COMENTÁRIO SETE
A História de Morticínio do Partido Comunista Chinês
Prefácio
A história do Partido Comunista Chinês (PCCh) foi escrita com sangue e mentiras. Os fatos por trás desta história sangrenta são tão extremamente trágicos quanto quase desconhecidos. Sob o regime do Partido, 80 milhões de chineses inocentes foram mortos, deixando para trás famílias devastadas. Muitas pessoas questionam-se por que o PCCh é tão assassino. Em novembro de 2004 o Partido reprimiu multidões que protestavam em Hanyuan com munição letal e desde 1999, até os dias atuais, continua com a sua perseguição brutal aos praticantes de Falun Gong; portanto, é inevitável para muitos imaginar se algum dia verão o dia em que PCCh dialogará pelas palavras, ao invés de pelas armas.
Mao Tsé-Tung resumiu o objetivo da Revolução Cultural: “[…] depois do caos, devolvemos a ordem ao país, mas em 7 ou 8 anos o caos precisa acontecer novamente”.[1] Em outras palavras, deverá haver uma revolução política a cada 7 ou 8 anos, e cada uma delas deve contar com um novo episódio de assassinato em massa.
Os massacres praticados pelo PCCh são produtos tanto da necessidade prática do Partido quanto da ideologia subjacente do Partido Comunista.
Ideologicamente, o PCCh acredita na “ditadura do proletariado” e na “revolução contínua comandada pela ditadura do proletariado”. Por isso, depois que tomou o poder na China, o Partido assassinou os senhores de terras para “resolver problemas” com as “relações de produção” nas áreas rurais; matou “capitalistas burgueses” para alcançar sua meta de reforma comercial e industrial e solucionar as “relações de produção” nas cidades. Depois que essas duas classes enfrentaram campanhas de extermínio, os problemas do Partido relacionados à “base econômica”[2] estavam basicamente endereçados. De modo similar, a resolução dos problemas relacionados à “superestrutura” também veio através de massacres. As supressões do Grupo Antipartido de Hu Feng e o Movimento Antidireitista alvejaram os intelectuais. Matar cristãos, taoístas, budistas e grupos folclóricos populares, foi para lidar com “o problema” das religiões. Assassinatos em massa durante a Revolução Cultural estabeleceram o monopólio da liderança absoluta do Partido tanto cultural quanto politicamente. O massacre da Praça da Paz Celestial foi usado para “prevenir crises políticas” e esmagar reivindicações democráticas. A perseguição ao Falun Gong foi destinada a resolver questões de crença e de cura tradicional. Todas essas ações foram necessárias para o Partido fortalecer seu poder e manter seu regime frente à contínua crise financeira (os preços dos bens de consumo dispararam depois que o PCCh tomou o poder e a economia da China quase quebrou depois da Revolução Cultural), a crise política (algumas pessoas não estavam mais seguindo as ordens do Partido e outras queriam compartilhar direitos políticos com o Partido) e crises de crença (a desintegração da antiga União Soviética, alterações políticas na Europa Oriental e a questão do Falun Gong). Com exceção da questão do Falun Gong, quase todos os movimentos políticos anteriores foram utilizados para revitalizar o espectro maligno do PCCh e incitar seu desejo por revolução e “luta”. O Partido também usou esses movimentos políticos para testar seus membros e eliminar aqueles que não atendiam aos seus requisitos.
Para o PCCh, matar também é necessário por razões práticas. O Partido Comunista começou como um grupo de bandidos e canalhas que assassinava para conseguir poder. Uma vez que seu poder se estabeleceu assim, não havia volta; portanto, terror constante foi necessário para intimidar as pessoas e forçá-las a aceitar, por meio do medo, a autoridade absoluta do Partido.
Superficialmente, pode parecer que os massacres praticados pelo PCCh foram cometidos passivamente, como se vários incidentes sociais simplesmente tivessem acontecido “acidentalmente” e irritado o espectro maligno comunista, acionando, também “acidentalmente”, o mecanismo assassino do Partido. Na verdade, esses incidentes servem para disfarçar a necessidade de matar do Partido, já que as chacinas periódicas são necessárias para o PCCh. Sem essas lições dolorosas, as pessoas poderiam pensar que o Partido estaria mudando e começariam a reivindicar democracia — exatamente como fizeram os estudantes no movimento pró-democracia de 1989. Recorrer ao morticínio a cada 7 ou 8 anos serve para reavivar a memória do povo a respeito do terror e fornece para as novas gerações um alerta: quem quer que trabalhe contra o PCCh, seja desafiando sua liderança absoluta ou tentando revelar a verdadeira história da China, experimentará o “punho de ferro da ditadura do proletariado”.
Matar se tornou um dos modos mais fundamentais para o PCCh manter o poder. Com a escalada de suas dívidas de sangue, se largasse o cutelo, encorajaria o povo a se vingar dos seus muitos crimes. Por isso, o Partido não somente precisou conduzir amplas e abundantes chacinas, como precisou executá-las da forma mais cruel possível para intimidar a população, principalmente no início, enquanto estabelecia seu regime.
Uma vez que o objetivo dos assassinatos era instaurar um reino saturado pelo terror, o PCCh selecionava arbitrária e irracionalmente os alvos para destruição. Em cada movimento político, usou a estratégia do genocídio. Na “Supressão aos Contrarrevolucionários”, por exemplo; o Partido não reprimiu os “comportamentos” reacionários, mas sim as “pessoas” que ele chamava de reacionários. Se uma pessoa houvesse se alistado e servido poucos dias no exército nacionalista do Kuomintang, mas não tivesse feito absolutamente nada de político depois que o Partido Comunista tomou o poder, esta pessoa poderia ser morta por causa de seu “histórico contrarevolucionário”. Durante sua campanha de “reforma agrária”, para remover a “raiz do problema” no campo, o Partido sempre matava os proprietários de terras junto com toda sua família.
Desde 1949, o PCCh perseguiu mais da metade da população da China. Cerca de 80 milhões de pessoas morreram por causas não naturais. Este número excede o número total de mortes nas duas Guerras Mundiais somadas.
Da mesma forma como em outros países comunistas, a matança desenfreada feita pelo PCCh também inclui eliminar brutalmente seus próprios membros para remover dissidentes que mantenham o senso de humanidade acima da natureza do Partido. O reinado de terror do PCCh recai igualmente sobre a população e seus membros, na tentativa de manter uma “fortaleza invencível”.
Em uma sociedade normal, as pessoas demonstram cuidado e amor umas pelas outras, levam a vida com respeito e dão graças a Deus. No Oriente, as pessoas dizem: “Não faça aos outros aquilo que você não quer que seja feito com você”.[3] No Ocidente, as pessoas dizem: “Ame ao próximo como a si mesmo”.[4] Ao invés disso, o PCCh diz que “A história de todas as sociedades até hoje é a história da luta de classes”.[5] Para manter viva a “luta” dentro da sociedade, é preciso gerar o ódio. O PCCh não se limita a realizar chacinas, ele também encoraja as pessoas a matarem umas às outras. Ele se empenha em eliminar a sensibilidade das pessoas em relação ao sofrimento alheio por meio de massacres constantes. O Partido quer que elas fiquem anestesiadas pela frequente exposição à brutalidade desumana e, consequentemente, desenvolvam a mentalidade de que o melhor que se pode esperar é evitar ser perseguido. Todas essas lições ensinadas através de uma repressão brutal permitem ao PCCh manter seu regime.
Juntamente com a destruição de incontáveis vidas, o PCCh também alvejou a alma do povo chinês. Grande parte da população ficou condicionada a reagir às ameaças do Partido, abrindo mão de seus princípios e de sua razão. De certa forma, a alma dessas pessoas morreu – algo mais assustador do que a morte física.
Massacre terrível
Antes do Partido Comunista Chinês chegar ao poder, Mao Tsé-Tung escreveu: “Definitivamente não aplicamos uma política de benevolência aos reacionários e às atividades reacionárias das classes reacionárias”.[6] Em outras palavras, mesmo antes do Partido tomar Pequim, sua mente já estava direcionada a agir tiranicamente sob o eufemismo da “Ditadura Democrática Popular”. A seguir estão alguns exemplos.
Supressão aos contrarrevolucionários e a reforma agrária
Em março de 1950, o PCCh anunciou suas “Ordens para Suprimir Severamente Elementos Reacionários”, conhecido historicamente como a campanha de “Supressão aos Contrarrevolucionários”.
