Por Sergio de Mello, Instituto Liberal
No Livro Negro da Nova Esquerda, de Agustin Laje e Nicolas Marques, publicado pela Editora Danúbio, de Curitiba, edição 2018, esses dois argentinos teorizam e trazem a práxis do feminismo argentino, o qual, no dizer deles, em nada se diferencia dos outros feminismos em outros terrenos. O que é dito na obra valeria para todos os lugares onde, como fenômeno cultural e até político, o feminismo se instalou para trazer aquilo que é sua própria vocação atual: matar, roubar e destruir.
Do início da luta legítima das mulheres para o que hoje ainda permanece com o mesmo nome (feminismo), muita coisa mudou. Por conta da hybris ideológica, inerente a regimes totalitários como nazismo, socialismo e comunismo, o projeto mental de construção ideológica saiu do plano abstrato e tomou conta do imaginário popular subversivo, gerando a guerra de sexos como substitutivo da antiga luta de classes econômica.
A terceira onda do feminismo é representada por mulheres colocando para fora todo o ódio contra o homem como se ele fosse o culpado de todas as suas misérias femininas ou sociais. O que não tinham na primeira onda (nem disso se cogitava), nem na segunda, encontrou, agora, a porta aberta para se expressar dessa forma a qualquer custo (do capitalismo, do cristianismo, da família, da maternidade, da vida humana intrauterina, do bom relacionamento entre os sexos, enfim, de tudo que envolve a relação homem-mulher).
O que sobra da primeira onda do feminismo são conquistas dignas de nota e direitos pelas mulheres até então não alcançados. No mais, quanto ao nome “feminismo”, as feministas que cospem quando falam e que deixam crescer pelos em axilas, além de outras práticas muito mais bizarras que essas, pegaram-no emprestado da primeira onda e dele se valem politicamente para algo ainda a ser conquistado.
Encarrego-me, neste texto, de mostrar o lado mais cruento e indigno do feminismo de terceira onda, por mim chamado de feminismo tóxico, que chega ao status de feminismo mainstream em terras hermanas. A adjetivação dada ao livro mencionado no começo (“negro”) já denota o que vem nele escrito: muita coisa bizarra que não chega nem perto de representar o que era o movimento legítimo das mulheres de sua época inicial.
Da teoria à práxis, a obra coleta alguns exemplos do que a militância feminista de nossos tempos é e pode oferecer e alcançar através de sua luta política. O feminismo na Argentina é bem “variado” em relação a nomes e siglas: todos os movimentos são partidários da esquerda ideológica e política.
Um dos movimentos feministas argentinos mais conhecidos é o Pan y Rosas, decorrente do Partido Socialista dos Trabalhadores (PTS). Esta organização se apresenta como um movimento que tem como bandeira a luta contra o capitalismo. Ou seja, a luta das mulheres se confunde com a luta anticapitalista. Portanto, somente a revolução social, dirigida por milhões de trabalhadores em aliança com os pobres e todos os setores oprimidos por esse sistema, que acaba com as cadeias do capital, pode lançar as bases para a emancipação das mulheres. Este grupo promove uma série de cursos chamados de “oficinas de gênero e marxismo”, alguns de seus módulos intitulados “A intersecção entre gênero e classe”, no qual estudam as referências do feminismo pedófilo de Kate Millet, e “O Marxismo e Feminismo Pós-Marxista”, onde as teorias de Laclau, Mouffe e, é claro, a teoria Queer de Butler se destacam. Pan y Rosas dedica-se principalmente à militância de rua e à formação de quadros feministas.
Outro movimento feminista que se destaca é o “La Revuelta”, em cujo site pode-se ver que é ensinado como abortar. Lê-se nele “Abortamos irmanadas, abortados em manada”. Dedicam-se principalmente à perturbação urbana, estragando espaços públicos e privados com pichações. Outras frases são encontradas: “Insubmissas ao serviço familiar obrigatório”, “Não quero tua cantada, quero que você morra”, “Eu abortei, tua mãe também”, “O aborto não tira férias”, “Vamos atacar úteros contra o capital!” “Putas ou santas, mulheres abortam até na Semana Santa”. Explicando o porquê do nome deste movimento, uma de suas dirigentes fala: “Alvoroço, gritaria causada por uma ou mais pessoas, sobressalto, inquietude, motim, sedição, rebelião contra a autoridade, revolta, revolução”. A revolta delas está bem clara quando denuncia o capitalismo como forma de opressão, usando a seguinte expressão: “denunciamos esta construção capitalista e patriarcal do sexo masculino hegemônico mundial, em que os corpos das nossas mulheres têm sido e são o território no qual foi construído, impondo-nos seu conhecimento androcêntrico”. O dia 7 de março é por elas celebrado como o dia da visibilidade lésbica, com o lema “não somos irmãs, nós comemos a b.”.
