Matéria traduzida e adaptada do inglês, originalmente publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O que há com a palavra “arte”?
Pronuncie-a, e o QI de pessoas suscetíveis é instantaneamente reduzido pela metade (Já vi casos em que foi diminuído em 87%).
Normalmente pessoas sensatas que não apreciam ser feitas de bobas ficam paradas enquanto alguém lhes diz que um charlatão fazendo um vídeo escalando nu um andaime enquanto aplica vaselina em partes sensíveis do corpo é “o artista americano mais importante de sua geração”.
Em vez de jogar algo macio e podre nesses impostores, elas acenam solenemente e alcançam suas carteiras.
Elas estão ansiosas, quando recebem um convite do Museu de Arte Moderna ou de alguma instituição similar, para vestir-se elegantemente e ir ao evento super exclusivo à noite, onde dezenas de pessoas bonitas se alinham para tomar champanhe e admirar um tanque cheio de formaldeído e um tubarão-tigre morto.
O que há com a palavra “arte” que a dota dessa propriedade destrutiva da mente e do caráter?
Por que ela induz a um palavrório incontrolável, sem mencionar a extravagância sem limites, entre almas normalmente sensatas?
Uma resposta completa nos levaria profundamente à patologia de nosso tempo.
Tem algo a ver com o que chamei em outro lugar de institucionalização da vanguarda, o projeto contraditório pelo qual os tiques e atitudes excêntricas da vanguarda se tornam mainstream.
O resultado meio cômico, meio desprezível é que adultos burgueses comuns se encontram na embaraçosa posição de celebrar as ações juvenis e anti-burguesas de pessoas que os detestam.
Nosso uso equivocado da palavra “arte” também tem algo a ver com a tendência de nossa era de buscar na arte satisfações espirituais tradicionalmente proporcionadas pela religião.
“Depois que se abandonou a crença em Deus,” observou Wallace Stevens, “a poesia é essa essência que assume seu lugar como redenção da vida.”
Essa, de qualquer maneira, é a ideia, embora exatamente que tipo de “redenção” pode ser encontrada em grande parte do que é chamado de “arte” hoje seja outra questão.
Considere o caso de Millie Brown, a “artista de performance inglesa conhecida por seu trabalho envolvendo vômito.”
Sim, é isso mesmo. Esta pensadora profunda bebe leite colorido e depois o regurgita sobre uma tela.
Esta é a sua reivindicação à imortalidade.
O Daily Mail em 2013 comparou Millie Brown a Jackson Pollock.
Pessoas—não pessoas de arte—costumavam dizer com desprezo que seu filho de 5 anos poderia pintar algo indistinguível de uma pintura de Jackson Pollock. Talvez sim.
Ms. Brown foi um passo além: suas criações são indistinguíveis das “criações” de crianças de 1 ano, cujas telas são produtos não de suas mãos, mas de outros órgãos.
A parte mais ridícula—ou é a mais triste?—desta farsa toda é a pretensão de que há algo de novo no que Millie Brown tem a oferecer.
“Tenho um desejo inerente de ultrapassar meus próprios limites dentro da minha arte,” ela diz.
Mas já fizemos isso, já estivemos lá.
Em 1961, Piero Manzoni produziu 90 latas de seu próprio excremento. Exemplos deste trabalho de edição limitada ocupam um lugar de destaque em vários museus, incluindo o Tate. (Uma lata foi vendida por mais de $200,000 em leilão.)
E então houve o estudante da Ontario College of Art and Design que em 1996 ultrapassou seus próprios limites com uma “obra de arte” que consistia nele vomitando em pinturas de outros, um Piet Mondrian em Nova York e um Raoul Dufy em um museu em Ontario.
A verdade é que, retórica contrária não obstante, não há nada de novo ou “desafiador” nos “artistas” que povoam os bairros modernos da arte contemporânea.
Todos os seus movimentos “chocantes” foram pioneirizados há muito tempo por Marcel Duchamp e seus companheiros dadaístas.
O que estes dadaístas tardios conseguiram é simplesmente a domesticação e rotinização da vanguarda.
Eles preservam os gestos, mas falta-lhes o espírito.
Eles fingem ser “desafiadores” ou “transgressores” de fronteiras convencionais, mas todas essas fronteiras foram apagadas há muito tempo.
Eles são o gosto convencional de hoje.
A única coisa que esses “artistas” desafiam é nossa paciência.
É um espetáculo melancólico, para não dizer cansativo.
O que isso diz sobre nossa cultura é em parte deprimente, em parte indignante.
O aspecto realmente impressionante da coisa toda é que esses “artistas” realmente parecem acreditar que são pioneiros estéticos e existenciais corajosos.
É desprezível, sim, mas também muito triste.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times