Ao contrário dos imperadores que normalmente concediam anistia a todo o país depois que ascendiam ao trono, o PCCh começou a matar no minuto em que assumiu o poder. Mao Tsé-Tung disse em um documento que “Ainda há muitos lugares onde as pessoas estão intimidadas e não ousam matar abertamente os contrarrevolucionários em grande escala”.[7] Em fevereiro de 1951, a central do PCCh disse que, exceto na província de Zhejiang e no sul da província de Anhui, “outras áreas que não estão matando o suficiente, principalmente nas grandes e médias cidades, devem continuar prendendo e matando em maiores números e não devem parar tão cedo”. Mao até recomendou que “nas áreas rurais, para matar os reacionários, deve-se matar mais de um milésimo da população total. […] Nas cidades, deve ser menos de um milésimo.”[8] Naquela época, a população da China era de aproximadamente 600 milhões; essa “ordem real” de Mao pode ter ocasionado pelo menos 600 mil mortes. Ninguém sabe de onde surgiu essa razão genocida de um milésimo. Talvez, por capricho, Mao tenha decidido que essas 600 mil vidas seriam suficientes para estabelecer uma base de medo entre as pessoas, e assim ordenou que isso acontecesse.
Se aquelas pessoas mereciam ou não morrer, isso não era uma preocupação para o Partido. Os Regulamentos da República Popular da China para Punição dos Contrarrevolucionários, anunciados em 1951, diziam que até mesmo os que “espalhassem rumores” poderiam ser “executados à vontade”.
Enquanto a campanha de “Supressão aos Contrarrevolucionários” era firmemente executada, a “reforma agrária” também acontecia em grande escala. Na verdade, o PCCh tinha começado sua “reforma agrária” dentro das áreas ocupadas no final da década de 1920. Superficialmente, a “reforma agrária” parecia defender um ideal semelhante ao da Rebelião de Taiping[9]: todos teriam terra para cultivar, mas isso era somente uma desculpa para matar. Tao Zhu, que era o 4º na hierarquia do Partido, tinha um slogan para a “reforma agrária”: “Em todos os vilarejos, o derramamento de sangue; em todas as casas, a luta”, indicando que em todas as vilas os proprietários de terras deveriam morrer.
Uma reforma agrária poderia ter sido feita sem chacinas, da mesma forma que o governo de Taiwan realizou sua reforma, comprando a propriedade dos donos da terras. Entretanto, o PCCh se originou de um grupo de criminosos e marginais — “lumpemproletariado” — versados apenas na metodologia do roubo. Temendo ser alvo de vingança depois de saquear suas vítimas, o Partido naturalmente decidiu matá-las para evitar uma fonte de problemas em potencial.
A forma mais comum de matar durante a “reforma agrária” ficou conhecida como “sessão de luta”. O PCCh inventou crimes e indiciou os latifundiários ou fazendeiros abastados. Perguntaram ao povo como deveriam ser punidos. Alguns membros do Partido ou ativistas se infiltravam no meio da multidão e gritavam: “Nós deveríamos matá-los!”, e assim os senhores de terras e produtores rurais abastados eram executados. Naquela época, quem quer que possuísse terras nas vilas era classificado como “tirano”. Aqueles que tiravam vantagem dos camponeses eram chamados de “tiranos miseráveis”; os que frequentemente ajudavam consertando instalações públicas ou dando dinheiro para escolas e ajuda humanitária eram chamados de “tiranos gentis”; e aqueles que não faziam nada eram chamados de “tiranos mansos ou silenciosos”. Uma classificação como essa não tinha sentido, porque todos os “tiranos” acabavam sendo executados, independentemente da categoria à qual pertencessem.
No final de 1952, o número publicado pelo PCCh de “elementos reacionários” executados era de cerca de 2,4 milhões. Na verdade, o total de mortos entre os antigos oficiais distritais do governo do Kuomintang e os proprietários de terras foi de pelo menos 5 milhões.
A campanha de “Supressão aos Contrarrevolucionários” e a “reforma agrária” tiveram três resultados diretos. Primeiro, os antigos oficiais locais que foram selecionados pelo sistema independente dos clãs foram eliminados; desta forma, o Partido eliminou toda a administração do sistema anterior e implementou controle total sobre as áreas rurais, instalando uma filial do Partido em cada aldeia. Segundo, uma riqueza enorme foi obtida por meio do roubo e do saque. Terceiro, os civis foram aterrorizados pela supressão brutal contra os latifundiários e fazendeiros ricos.
A “Campanha Três-Anti” e a “Campanha Cinco-Anti”
A “Supressão aos Contrarrevolucionários” e a “reforma agrária” alvejaram principalmente o campo, enquanto que a “Campanha Três-Anti” e a “Campanha Cinco-Anti” foram responsáveis pelos genocídios nas cidades.
A Campanha Três-Anti começou em dezembro de 1951 e mirava a corrupção, o desperdício e a burocracia entre os quadros do Partido Comunista Chinês. Alguns oficiais corruptos do Partido foram executados. Logo depois, o Partido atribuiu a corrupção de seus oficiais do governo à tentação por parte dos capitalistas. Assim, foi lançada, em janeiro de 1952, a Campanha Cinco-Anti, contra suborno, evasão de impostos, roubo de propriedade do Estado, construção ilegal e espionagem de informações econômicas do Estado.
A Campanha Cinco-Anti foi, fundamentalmente, o roubo de propriedade de capitalistas, ou mais claramente, o assassinato de capitalistas pelos seus bens. Chen Yi, o prefeito de Xangai na ocasião, toda noite sentava-se no sofá com uma xícara de chá na mão e, serenamente, questionava: “Quantos paraquedistas há hoje?” – significando: “Quantos homens de negócio se suicidaram hoje saltando dos edifícios?” Nenhum capitalista podia escapar da Campanha Cinco-Anti. Foi exigido que eles pagassem os “impostos evadidos” de tempos que remontavam ao Período Guangxu (1875-1908) na Dinastia Qing (1644-1911), quando o comércio em Xangai foi inicialmente estabelecido. Os capitalistas não podiam arcar com esses “impostos” mesmo com toda a sua fortuna. E muitos, no auge do desespero e sem quaisquer opções, puseram fim à suas vidas. Amargamente, não ousavam fazer isso pulando no Rio Huangpu, porque se seus corpos não fossem encontrados o Partido os acusaria de terem fugido para Hong Kong, e os membros de suas famílias ainda seriam responsabilizados pelos “impostos”. Então, pulavam dos edifícios mais altos, deixando seus corpos para que o Partido pudesse ver a prova de suas mortes. Naquela época, dizia-se que as pessoas não ousavam andar perto dos edifícios em Xangai, por medo de serem atingidas por alguém pulando de algum deles.
De acordo com os Fatos das Campanhas Políticas Depois da Fundação da República Popular da China, coeditado em 1996 por quatro unidades governamentais, incluindo o Centro de Pesquisa Histórica do PCCh, durante a Campanha Três-Anti e a Campanha Cinco-Anti, mais de 323.100 pessoas foram presas e cerca de 280 cometeram suicídio ou desapareceram. Na “Campanha Anti-Hu Feng”, em 1955, pelo menos cinco mil pessoas foram incriminadas, 500 foram presas, 60 cometeram suicídio e 12 morreram de causas não naturais. Na subsequente “Supressão aos Contrarrevolucionários”, cerca de 21.300 pessoas foram executadas, e mais de 4.300 cometeram suicídio ou desapareceram.[10]
A grande fome
O maior número de mortos foi registrado durante a Grande Fome da China, logo após do Grande Salto para Frente.[11] O artigo “Grande Fome”, no livro Registros Históricos da República Popular da China relata: “O número de mortes não naturais e a redução de nascimentos de 1959 a 1961 é estimado em cerca de 40 milhões (…) O despovoamento da China em 40 milhões provavelmente será a maior fome do mundo neste século.[12]
A Grande Fome foi falsamente rotulada como um “Desastre Natural de Três Anos” pelo PCCh. Na verdade, esses três anos tiveram condições climáticas favoráveis sem nenhum grande desastre natural como enchente, estiagem, furacão, maremoto, terremoto, geada, neve, granizo ou praga de gafanhotos. O “desastre” foi totalmente causado pelo homem. A campanha do Grande Salto para Frente exigiu que todos na China se envolvessem na produção de aço, forçando os fazendeiros a deixarem suas colheitas apodrecerem no campo. Apesar disso, oficiais de todas as regiões aumentaram seus registros de rendimento de produção.
He Yiram, o primeiro-secretário do Comitê do Partido da prefeitura de Liuzhou, inventou da própria cabeça o rendimento fabuloso de “65 mil quilogramas de arroz por mu” no condado de Huanjiang. Isso foi logo depois do Plenário de Lushan, quando o Movimento Antidireitista do Partido Comunista Chinês se espalhou por todo o país. Para demonstrar que o Partido estava sempre certo, as colheitas foram expropriadas pelo governo como forma de taxação de acordo com essas alegações exageradas. Consequentemente, as rações de grãos, sementes e alimentos básicos dos camponeses foram todas confiscadas. Quando a demanda não podia ser atendida após tudo ser toomado, os camponeses eram acusados de esconder suas colheitas.
