Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Muitos americanos provavelmente esqueceram o acalorado debate entre os ancestrais das treze colônias em 1775–1776. À beira da Revolução Americana, eles refletiam: “Temos virtude suficiente para nos governar?”
Criar uma república significava autogovernança sem um rei, exigindo que as pessoas respeitassem um pacto entre si — um desafio que seria impossível se fossem egoístas e corruptas.
O primeiro pacto desse tipo na América do Norte foi o Pacto do Mayflower, assinado por 41 Peregrinos ao desembarcarem em Plymouth, Massachusetts, levando à primeira colônia autogovernada no Nordeste.
Os Fundadores entendiam a necessidade da virtude para construir uma sociedade. Benjamin Franklin afirmou: “Somente um povo virtuoso é capaz de liberdade. À medida que as nações se tornam corruptas e viciosas, mais necessidade têm de mestres.” Da mesma forma, George Washington elogiou a Constituição como o “paládio dos direitos humanos,” mas alertou que ela só duraria enquanto a virtude permanecesse entre o povo.
A reforma moral de 1775–1776
Em 1775, a opinião pública inclinava-se para a independência. No entanto, os americanos questionavam sua prontidão moral para o autogoverno. Grandes figuras como John Jay, Robert Morris, Robert Livingston e John Dickinson estavam entre os que tinham dúvidas.
Ainda assim, a opressão britânica gradualmente acendeu o fervor patriótico, inspirado por líderes de “virtude admirada,” como John Adams, George Washington, Richard Henry Lee e Josiah Quincy.
O panfleto Common Sense de Thomas Paine teve grande repercussão, vendendo meio milhão de cópias em uma população de 2,5 milhões. Paine argumentava que os americanos, industriosos e frugais, eram muito menos corruptos que os europeus, que se entregavam ao “luxo, indolência, divertimento e prazer.” Esse sentimento fomentou o orgulho nacional e a virtude pública.
Em 1775–1776, uma onda de autoexame tomou conta dos americanos, enquanto jornais destacavam as deficiências sociais. Isso levou a um movimento de auto sacrifício e reforma nas colônias, com muitos americanos percebendo suas responsabilidades para com a comunidade.
Um historiador descreveu esses anos como um período de união e renúncia, em que as comunidades deixaram de lado disputas mesquinhas e se uniram em propósito.
O boicote de auto sacrifício
Antes da independência, para persuadir a Inglaterra a permitir o autogoverno das colônias, os americanos impuseram um boicote voluntário aos produtos ingleses importados. Esse boicote causou dificuldades financeiras para muitos, mas as pessoas participaram de bom grado.
Um jovem James Madison glorificou essa unidade, observando que “um espírito de liberdade e patriotismo anima todos os graus e denominações de homens.”
Para entender a ansiedade daquela época, é preciso considerar o contexto histórico: os americanos questionavam se eles e as gerações futuras poderiam ser virtuosos o suficiente, sabendo que, sem virtude, a república e a Constituição seriam insustentáveis.
Após o sucesso da Revolução, Samuel Adams expressou sua gratidão, dizendo: “Agradeço a Deus por ter vivido para ver meu país independente e livre… isso depende de sua virtude.” Seu primo John Adams, mais tarde o segundo presidente, afirmou: “Nossa Constituição foi feita apenas para um povo moral e religioso. Ela é totalmente inadequada para o governo de qualquer outro.”
De onde vem a virtude
Os Fundadores estavam preocupados em como garantir que as pessoas possuíssem virtude. Eles acreditavam que a virtude não é hereditária nem inerente; ela deve ser ensinada e praticada regularmente.
Eles identificaram três lugares-chave para o cultivo da virtude: o lar, a escola e a igreja. Benjamin Franklin enfatizou a importância de treinar a juventude em sabedoria e virtude, observando que “nada é mais importante para o bem público.”
Ele acrescentou que “hábitos ruins e vícios da mente, como doenças do corpo, são mais facilmente evitados na juventude do que curados na idade adulta.”
A raiz da virtude na fé
Os Fundadores entendiam claramente a ligação entre moralidade e fé. Eles acreditavam que a moralidade é enraizada na fé e não pode perdurar sem ela.
George Washington, em seu discurso de despedida, disse: “Nossa Constituição foi feita apenas para um povo moral e religioso. Ela é totalmente inadequada para o governo de qualquer outro.” Ele também observou que religião e moralidade são “apoios indispensáveis” para a prosperidade política, alertando contra a ideia de que a moralidade pode ser mantida sem religião.
Como a moralidade é vital para uma república, os Fundadores levantaram uma questão crucial: como a moralidade de uma nação pode ser preservada? Eles abordaram isso no próximo princípio fundamental.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times