A organização “La Revuelta” é parte de uma rede feminista para a qual várias organizações convergem, chamadas “Salva-Vidas na Rede”. O principal objetivo é promover abortos caseiros e, por isso, difundem, por exemplo, manuais sobre como matar em casa o filho que ainda está no ventre materno, tal qual um deles, intitulado “Como Fazer um Aborto com Comprimidos. Instrução passo-a-passo”, deixando até mesmo contato telefônico para maiores instruções. Em 2014, eles ajudaram 1.650 mulheres a abortarem. Eles também têm um programa de rádio virtual chamado “Experiências Corpo-Aborteiras”, cujo slogan é “tornar as práticas aborteiras visíveis como um gesto político”, considerando que o aborto seria um “enorme alívio” e “felicidade feminina”.
Foram criadas instituições cujo nome zomba do Cristianismo, ou até com o intento criminoso de cativar mulheres católicas, e que pregam o direito de decidir sobre o próprio corpo. Jesus já deixou dito que muitos virão em seu nome. Como exemplo existe a associação civil “Católicas pelo Direito de Decidir”. No site pode-se ler e fazer o download das seguintes publicações e livros que ali se encontram: Como fazer um aborto no hospital e não morrer na tentativa?, Direito ao aborto: Decálogo para a cobertura jornalística e Aborto em debate.
Uma outra organização feminista exclusivamente lésbica é “As Fulanas”, em cujo site diz: “Ser feminista significa para nós reconhecer a existência de um patriarcal heteronormativo (…) Nós acreditamos no socialismo como sistema de organização político-econômico, porque consideramos justa a propriedade pública dos meios de produção e administração em prol do interesse da sociedade em geral e não de determinadas classes ou grupos”. Participantes desta organização pintam espaços públicos escrevendo desta forma: “Como é dificil ser uma borboleta em um mundo de vermes capitalistas”.
Na referida obra ainda informa que muitas dessas organizações feministas e think tanks que promovem a ideologia de gênero e o aborto são muito bem recompensadas financeiramente por setores esquerdistas do poder financeiro mundial, como, por exemplo, a International Planned Parenthood Federation (IPPL), uma organização que administra um orçamento anual de 125 milhões de dólares, uma soma composta em grande parte de grandes doações da Ford Foundation e da Bill & Melinda Gates Foundation. Quem também financia é Warren Buffett, que já doou aqui mais de 289 milhões de dólares.
Uma descoberta interessante e fundamental foi que a filial americana da IPPL, a Planned Parenthood Federation of America, possui um negócio milionário com os fetos abortados, vendendo-os para a indústria cosmética, especialmente o colágeno, e traficando os órgãos. A pesquisa foi feita pelo Center for Medical Progress, que se deparou com conclusões hediondas, tudo com o intuito de maior lucratividade, como interrupção de fetos no último trimestre de gravidez e o uso de ferramentas para aumentar as chances de expulsá-los inteiros. Em uma das câmeras escondidas, o ginecologista Deborah Nucatola, diretor de serviços médicos da quadrilha criminosa em questão, reconhece o cuidado que deve ser tomado para não danificar certos órgãos que têm alto valor de mercado – e acrescenta: “Temos sido muito bons em obter coração, pulmão e fígado, porque tomamos cuidado para não esmagar essas partes (…) Para a caixa craniana, o bebê é removido das nádegas. Assim, se pode obter uma caixa craniana intacta”.
Foi verificado no site da IPPL que várias instituições argentinas receberam dinheiro: Salud Integral com Perspectiva de Gênero y Derechos recebeu 451.718 dólares; Católicas pelo Direito de Decidir receberam 244.320 dólares; a Anistia Internacional recebeu 44.850 dólares; o Centro de Estudos Legais e Sociais recebeu 32.500 dólares.
Sergio de Mello
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