He Yiram disse uma vez que eles precisavam lutar para ficar em primeiro lugar na competição pelo maior rendimento, não importando quantas pessoas em Liuzhou morressem. Alguns camponeses foram privados de tudo, ficando somente com alguns punhados de arroz escondidos nos vasos sanitários. O Comitê do Partido do distrito de Xunle, em Huanjiang, até emitiu uma ordem proibindo cozinhar, impedindo os camponeses de comerem suas colheitas. Patrulhas eram conduzidas por milicianos à noite. Se eles vissem luz de fogo, procediam com uma busca e apreensão. Muitos camponeses não ousavam cozinhar nem cascas ou ervas selvagens e morreram de fome.
Historicamente, em tempos de escassez, o governo providenciava mingau de arroz, distribuía as colheitas e permitia às vítimas fugirem da fome. No entanto, o PCCh considerava a fuga da fome como uma desgraça ao prestígio do Partido e ordenava aos milicianos que bloqueassem as estradas para impedir que as vítimas escapassem da fome. Quando os camponeses estavam tão famintos a ponto de pegar cereais dos depósitos de grãos, o Partido ordenava que [guardas] atirassem na multidão para reprimir o saque e rotulavam os mortos como “elementos contrarrevolucionários”. Muitos camponeses morreram de fome em várias províncias, incluindo Gansu, Shandong, Henan, Anhui, Hubei, Hunan, Sichuan e Guangxi. Ainda assim, os camponeses famintos eram obrigados a participar dos trabalhos de irrigação, construção de barragens e fabricação de aço. Muitos caíam no chão enquanto trabalhavam e nunca mais se levantavam — mortos pela inanição. No fim, os que sobreviviam não tinham forças para enterrar os mortos. Muitas vilas foram destruídas enquanto as famílias morriam de fome uma após a outra.
Nas crises de fome mais graves da história da China antes do PCCh, existiram casos em que as famílias “trocavam suas crianças para comer”, mas ninguém jamais comeu seus próprios filhos. Entretanto, sob o regime do Partido, as pessoas eram levadas a comer aqueles que morriam, canibalizavam aqueles que fugiam de outras regiões e até matavam e comiam suas próprias crianças. O escritor Sha Qing descreve esta cena em seu livro Yi Xi Da Di Wan (Uma Terra Obscura de Bayou): “Em uma família de camponeses, um pai foi deixado apenas com seu filho e sua filha durante a Grande Fome. Um dia, a filha foi impelida para fora de casa pelo pai. Quando ela voltou, não encontrou seu irmão mais novo, mas viu óleo branco flutuando no caldeirão e uma pilha de ossos perto do forno. Alguns dias mais tarde, o pai acrescentou mais água no pote e chamou sua filha para mais perto. A menina estava amedrontada e, do lado de fora da porta, suplicou ao pai: ‘Papai, por favor, não me coma. Eu posso colher lenha e cozinhar para você. Se você me comer, ninguém mais fará isso para você’”.[13]
A extensão e o número de tragédias como essa são desconhecidas. Porém, o PCCh as deturpou como nobres e honrosas, alegando que estava liderando bravamente o povo para lutar contra os “desastres naturais”, e continua a vangloriar-se de ser “grande, glorioso e correto”.
Depois do Plenário de Lushan, em 1959, o General Peng Dehuai[14] foi despojado do poder por ter defendido o povo. Um grupo de oficiais do governo e membros do Partido que ousaram falar a verdade foram demitidos de seus postos, detidos ou investigados. Depois disso, ninguém ousou falar a verdade. Na época da Grande Fome, ao invés de falar a verdade, e para proteger suas posições oficiais, as pessoas escondiam os fatos sobre as mortes relacionadas à inanição generalizada. A província de Gansu até recusou ajuda de alimentos da província de Shaanxi, alegando que Gansu possuía grande suprimento de comida.
Esta Grande Fome foi também um teste para julgar os quadros do PCCh. De acordo com os critérios do Partido, os oficiais que resistiram a falar a verdade diante de dezenas de milhões de mortos de fome eram certamente “qualificados”. Com esse teste, o Partido podia então acreditar que nenhuma comoção humana ou princípio celeste se tornaria um peso psicológico que impediria seus oficiais de seguir a linha do Partido. Depois da Grande Fome, os oficiais provinciais fizeram autocríticas, mas apenas por uma questão de formalidade. Li Jingquan, o secretário do PCCh pela província de Sichuan, onde milhões de pessoas morreram de fome, foi promovido a primeiro-secretário do Departamento do Distrito Sudoeste do Partido Comunista Chinês.
Da Revolução Cultural e do Massacre da Praça da Paz Celestial ao Falun Gong
A Revolução Cultural foi formalmente iniciada em 16 de maio de 1966 e durou até 1976. Esse período foi chamado, até pelo próprio Partido Comunista Chinês, de “catástrofe de dez anos”. Mais tarde, em entrevista dada a um repórter iugoslavo, Hu Yaobang, o ex-secretário- geral do Partido disse: “Naquela época, cerca de 100 milhões de pessoas foram afetadas, o que significava um décimo da população chinesa”.
De acordo com Fatos das Campanhas Políticas Depois da Fundação da República Popular da China: “Em maio de 1984, depois de intensa investigação, verificação e recontagem pelo Comitê Central do Partido Comunista Chinês, os números relacionados com a Revolução Cultural eram: pelo menos 4,2 milhões de pessoas foram detidas e investigadas; 1.728 milhão de pessoas morreram de causas não naturais; 135 mil foram consideradas como contrarrevolucionários e executadas; 237 mil foram mortas; 7.03 milhões ficaram mutiladas em ataques com armas e 71.200 famílias foram destruídas”. As estatísticas compiladas dos anais distritais mostram que 7.73 milhões de pessoas morreram de causas não naturais durante a Revolução Cultural.
Além do espancamento de pessoas até a morte, o início da Revolução Cultural também gerou uma onda de suicídios. Muitos intelectuais famosos, incluindo Lao She, Fu Lei, Jian Bozan, Wu Han e Chu Anping, puseram fim nas próprias vidas neste período.
A Revolução Cultural foi o período esquerdista mais frenético na China. Matar tornou-se uma forma competitiva de exibir a posição revolucionária de alguém, então o massacre de “inimigos de classe” foi extremamente cruel e brutal.
Depois do fim da Revolução Cultural, a política de “reforma e abertura” favoreceu bastante a circulação de informações, o que possibilitou que muitos repórteres estrangeiros testemunhassem o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, e mostrassem na televisão os tanques perseguindo e esmagando estudantes universitários até a morte.
Dez anos depois, em 20 de julho de 1999, Jiang Zemin começou sua repressão ao Falun Gong. No final de 2002, informações confidenciais de fontes governamentais da China Continental confirmavam o encobrimento de mais de sete mil mortes em centros de detenção, campos de trabalhos forçados, prisões e hospitais psiquiátricos, com uma média de sete pessoas mortas por dia.
Hoje em dia, o Partido Comunista Chinês tende a matar bem menos do que no passado, quando milhões ou dezenas de milhões foram assassinados. Há duas importantes razões para isso. Por um lado, o PCCh distorceu a mentalidade do povo chinês com a cultura do Partido, tornando as pessoas mais cínicas e mais submissas. Por outro lado, por causa da excessiva corrupção e fraudes praticadas pelos oficiais do Partido, a economia chinesa se tornou um tipo de economia de “transfusão” que depende substancialmente do capital estrangeiro para sustentar seu crescimento e estabilidade social. O PCCh lembra vividamente das sanções econômicas que se seguiram ao Massacre da Praça da Paz Celestial e sabe que matar abertamente resultaria em uma retração do capital estrangeiro e colocaria em risco seu regime totalitário.
Entretanto, nos bastidores, o Partido nunca deixou de chacinar e, hoje, não poupa esforços para esconder as evidências sangrentas.
Formas extremamente cruéis de matança
Tudo que o Partido Comunista Chinês faz serve a um único propósito: adquirir e manter o poder. Matar é um mecanismo muito importante para o Partido manter seu poder. Quanto mais pessoas assassinadas e mais cruéis forem os métodos utilizados, maior será o impacto do terror destilado sobre a população. Esse terror começou pouco antes do conflito da China contra o Japão durante a Segunda Guerra Mundial (ou Guerra Sino-Japonesa).
Massacre ao norte da China durante a Guerra Sino-Japonesa
Ao recomendar o livro Inimigo Interno [Enemy Within], do padre Raymond J. De Jaegher e de Irene Corbally Kuhn[15], o ex-presidente dos EUA, Herbert Hoover, comentou que o livro expunha claramente o terror dos movimentos comunistas. Ele o recomendava a qualquer pessoa que quisesse entender como uma força profundamente perversa agia neste mundo.
