Brasil também é grande.
O Brasil não se assusta — ou não se assustava no meu tempo — na hora de trabalhar pelo bem do seu povo. Fomos firmes, e fomos respeitados (até que agentes políticos brasileiros sem respeito próprio começaram a trabalhar abertamente pelos poderes totalitários estrangeiros). Enquanto fui Chanceler, nossas exportações para o Irã e para a China, por exemplo, aumentaram. Mostramos que bajulação de totalitário, além de indigno, não é necessário para gerar comércio. Não trocamos nossa balança moral pela nossa balança comercial, e nossa balança comercial de qualquer forma aumentou.
Na América Latina, trabalhamos intensamente para acabar com o que era o principal ninho de rato criminoso e terrorista da região: o regime de Maduro na Venezuela. Conseguimos isolá-lo diplomaticamente, pelo menos dentro do mundo democrático, e essa abjeção bolivariana somente sobreviveu pelo apoio in extremis dos seus grandes amigos russos e chineses. Ademais, colocamos o Brasil dentro da aliança que então se formou entre os países democráticos das Américas para o combate ao terrorismo, tendo como pilares o Brasil e os EUA. Sim, se as forças simpáticas ao crime nos tivessem deixado trabalhar, teríamos construído, sob liderança brasileira e americana, um continente muito mais seguro — além de muito mais próspero.
Essa foi nossa concepção. Novas alianças, efetivas, com países com os quais possuímos afinidades básicas e objetivos comuns de liberdade e justiça, para enfrentar as imensas ameaças verdadeiramente existentes, ou seja: o grande projeto totalitário representado pelo eixo China-Rússia-Irã-Foro de São Paulo (com o Great Reset junto, pois Davos e a ONU são hoje sócios dos países totalitários em um grande movimento desumanizante e escravizador); e o crime organizado, aliado ao terrorismo, e que atua em nosso próprio país e região em torno dos mecanismos da corrupção, do narcotráfico e outras mazelas.
E estávamos tendo êxito. Essa política do Brasil contribuiu para grandes avanços, até 2021, na segurança e na paz do próprio Oriente Médio — o que, repito, é fundamental para o Brasil, pois derrotar o terrorismo lá significa enfraquecer o crime organizado, o terrorismo e a corrupção aqui, no Brasil e nas Américas. Naquele momento, graças à reorieentação da política dos EUA, do Brasil e de outros países, o Irã e seus braços Hamas e Hezbollah estavam contra a parede. O terrorismo ficava sem fôlego, e Israel e árabes assinavam acordos históricos. Em janeiro de 2020, uma proposta de paz viável com a criação de um Estado palestino era lançada pelos EUA e Israel, com apoio do Brasil. As janelas estavam abertas para um mundo completamente novo.
Onde estamos hoje?
O governo Lula, com sua política externa de inserção do Brasil no bloco totalitário global, retomou a atitude de indiferença, antipatia e quase hostilidade para com Israel. Abriu os braços para o Irã recebendo com festa os seus navios de guerra e ajudando a validar no BRICS esse Estado opressor de seu povo e financiador de assassinos. Tratou a pão-de-ló os tiranos pró-terroristas Maduro e Diaz Canel. E legitimou o Hamas, com Celso Amorim dizendo, por exemplo, que é “encorajador que possa ter um papel central na restauração dos direitos palestinos” entre tantos outros gestos de simpatia para com a bandidagem, nacional e internacional.
Resultado: com Lula e Amorim, o Brasil contribuiu para empoderar os planejadores e os autores de um dos ataques terroristas mais sanguinários da história mundial e o mais brutal já sofrido por Israel, com três vítimas brasileiras fatais, assassinadas pelo Hamas, e outros brasileiros sequestrados pelos mesmos terroristas.
Em suma: trabalhar contra o terrorismo favorece a paz e a segurança. Adular terroristas só favorece o terrorismo.
E por que razão Lula e sua turma não querem condenar o Hamas? Não é apenas pela inimizade histórica que todos os comunistas e totalitários, desde Stalin até os tiranos do eixo Pequim-Moscou-Teerã-Caracas, passando obviamente pelos genocidas nazistas, dedicam à nação judaica e à ideia de um Estado judeu digno e soberano (não esquecendo que Karl Marx, apesar de sua origem judaica, encravou o anti-semitismo no cerne de sua doutrina, com o asqueroso ensaio “Sobre a Questão Judaica”, que os marxistas, desde 1843, tentam esconder debaixo do tapete). O governo Lula não condena o Hamas porque o Hamas faz parte da sua rede de amigos e de sustentação no poder. Se o Hamas for destruído, toda essa rede sai perdendo. Se o terrorismo for destruído no Oriente Médio, quem sabe o que acontecerá com o terrorismo corrupto narco-socialista na América Latina associado ao eixo totalitário global?
Enquanto isso, é importante que as pessoas saibam que já existiu, por um curto e intenso período, uma política externa brasileira verdadeiramente amiga não só de Israel, mas também dos países árabes e de todos os povos que sofrem com a opressão e o terrorismo (inclusive o povo palestino, o povo iraniano, o povo russo, o povo chinês, o venezuelano, o cubano e tantos outros). Uma política externa brasileira aliada, antes de tudo, do povo brasileiro.
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As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times