Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A queda de Damasco cria uma crise de segurança imediata para os interesses americanos. Enquanto Washington debate as respostas apropriadas, os estoques de armas químicas e a infraestrutura militar de Assad ficam vulneráveis à exploração, transferência ou uso indevido.
Os relatórios de inteligência das últimas 24 horas exigem atenção. Instalações industriais próximas a Sheikh Najjar contêm precursores químicos e sistemas de entrega. Bases militares ao redor de Damasco abrigam armas sofisticadas que ameaçam as forças americanas e seus aliados. Relatórios recentes indicaram tentativas de acesso a esses estoques por parte de partidários do regime durante o colapso do governo.
Os Estados Unidos enfrentam três imperativos urgentes.
O primeiro requer a segurança e a neutralização das armas químicas antes que elas desapareçam nos obscuros mercados de armas da região. Todos os dias, esses arsenais permanecem sem segurança, aumentando os riscos de proliferação para células terroristas e estados hostis.
O segundo imperativo exige o estabelecimento de uma contenção robusta. O atual destacamento de 900 soldados dos EUA não tem recursos para monitorar instalações essenciais no leste da Síria. As forças americanas devem expandir sua presença em torno da infraestrutura principal e, ao mesmo tempo, coordenar com os parceiros regionais para evitar a transferência de armas.
Em terceiro lugar, a criação de zonas de proteção internacional é essencial para estabilizar as áreas civis e evitar o deslocamento em massa. Os fluxos de refugiados ameaçam a estabilidade da Jordânia e do Líbano. Somente uma liderança americana decisiva evita outra catástrofe humanitária.
O papel da Turquia exige um exame minucioso. Os serviços de inteligência do presidente Erdoğan operam livremente no norte da Síria, coordenando-se com vários grupos por meio de pontos de encontro próximos a Antakya. Essa presença próxima a instalações militares sensíveis cria riscos inaceitáveis de proliferação. A dinâmica regional favorece a ação imediata. A Rússia se concentra na Ucrânia, limitando sua capacidade de proteger os ativos militares sírios. O Irã perdeu seu principal canal de transferência de armas. Essas circunstâncias criam oportunidades para iniciativas de segurança lideradas pelos Estados Unidos.
Os críticos que defendem a paciência interpretam mal os imperativos estratégicos. Quando o ISIS tomou território em 2014, a hesitação se mostrou catastrófica. A situação atual apresenta riscos mais graves — sistemas de armas sofisticados combinados com cadeias de custódia incertas ameaçam a arquitetura de segurança regional. Os aliados do Golfo reconhecem esses perigos. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos entendem que as ameaças de proliferação exigem um forte envolvimento americano. Seu apoio financeiro e diplomático sustentaria as operações de segurança ao mesmo tempo em que demonstraria legitimidade internacional.
A posição de Israel é muito instrutiva. Um estoque de armas químicas sem segurança ao longo de sua fronteira norte representa riscos inaceitáveis. As forças israelenses que se mobilizam nas Colinas de Golã demonstram que a segurança regional exige atenção imediata.
A resposta dos Estados Unidos requer três etapas específicas:
1-Unidades especializadas devem ser mobilizadas para identificar e proteger as instalações de ADM. Essas equipes devem estabelecer o controle do perímetro em torno dos locais de armazenamento conhecidos e, ao mesmo tempo, coletar informações sobre possíveis locais não declarados.
2-É necessária a implementação de protocolos de monitoramento rigorosos. Os ativos de vigilância devem rastrear o movimento próximo a instalações sensíveis e, ao mesmo tempo, coordenar com parceiros regionais para evitar a transferência de armas.
3-É necessário estabelecer limites claros de segurança. As forças americanas devem manter posições defensivas em torno da infraestrutura crítica e, ao mesmo tempo, coordenar com os aliados para impedir o acesso não autorizado.
As experiências passadas oferecem lições claras. A proliferação de armas no Iraque após 2003 criou instabilidade regional. Os arsenais em colapso da Líbia armaram extremistas em todo o norte da África. Os estoques da Síria apresentam riscos semelhantes que exigem ação preventiva.
Washington precisa agir antes que as oportunidades desapareçam. Cada dia sem uma presença de segurança robusta aumenta os riscos de proliferação e enfraquece a posição estratégica dos Estados Unidos — a história julga duramente a hesitação quando interesses vitais exigem ação. A escolha que os formuladores de políticas enfrentam é clara: estabelecer estruturas de segurança abrangentes ou assistir à dispersão de armas sofisticadas em uma região instável. A liderança exige uma ação decisiva para proteger os interesses americanos e a estabilidade regional.
Os aliados observam enquanto os adversários investigam as defesas. As próximas ações dos Estados Unidos determinarão a arquitetura de segurança do Oriente Médio por décadas. Chegou a hora da ação decisiva.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times