Nesse livro, De Jaegher contou histórias sobre como o Partido Comunista Chinês usava a violência para aterrorizar as pessoas até a submissão. Ele relata, por exemplo, que nesse período, em uma vila, o Partido pediu a todos que fossem para a praça central. Professores levaram as crianças da escola para lá. A finalidade disso era assistir à execução de 13 jovens patriotas. Depois de anunciar as acusações fabricadas contra as vítimas, o Partido ordenou à uma professora horrorizada que fizesse as crianças cantarem canções patrióticas. Durante as canções, não havia dançarinos, mas um carrasco segurando uma faca afiada nas mãos — um feroz e jovem soldado comunista. Ele se posicionou atrás da primeira vítima, levantou rapidamente a grande e afiada faca, desferiu o golpe e a primeira cabeça caiu no chão. O sangue jorrava. O canto histérico das crianças se transformava em gritos, caos e choro. A professora continuou a marcar o ritmo, tentando não parar as canções; o toque de sino que ela segurava podia ser ouvido em meio ao caos.
O carrasco fez isso por 13 vezes, e 13 cabeças caíram no chão. Depois disso, alguns soldados comunistas se aproximaram, abriram com facas os corpos das vítimas e tiraram seus corações para um banquete. Toda essa brutalidade foi feita na frente das crianças, que ficaram pálidas de terror, e algumas começaram a vomitar. A professora repreendeu as crianças e as alinhou para que voltassem para a escola.
Depois disso, o padre De Jaegher frequentemente via crianças sendo forçadas a assistirem a execuções. As crianças se acostumaram com as cenas sangrentas e tornaram-se indiferentes às matanças; algumas até começaram a gostar da emoção.
Quando o PCCh sentia que esse tipo de chacina não era horrível nem excitante o suficiente, eles inventavam outros tipos cruéis de torturas. Por exemplo, forçavam a pessoa a ingerir uma grande quantidade de sal sem deixá-la beber água, e a vítima sofria até morrer de sede; ou deixavam a pessoa nua forçando-a a rolar sobre vidro quebrado; ou faziam um buraco em um rio congelado no inverno e jogavam a vítima dentro do buraco para que morresse afogada ou congelada.
De Jaegher escreveu que um membro do PCCh, na província de Shanxi, inventou uma tortura terrível. Um dia, quando andava na cidade, ele parou em frente a um restaurante e fixou os olhos em um grande caldeirão fervente. Mais tarde, ele comprou vários caldeirões enormes e imediatamente prendeu algumas pessoas que eram contra o Partido. Durante o breve julgamento, os caldeirões foram preenchidos com água e postos para ferver. Depois do julgamento, três vítimas foram deixadas nuas e jogadas dentro deles para ferverem até a morte. Em Pingshan, De Jaegher testemunhou um pai tendo sua pele arrancada enquanto ainda estava vivo. Os membros do Partido forçaram o filho dele a assistir e participar dessa tortura desumana, vendo o pai morrer em dor excruciante e ouvindo os gritos dele. Os membros do Partido jogaram vinagre e ácido no corpo do pai e assim toda sua pele foi rapidamente arrancada. Eles começaram pelas costas, depois subiram para os ombros e logo a pele de todo seu corpo foi arrancada, ficando somente com a pele da cabeça intacta. Seu pai morreu em minutos.
O Terror Vermelho durante o “Agosto Vermelho” e o canibalismo de Guangxi
Depois de ganhar controle absoluto de todo o país, o Partido Comunista Chinês não parou com sua violência. Durante a Revolução Cultural, essa violência se tornou ainda pior.
Em 16 de agosto de 1966, Mao Tsé-Tung se encontrou com os representantes da Guarda Vermelha na torre da Praça da Paz Celestial. Song Binbin, filha do líder comunista Song Renqiong, colocou um emblema da Guarda Vermelha em Mao. Quando Mao soube que o nome de Song Binbin significava gentil e educada, ele disse: “Nós precisamos de mais violência”. Então, Song mudou seu nome para Song Yaowu (literalmente, “quero violência”).
Ataques armados violentos espalharam-se rapidamente por todo o país. A geração mais jovem, educada sob o ateísmo comunista, não tinha medos nem preocupações. Sob a liderança direta do PCCh e guiada pelas instruções de Mao, a Guarda Vermelha, fanática, ignorante, começou a espancar as pessoas e a saquear casas por toda China. Em muitas regiões, todas as “cinco classes negras” (latifundiários, fazendeiros ricos, reacionários, maus elementos e direitistas) e os membros de suas famílias foram erradicados de acordo com uma política de genocídio. Um exemplo típico foi o condado de Daxing, perto de Pequim, onde, de 27 de agosto a 1º de setembro de 1966, um total de 325 pessoas foram mortas por 48 brigadas locais de 13 comunas populares. A pessoa mais idosa que foi morta tinha 80 anos, e a mais nova, somente 38 dias. Vinte e duas famílias foram totalmente aniquiladas, sem nenhum sobrevivente.
O espancamento de pessoas até a morte era uma cena comum. Na Rua Shatan, um grupo de homens da Guarda Vermelha torturou, com correntes de metal e cintos de couro, uma senhora de idade até que ela não pudesse mais se mexer, então uma mulher da Guarda Vermelha pulou sobre seu corpo e pisoteou seu estômago. A senhora morreu no local. Perto de Chongwenmen, quando a Guarda Vermelha encontrou a casa da “esposa de um latifundiário” (uma viúva solitária), eles forçaram cada vizinho a trazer um pote de água fervendo para o local e a jogar a água fervendo pelo colarinho da senhora até que seu corpo estivesse todo cozido. Alguns dias depois, ela foi encontrada morta no quarto, com seu corpo coberto por vermes. Havia muitas formas diferentes de assassinato, incluindo espancamento com bastões, cortes com foices e estrangulamento com cordas… A forma como os membros da Guarda Vermelha matavam os bebês era a mais brutal: o assassino subia em uma das pernas do bebê e puxava a outra, rasgando o bebê no meio. (Investigação do Massacre de Daxing, de Yu Luowen).[16]
O canibalismo de Guangxi foi ainda mais desumano do que o Massacre de Daxing. O escritor Zheng Yi, autor do livro Memorial Escarlate, descreveu o canibalismo em uma progressão dividida em três estágios.[17]
No estágio inicial, o terror era oculto e sombrio. Os anais do condado documentam uma cena típica: à meia-noite, os assassinos iam silenciosamente encontrar sua vítima e a abriam para retirar o coração e o fígado. Como eram inexperientes e estavam assustados, eles tiravam o pulmão por engano e então tinham de voltar e recomeçar o processo. Uma vez que tivessem o coração e o fígado cozidos, alguns traziam bebida de casa, outros traziam temperos, e então todos os assassinos comiam os órgãos humanos em silêncio à luz do fogo do forno.
No segundo estágio, o terror tornou-se aberto e público. Durante esse estágio, os assassinos veteranos tinham experiência de como remover corações e fígados com as vítimas ainda vivas, e ensinavam aos outros, refinando e aperfeiçoando a técnica. Por exemplo, ao abrir uma pessoa viva, os assassinos precisavam somente fazer um corte em cruz na barriga da vítima, pisar no seu corpo (se a pessoa estivesse amarrada em uma árvore, os assassinos batiam em seu baixo ventre com o joelho) e o coração e os outros órgãos simplesmente saltavam para fora. O assassino chefe ficava com o coração, o fígado e órgãos genitais, enquanto os outros pegavam o restante. Essas cenas infernais, tenebrosas e macabras eram adornadas com bandeiras vermelhas e slogans.
O terceiro estágio foi o enlouquecimento. O canibalismo se tornou um movimento massivo e generalizado. No condado de Wuxuan, como cães selvagens alimentando-se de corpos durante uma epidemia, as pessoas estavam enlouquecidamente devorando outras pessoas. Geralmente, as vítimas eram primeiro “criticadas publicamente”, para em seguida serem assassinadas e depois canibalizadas. Assim que a vítima caía no chão, morta ou viva, as pessoas tiravam as facas que traziam consigo e a rodeavam, cortando qualquer parte do corpo que pudessem segurar. Nessa fase, os cidadãos comuns estavam todos envolvidos no canibalismo. O furacão da “luta de classes” limpou das mentes das pessoas qualquer senso de pecado e de natureza humana. O canibalismo se espalhou como uma doença e as pessoas promoviam banquetes. Qualquer parte do corpo humano era comestível, coração, carne, fígado, rins, cotovelos, pés e tendões. Os corpos humanos eram cozidos de diferentes maneiras: fervidos, a vapor, grelhados, fritos, assados e feitos como churrasco. As pessoas bebiam licor ou vinho e se entretinham com jogos enquanto comiam corpos humanos. Durante o auge desse movimento, até o restaurante da mais alta organização do governo, o Comitê Revolucionário do Condado de Wuxuan, oferecia pratos feitos de carne humana.
Os leitores não devem cair no engano de acreditar que esse festival de canibalismo era simplesmente uma atitude desorganizada do povo. O Partido Comunista Chinês controlava cada célula da sociedade com seu totalitarismo. Sem o estímulo e manipulação do Partido, o movimento do canibalismo não poderia ter acontecido de maneira alguma.
Uma canção escrita pelo PCCh em louvor próprio diz: “A velha sociedade[18] transformou os seres humanos em fantasmas, a nova sociedade transformou os fantasmas em seres humanos”. Entretanto, esses banquetes de morte e de canibalismo nos dizem que o PCCh podia transformar um ser humano em um monstro ou demônio, porque o próprio Partido é mais perverso do que qualquer monstro ou demônio.
A Perseguição ao Falun Gong
Com a entrada do povo chinês na era dos computadores, das viagens espaciais e da possibilidade de falar de forma privada sobre direitos humanos, liberdade e democracia, muitas pessoas acreditam que essas atrocidades tenebrosas e repugnantes ficaram no passado — que o Partido Comunista Chinês vestiu roupas civis e preparou-se para se conectar com o mundo.
Mas isso está longe de ser verdade. Quando o PCCh descobriu que existia um grupo que não teme sua crueldade e sede de sangue, os meios usados pelo Partido Comunista Chinês se tornaram ainda mais insanos. O grupo que tem sido perseguido desta maneira é o Falun Gong.
A violência e o canibalismo da Guarda Vermelha na província de Guangxi visavam eliminar o corpo da vítima, matando a pessoa em alguns minutos ou horas. Os praticantes de Falun Gong são perseguidos para serem forçados a desistir de sua crença em verdade, compaixão e tolerância. Além disso, as torturas cruéis geralmente duram vários dias, meses ou mesmo anos. Estima-se que mais de 10 mil praticantes de Falun Gong morreram em consequência de tortura.
Os praticantes de Falun Gong que sofreram todos os tipos de torturas e escaparam das garras da morte registraram mais de 100 métodos cruéis de tortura; o que se segue são apenas alguns exemplos.
Espancamento é o método mais comum de tortura. A polícia e funcionários das prisões batem nos praticantes e também instigam outros prisioneiros a espancá-los. Muitos praticantes ficaram surdos, tendo o tecido externo de suas orelhas rompido, globos oculares esmagados, dentes quebrados, crânio, coluna vertebral, caixa torácica, clavícula, pélvis, braços e pernas quebrados, ou braços e pernas amputados por causa de espancamentos. Alguns torturadores puxaram e esmagaram impiedosamente os testículos de praticantes e deram pontapés nas áreas genitais femininas. Se os praticantes não cediam, os torturadores continuavam a bater até que a pele fosse arrancada e a carne ficasse exposta.
Choque elétrico é outro método geralmente usado nos campos chineses de trabalho forçado para torturar praticantes de Falun Gong. A polícia usa bastões elétricos para aplicar choques nas partes sensíveis do corpo, incluindo a boca, topo da cabeça, peito, órgãos genitais, quadris, coxas, solas dos pés, seios das mulheres e pênis dos homens. Alguns policiais deram choques nos praticantes com vários bastões simultaneamente até sentir o cheiro de carne queimada e as partes machucadas ficarem roxas e escuras. Algumas vezes, a cabeça e o ânus são eletrocutados ao mesmo tempo. A polícia muitas vezes usa dez ou até mais bastões elétricos simultaneamente para torturar os praticantes durante longo tempo. Normalmente, um bastão elétrico trabalha com dezenas de milhares de volts. Quando ele descarrega, emite uma luz azul com um som de tipo estático. Quando a corrente elétrica atravessa o corpo da pessoa, ela sente como se estivesse sendo queimada ou picada por serpentes. Cada choque é muito doloroso. A pele da vítima fica destruída e queimada e as feridas infeccionam. Há ainda bastões mais potentes e com voltagens mais altas que fazem a vítima sentir como se sua cabeça estivesse sendo martelada. Os corpos dos praticantes ficam completamente deformados pela tortura e cobertos de sangue, mas os guardas ainda jogam água salgada sobre eles e continuam a torturá-los com bastões elétricos. O cheiro de sangue e de carne queimando se misturam e os gritos de agonia são horríveis. Enquanto isso, os torturadores usam sacos plásticos para cobrir a cabeça dos praticantes em uma tentativa de fazer com que se rendam por medo do sufocamento.
A polícia também usa cigarros para queimar as mãos, rosto, solas dos pés, peito, costas, mamilos de praticantes e etc. Eles usam isqueiros para queimar as mãos e os órgãos genitais de praticantes. Barras de aço produzidas para tortura são esquentadas em fornos elétricos até que fiquem vermelhas em brasa. Então, são usadas para queimar as pernas dos praticantes. A polícia também usa carvão aceso para queimar a face dos praticantes. A polícia queimou até a morte um praticante depois de ele ter suportado inúmeras torturas cruéis, e alegou que sua morte foi uma “autoimolação”.
A polícia tem uma fixação bestial pelos seios e áreas genitais das praticantes. Eles estupram as praticantes mulheres individualmente ou em grupos. Além disso, a polícia deixa as praticantes nuas e as joga em celas cheias de prisioneiros do sexo masculino para que sejam estupradas. Usam bastões elétricos para dar choque em seus seios e órgãos genitais. Usam isqueiros para queimar seus mamilos e inserem bastões elétricos para dar choque em suas vaginas. Eles amarram juntas quatro escovas de dente e as introduzem nas vaginas das praticantes e giram, torcem e esfregam as escovas no interior do órgão. Prendem as partes íntimas das praticantes com ganchos de ferro. As mãos das praticantes são presas atrás das costas e seus mamilos são enganchados em arames por onde passa corrente elétrica.
Eles forçam os praticantes de Falun Gong a usarem “camisas de força”,[19] e então cruzam e amarram seus braços atrás das costas. Puxam os braços por cima dos ombros para frente de seus peitos, amarram as pernas dos praticantes e os penduram fora da janela. Ao mesmo tempo, amordaçam a boca com tecido e põem fones em seus ouvidos com mensagens contínuas difamando o Falun Gong. De acordo com a explicação de uma testemunha, as pessoas que sofrem essa tortura rapidamente têm os braços, tendões, ombros, pulsos e cotovelos quebrados. Praticantes torturadas assim por muito tempo têm a coluna vertebral quebrada e morrem em dor agonizante.
Eles também jogam os praticantes em prisões imundas. Eles pregam palitos de bambu embaixo das unhas dos praticantes e os forçam a ficar em quartos úmidos cheios de fungos de todos os tipos no teto, no chão e nas paredes, inflamando ainda mais seus ferimentos. Também usam cachorros, cobras e escorpiões para morderem os praticantes e injetam drogas que danificam o sistema nervoso. Estas são apenas algumas das formas pelas quais os praticantes são torturados nos campos de trabalho.
Luta cruel dentro do Partido
Como o PCCh unifica seus membros com base na natureza do Partido e não na moral e na justiça, uma questão central é a lealdade de seus membros, especialmente dos altos funcionários, ao líder supremo. O Partido precisa criar uma atmosfera de terror matando seus membros. Os sobreviventes então compreendem que quando o ditador supremo quer que alguém morra, essa pessoa morrerá miseravelmente.
As lutas internas dos partidos comunistas são bem conhecidas. Todos os membros do politburo do Partido Comunista Soviético nos primeiros 2 mandatos, exceto Lenin, que já estava morto, e o próprio Stalin, foram executados ou cometeram suicídio. No Exército Soviético, 3 dos 5 marechais, 3 dos 5 comandantes-em-chefe, todos os 10 comandantes-em-chefe secundários do exército, 57 dos 85 comandantes de corpo de exército e 110 dos 195 comandantes de divisão foram executados.
O PCCh sempre defende “lutas brutais e ataques impiedosos”. Essas táticas não miram apenas pessoas fora do Partido. Já no período revolucionário inicial, na ocupação comunista da província de Jiangxi, o PCCh já havia matado tantas pessoas [com o expurgo] da Divisão Antibolchevique (Divisão AB)[20] que poucas sobreviveram para lutar nas guerras posteriores. Na cidade de Yan’an, o Partido realizou sua campanha de “retificação”. Mais tarde, depois de tomar o poder, ele eliminou Gao Gang, Rao Shushi,[21] Hu Feng e Peng Dehuai. Na época da Revolução Cultural, quase todos os membros de alto escalão dentro do Partido foram eliminados. Muitos ex-secretários-gerais do PCCh foram denunciados ou presos.
Liu Shaoqi[22], um ex-presidente chinês que chegou a ser a figura número dois no país, morreu miseravelmente. No dia de seu 70º aniversário, Mao Tsé-Tung e Zhou Enlai[23] disseram a Wang Dongxing (principal guarda-costas de Mao) para trazer um rádio de presente de aniversário para Liu Shaoqi, para que ele ouvisse as notícias oficiais da 8º Sessão Plenária da 12ª Reunião do Comitê Central, em que se disse: “Expulsar para sempre do Partido o traidor, espião e renegado Liu Shaoqi e continuar expondo e criticando Liu Shaoqi e seus cúmplices por seus crimes de abuso de confiança e alta traição”.
Liu Shaoqi ficou mentalmente abalado e sua doença se deteriorou rapidamente. Como ele ficou preso amarrado a uma cama por longo tempo e não podia se mover, seu pescoço, costas, bacia e calcanhares ficaram cobertos com feridas purulentas. Quando sentia muita dor, ele agarrava as roupas, objetos e braços de outras pessoas e não soltava, então, as pessoas simplesmente colocavam uma garrafa de plástico duro em cada uma de suas mãos. Quando ele morreu, as duas garrafas tinham a forma de ampulhetas por conta da pressão exercida pelas suas mãos.
Em outubro de 1969, o corpo de Liu Shaoqi começou a apodrecer e o pus tinha um cheiro forte. Ele estava muito magro e à beira da morte. Mas o inspetor especial do Comitê Central do Partido não permitiu que ele tomasse banho ou trocasse de roupa. Ao invés disso, eles tiraram toda a sua roupa, enrolaram-no em um edredom, enviaram-no de avião de Pequim à cidade de Kaifeng e o trancaram no porão de um fortim. Quando ele tinha febre alta, eles não somente não lhe davam medicamentos, como também o deixaram sem qualquer tratamento, transferindo a equipe médica para outro lugar. Quando Liu Shaoqi morreu, seu corpo estava completamente desfigurado e com mais de 60 centímetros de cabelos brancos. Dois dias mais tarde, à meia-noite, ele foi cremado como alguém com doença altamente infecciosa. Sua cama, travesseiro e tudo mais foram queimados. No registro de sua morte consta: “Nome: Liu Weihuang; ocupação: desempregado; causa da morte: doença”. O PCCh torturou dessa forma um ex-presidente do país sem ao menos dar uma razão clara.
Exportando a revolução, matando pessoas no exterior
Além de matar pessoas com grande satisfação, dentro da China e do próprio Partido, utilizando uma variedade de métodos perversos e desumanos, o PCCh também participou do massacre de pessoas no exterior, incluindo chineses em outros países, ao exportar sua “revolução”. O Khmer Vermelho é um exemplo típico.
O regime do Khmer Vermelho, de Pol Pot, existiu apenas por quatro anos no Camboja. Ainda assim, de 1975 a 1978, mais de dois milhões de pessoas, incluindo 200 mil chineses, foram mortos nesse pequeno país com uma população de somente oito milhões de pessoas.
Os crimes do Khmer Vermelho são incontáveis, mas não serão discutidos aqui; contudo, precisamos falar sobre seu relacionamento com o PCCh.
Pol Pot venerava Mao Tsé-Tung. A partir de 1965, ele visitou a China quatro vezes e ouviu pessoalmente os ensinamentos de Mao. Já em novembro de 1965, Pol Pot ficou na China por três meses. Chen Boda e Zhang Chunqiao[24] discutiram com ele teorias do tipo “o poder político nasce do cano do fuzil”, “luta de classes”, “ditadura do proletariado” e assim por diante. Mais tarde, essas se tornaram as bases de seu regime no Camboja. Depois de voltar ao seu país, Pol Pot mudou o nome de seu partido para Partido Comunista do Camboja e estabeleceu bases revolucionárias de acordo com o modelo do PCCh, que é o de cercar as cidades a partir do campo.
Em 1968, o Partido Comunista do Camboja estabeleceu oficialmente um exército. No final de 1969, ele tinha pouco mais de 3 mil pessoas. Mas em 1975, antes de atacar e ocupar a cidade de Phnom Penh, ele tinha se tornado uma força de combate bem equipada e impetuosa de 80 mil soldados. Isso foi completamente devido ao apoio do PCCh. O livro Relato Documentado do Apoio ao Vietnam e a Luta contra a América, de Wang Xiangen,[25] diz que em 1970 a China deu a Pol Pot armamento para 30 mil soldados. Em abril de 1975, Pol Pot tomou a capital do Camboja e dois meses mais tarde foi à Pequim fazer uma visita ao PCCh e receber instruções. Obviamente, se a matança do Khmer Vermelho não tivesse sido sustentada pelo apoio ideológico e material do PCCh, ela não poderia ter acontecido.
Por exemplo, depois que os dois filhos do príncipe Sihanouk foram mortos pelo Partido Comunista do Camboja, esse partido obedientemente enviou Sihanouk para Pequim sob as ordens de Zhou Enlai. Era sabido que quando o Partido Comunista do Camboja matava as pessoas, eles “matavam até o feto” para evitar quaisquer problemas no futuro. Mas a pedido de Zhou Enlai, Pol Pot obedeceu sem protestar.
Zhou Enlai pôde salvar Sihanouk com uma única palavra, mas o PCCh não fez objeção aos mais de 200 mil chineses mortos pelo Partido Comunista do Camboja. Naquela ocasião, os chineses cambojanos foram à embaixada chinesa para obter ajuda, mas a embaixada os ignorou.
Em maio de 1998, quando aconteceu na Indonésia um massacre em larga escala incluindo morte e estupro contra pessoas de etnia chinesa, o PCCh não disse uma palavra; não ofereceu nenhuma ajuda e até impediu que a notícia se espalhasse dentro da China. O regime chinês não se importou com o destino dos chineses no exterior e nem mesmo ofereceu qualquer assistência humanitária.
A destruição da família
Não temos como contar quantas pessoas foram mortas nas campanhas políticas do Partido Comunista Chinês. Entre o povo, não há como fazer uma pesquisa estatística devido aos bloqueios e barreiras de informações entre as diferentes regiões, grupos étnicos e dialetos locais. O regime do PCCh nunca faria esse tipo de pesquisa, pois seria cavar seu próprio túmulo. O PCCh prefere omitir os detalhes ao escrever sua própria história.
É ainda mais difícil de descobrir o número de famílias prejudicadas pelo PCCh. Em alguns casos, o assassinato de uma pessoa desmantelava toda a família. Em outros, a família inteira era assassinada. Mesmo quando ninguém era morto, muitos chineses foram forçados a se divorciarem. Pais, filhos, mães e filhas foram forçados a renunciar a seus relacionamentos e às suas famílias. Alguns acabaram inválidos, outros enlouqueceram e muitos morreram jovens em decorrência das doenças graves causadas por torturas. O registro de todas essas tragédias familiares é ainda muito incompleto.
O Yomiuri Shimbun, um jornal japonês, uma vez publicou que cerca de metade da população chinesa foi perseguida pelo PCCh. Se esse é o caso, estima-se que o número de famílias destruídas pelo Partido é de cerca de mais de 100 milhões.
Zhang Zhixin tornou-se um nome conhecido pela quantidade de reportagens feitas sobre a sua história. Muitas pessoas sabem que ela sofreu tortura física, estupro coletivo e tortura mental. No fim, ficou louca e foi morta com um tiro depois de ter sua traqueia cortada. Mas muitos não sabem de uma parte ainda mais cruel dessa tragédia: até os membros de sua família tiveram de comparecer a uma “sessão de estudo para as famílias de condenados à morte”.
A filha de Zhang, Lin Lin, relembrou os eventos do início da primavera de 1975:
Uma pessoa da corte de Shenyang disse em voz alta: “Sua mãe é uma contrarrevolucionária intransigente. Ela se recusa a aceitar a reforma e é incorrigivelmente obstinada. Ela é contra nosso grande líder, Mao Tsé-Tung, contra o pensamento invencível de Mao Tsé-Tung e contra o direcionamento revolucionário do proletariado do Presidente Mao. Com um crime atrás do outro, nosso governo está pensando em aumentar a punição. Se ela for executada, qual será a sua atitude?”. Eu fiquei perplexa e não sabia o que responder. Meu coração estava partido. Mas eu fingi estar calma, tentando firmemente não deixar minhas lágrimas caírem. Meu pai havia me dito que não podíamos chorar na frente dos outros, caso contrário não teríamos chance de renunciar ao relacionamento com minha mãe. Meu pai respondeu por mim: “Se esse é o caso, o governo está livre para fazer o que achar necessário”. A pessoa do tribunal me perguntou novamente: “Você irá recolher o corpo dela se ela for executada? Você irá recolher seus pertences na prisão?”. Eu abaixei minha cabeça e não respondi nada. Meu pai respondeu por mim novamente: “Nós não precisamos de nada”. […] Meu pai segurou meu irmão e a mim pelas mãos e saímos daquele local. Cambaleando, fomos caminhando para casa contra a tempestade de neve. Não cozinhamos; papai dividiu o único biscoito de milho que tínhamos em casa e deu para meu irmão e para mim. Ele disse: “Termine e vá para cama mais cedo”. Eu fiquei quieta na cama de barro. Papai sentou em um banquinho e ficou olhando a luz em estado de torpor. Depois de um tempo, ele olhou para a cama e pensou que estivéssemos dormindo. Ele levantou, cuidadosamente abriu a pasta que trouxemos de nossa velha casa em Shenyang e tirou a foto da mamãe. Olhou para ela e não conseguiu segurar as lágrimas. Eu me levantei da cama, pus minha cabeça entre seus braços e comecei a chorar alto. Papai deu uma batidinha de leve em mim e disse: “Não faça isso, não podemos deixar os vizinhos ouvirem”. Meu irmão se levantou depois de me ouvir chorar. Papai nos segurou firme em seus braços. Não soubemos quantas lágrimas derramamos nessa noite, mas não pudemos chorar livremente.[26]
Um professor universitário tinha uma família feliz, mas sua família enfrentou um desastre durante o processo de “retificação dos direitistas”. Na época do Movimento Antidireitista, a mulher que se tornaria esposa do professor universitário namorava alguém que era rotulado de direitista. Seu namorado foi posteriormente enviado para uma área remota e sofreu muito. Como ela era muito jovem e não pôde ir com ele, desistiu do seu amor e casou com o professor. Quando seu primeiro amor finalmente voltou para a cidade natal deles, ela, agora mãe de várias crianças, não tinha outro modo de mostrar seu arrependimento em relação ao passado e insistiu em se divorciar de seu marido para redimir sua consciência culpada. Nessa ocasião, o professor estava com cerca de 50 anos de idade; ele não conseguiu aceitar essa mudança brusca e enlouqueceu. Despojou-se de seus pertences e foi procurar um lugar para começar uma vida nova. Por fim, sua esposa o abandonou e abandonou os filhos. As dolorosas separações decretadas pelo Partido criaram um problema sem solução, uma doença social incurável que só poderia substituir uma separação por outra separação.
A família é a unidade básica da sociedade chinesa. É também a última defesa da cultura tradicional contra a cultura do Partido; portanto, a destruição da família é um dos atos particularmente mais crueis na história de morticínio do PCCh.
Pelo fato de o Partido monopolizar todos os recursos sociais, quando uma pessoa é classificada como “opositora” ou “adversária” da ditadura, ela imediatamente enfrentará uma crise de subsistência, será acusada por todos na sociedade e despojada de sua dignidade. Quando esses indivíduos são tratados injustamente, a família é o único abrigo para encontrarem consolo. Mas a política de implicação do PCCh impede que os membros da família os consolem, caso contrário, eles também correm o risco de serem rotulados como opositores da ditadura. Zhang Zhixin, por exemplo, foi forçada a se divorciar. Para muitas pessoas, a traição dos membros da família, seja delatando, lutando, criticando publicamente ou acusando, é a gota d’água que quebra seus espíritos. Como resultado, muitas pessoas cometeram suicídio.
Os padrões e as consequências de matar
A doutrina por trás dos assassinatos do Partido Comunista Chinês
O Partido Comunista Chinês sempre se vangloriou por seu talento e criatividade no desenvolvimento do marxismo-leninismo, mas na realidade o PCCh desenvolveu “criativamente” uma perversidade sem precedentes na história mundial. Ele usa a ideologia comunista da “unidade social” para enganar o público e os intelectuais. Vale-se do potencial da ciência e da tecnologia em questionar crenças para promover o completo ateísmo. Usa o comunismo para negar a propriedade privada e a teoria e prática da revolução violenta de Lênin para governar o país. Ao mesmo tempo, combinou e aprofundou o que havia de pior e mais degenerado na cultura chinesa, aquilo que se desvia das principais tradições chinesas.
O PCCh inventou uma teoria completa e uma estrutura de “revolução” e “revolução contínua” sob a ditadura do proletariado; usou esse sistema para mudar a sociedade e garantir a ditadura do Partido. Sua teoria tem duas partes: a base econômica e a superestrutura sob a ditadura do proletariado, na qual a base econômica determina a superestrutura, enquanto que a superestrutura, por sua vez, age na base econômica. Para fortalecer a superestrutura, especialmente o poder do Partido, é preciso primeiro fazer e consolidar a revolução a partir da base econômica, o que inclui:
Morticínio contra latifundiários para resolver as relações de produção no campo.[27]
Morticínio contra “capitalistas burgueses” para resolver as relações de produção nas cidades.
Dentro da superestrutura, a matança também é repetidamente realizada para manter o controle ideológico absoluto do Partido. Isso inclui:
“Resolver o problema” da atitude política dos intelectuais em relação ao Partido
Durante um longo período, o PCCh lançou múltiplas campanhas para reformar o pensamento dos intelectuais. Elas acusaram os intelectuais de “individualismo burguês”, “ideologia burguesa”, “pontos de vista apolíticos”, “falta de ideologia de classe”, “liberalismo” e etc. O Partido despojou os intelectuais de sua dignidade mediante lavagem cerebral e eliminação de suas consciências. O PCCh quase eliminou completamente o pensamento independente e muitas outras boas qualidades dos intelectuais, incluindo a tradição de defender a justiça e de dedicar suas vidas para apoiar a justiça. Essa tradição ensina que o intelectual: “não seja levado a excessos quando rico e famoso, nem seja desviado de seus propósitos quando pobre e obscuro, nem pode ele ser obrigado a se curvar diante de uma força superior”;[28] “Seja o primeiro a se preocupar com a nação e o último a reivindicar sua parcela de felicidade”;[29] “Cada homem comum deve considerar-se responsável pelo sucesso e fracasso de sua nação”;[30] e “Uma pessoa nobre faz-se perfeita na obscuridade, mas quando em proeminência faz perfeita toda a nação”.[31]
A Revolução Cultural e morticínio de dissidentes para garantir liderança cultural e política absolutas do Partido
O PCCh mobilizou campanhas de massa dentro e fora do Partido, passando a matar nas áreas da literatura, arte, teatro, história e educação. Focando os primeiros ataques em várias pessoas famosas como “A Vila das Três Famílias”,[32] Liu Shaoqi, Wu Han, Lao She[33] e Jian Bozan. Mais tarde, o número de pessoas mortas aumentou para “um pequeno grupo dentro do Partido”, e depois para “um pequeno grupo dentro do exército” e, finalmente, a matança escalou de dentro do Partido e do exército para todo o povo, no país inteiro. A luta armada eliminou corpos físicos; os ataques culturais mataram o espírito das pessoas. Foi um período extremamente caótico e violento sob o controle do PCCh. O lado perverso da natureza humana foi maximizado pela necessidade do Partido de reavivar seu poder em meio a crises. Todos tinham permissão para matar arbitrariamente em nome da “revolução” e da “defesa da linha revolucionária do presidente Mao”. Foi um exercício de eliminação da natureza humana sem precedentes em toda a nação.
O Massacre da Praça da Paz Celestial
O Partido Comunista Chinês abriu fogo contra estudantes na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 4 de junho de 1989, respondendo a pedidos democráticos após a Revolução Cultural. Essa foi a primeira vez que o exército do PCCh matou civis publicamente para reprimir um protesto do povo contra fraude, corrupção e conluio entre oficiais do governo e empresários, e pela reivindicação de liberdade de imprensa, expressão e assembleia. Durante o Massacre da Praça da Paz Celestial, para instigar o ódio entre o exército e os civis, o Partido forjou cenas de pessoas queimando veículos militares e matando soldados, ofuscando a tragédia de um massacre no qual o Exército de Libertação Popular matava os próprios populares.
O morticínio de adeptos de diferentes crenças.
É vital para o PCCh dominar a fé da população. No início de seu regime, para promover sua heresia e enganar o povo, o Partido começou a eliminar todas as religiões e sistemas de crença. Ao se deparar com uma crença espiritual em um novo período — o Falun Gong —, o Partido empunhou novamente seu cutelo. A estratégia do PCCh foi tirar vantagem dos princípios do Falun Gong de verdade, compaixão e tolerância, e do fato de os praticantes não mentirem, não usarem da violência e não causarem instabilidade social. Depois de adquirir experiência perseguindo o Falun Gong, o Partido se aperfeiçoou em eliminar pessoas de outras crenças. Dessa vez, Jiang Zemin e o próprio PCCh tomaram a dianteira no morticínio ao invés de usarem outras pessoas ou grupos.
O morticínio para encobrir a verdade.
O direito de saber das pessoas é outro ponto fraco do PCCh. O Partido também mata pessoas para garantir o controle ou bloqueio das informações. No passado, “ouvir a emissora de rádio do inimigo” era um crime punível com prisão. Agora, em resposta aos múltiplos incidentes de interceptação do sistema de televisão estatal para esclarecer a verdade sobre a perseguição ao Falun Gong, Jiang Zemin emitiu a ordem de “matar instantaneamente sem piedade”. Liu Chengjun[34], que realizou tal interceptação, foi torturado até a morte. O Partido mobilizou a “Agência 610” (uma organização semelhante à Gestapo da Alemanha nazista criada para perseguir o Falun Gong, como descrito em capítulos anteriores), a polícia, os promotores, as cortes e um sistema policial maciço na internet para monitorar cada ação das pessoas.
Privar as pessoas de seus direitos em prol dos interesses do PCCh
A teoria da revolução contínua do PCCh significa, na realidade, que ele não abrirá mão do poder. Atualmente, a fraude e a corrupção dentro do Partido transformaram-se em conflitos entre a liderança absoluta do Partido e o direito à vida das pessoas. Quando as pessoas se organizam para proteger seus direitos legalmente, o Partido usa seus instrumentos de violência contra os chamados “chefões” desses movimentos. O PCCh tem preparados mais de um milhão de policiais armados para esse fim. Hoje, o Partido está muito melhor preparado para matar do que na época do Massacre na Praça da Paz Celestial, em 1989, quando teve de mobilizar temporariamente a força terrestre do seu exército. Entretanto, ao forçar o povo em direção à ruína, o PCCh também se forçou a um beco sem saída. Chegou a um ponto extremo de vulnerabilidade em que, como diz o ditado chinês, “quando o vento sopra, árvores e gramas são como inimigos”.
Por todos os pontos acima, podemos ver que o Partido Comunista Chinês é um espectro maligno por natureza. Não importa que mudanças ele sofra em lugares e momentos específicos com o propósito de manter o controle absoluto, o Partido não mudará sua história de matança; ele massacrou pessoas no passado, continua sua carnificina no presente e continuará a matar no futuro.
Diferentes padrões de assassinato sob diferentes circunstâncias
Direcionando a opinião pública com propaganda
O Partido Comunista Chinês tem usado várias maneiras de matar, dependendo da época e na maioria das situações, utilizou propaganda antes dos massacres. O PCCh costuma dizer: “Somente a morte pode apaziguar a indignação do público”, como se o povo estivesse pedindo ao Partido para matar. Na realidade, essa “indignação pública” tem sido instigada pelo Partido.
Por exemplo, o drama “A menina dos cabelos brancos”, uma distorção total de uma lenda folclórica, e as histórias fabricadas de cobrança de aluguel e de masmorras narradas no drama Liu Wencai foram todas usadas como ferramentas para “educar” o povo para odiar os proprietários de terras. O PCCh comumente demoniza seus inimigos, como fez no caso do antigo Presidente da China, Liu Shaoqi. Em particular, em janeiro de 2001, o Partido encenou uma autoimolação na Praça da Paz Celestial para incitar as pessoas a odiar o Falun Gong – e, assim, redobrar sua campanha genocida massiva contra o Falun Gong. O Partido não só não mudou sua forma de matar pessoas, mas, ao invés disso, aperfeiçoou seus métodos usando novas tecnologias de informação. No passado, o PCCh só conseguia enganar o povo chinês, mas agora também engana as pessoas em todo o mundo.
Mobilizando as massas para a matança
O PCCh não mata somente por meio do seu aparato ditatorial, mas também mobiliza ativamente as pessoas para matarem umas às outras. Mesmo que o Partido tenha observado alguns regulamentos e leis no início dessas mobilizações, depois que ele incita o povo a participar, nada pode parar o massacre. Por exemplo, quando o Partido estava implantando a sua “reforma agrária”, um comitê podia decidir sobre a vida e a morte dos proprietários de terras.
Destruindo o espírito da pessoa antes de matar seu corpo físico
Outro sistema de matar abrange primeiro esmagar o espírito da pessoa antes de matar seu corpo físico. Na história da China, mesmo a tão cruel e feroz Dinastia Qin (221-207 a.C.) não destruiu o espírito das pessoas. O Partido Comunista Chinês nunca deu a alguém a chance de morrer como mártir. Ele adota políticas como: “Indulgência para os que confessarem e punição severa para os que resistirem” e “Abaixar a cabeça para admitir o crime é a única saída”.
O Partido força o povo a abrir mão de seus próprios pensamentos e crenças, fazendo com que as pessoas morram como cães, sem dignidade; uma morte digna encorajaria seguidores. Somente quando os indivíduos morrem em humilhação e vergonha é que o PCCh pode atingir seu propósito de “educar” as pessoas que admiravam a vítima. A razão pela qual o Partido persegue o Falun Gong com extrema crueldade e violência é porque os praticantes de Falun Gong consideram suas crenças mais importantes que suas próprias vidas. Quando o Partido foi incapaz de destruir a dignidade deles, fez de tudo que podia para torturar seus corpos físicos.
Assassinando pessoas mediante alianças e alienação
Para matar as pessoas, o PCCh usa tanto a cenoura quanto o bastão, fazendo-se de amigo de alguns e alienando outros. O Partido sempre tenta atacar uma “pequena parcela” da população usando a proporção de 5%. “A maior parte” da população é sempre boa, objeto constante de “educação”. Essa educação consiste em terror e carinho. A educação por meio do terror usa o medo para mostrar às pessoas que quem se opuser ao Partido não terão um bom fim, fazendo com que se distanciem das pessoas que já foram atacadas. A educação por meio do “carinho” deixa as pessoas verem que se ganharem a confiança do Partido e se juntarem a ele, não somente estarão a salvo, mas também terão boa chance de serem promovidas ou receberem outros benefícios. Lin Biao disse uma vez: “Uma pequena porção [suprimida] hoje e uma pequena porção amanhã, logo haverá uma grande porção no total”. Aqueles que se regozijam em sobreviver a um movimento, geralmente se tornam vítimas no próximo.
Cortando ameaças potenciais pela raiz e assassinatos extrajudiciais secretos
Recentemente, o PCCh desenvolveu o sistema de eliminar ameaças potenciais o mais precocemente possível e matar extrajudicialmente em segredo. Por exemplo, como as greves dos trabalhadores e os protestos dos camponeses se tornaram mais comuns em vários locais, o Partido acaba com os movimentos antes que eles possam crescer, prendendo o “cabeça” e sentenciando-o a uma punição severa. Em outro exemplo, como a liberdade e os direitos humanos se tornaram uma tendência mais e mais reconhecida em todo o mundo, o Partido não condena nenhum praticante de Falun Gong à morte, mas, sob a instigação de Jiang Zemin de que “ninguém será considerado responsável pela morte de praticantes de Falun Gong”. E praticantes foram torturados até a morte por todo o país.
Mesmo que a Constituição chinesa reconheça o direito de apelação do cidadão se ele sofrer uma injustiça, o PCCh usa oficiais à paisana ou contrata criminosos locais para impedir, prender ou mandar para casa os que apelam, até mesmo colocando-os em campos de trabalho.
Assassinando para dar exemplo
As perseguições a Zhang Zhixin, Yu Luoke e Lin Zhao[35] são exemplos desse padrão de ação do PCCh.
Usando a supressão para ocultar a verdade sobre os massacres
Pessoas famosas com influência internacional são geralmente repreendidas, mas não mortas pelo Partido. O propósito disso é ocultar mortes que chamariam a atenção pública. Por exemplo, durante a campanha contra os contrarrevolucionários, o Partido não matou generais de altos postos do Kuomintang como Long Yun, Fu Zuoyi e Du Yuming, mas ao invés disso matou oficiais e soldados do Kuomintang de patentes mais baixas.
As chacinas do PCCh, por um longo período de tempo, distorceram a alma do povo chinês. Agora, na China, muitas pessoas abrigam pensamentos assassinos. Quando terroristas atacaram os EUA em 11 de setembro de 2001, em mensagens na internet na China Continental, muitos chineses aplaudiram os ataques. A ideia tenebrosa de “guerra irrestrita” foi amplamente promovida e defendida.
Conclusão
Devido ao bloqueio de informações pelo Partido Comunista Chinês, não se sabe exatamente quantas pessoas morreram nos vários movimentos de perseguição que ocorreram durante seu regime. Pelo menos dezenas de milhões de pessoas morreram. Além disso, o PCCh também matou minorias étnicas em Xinjiang, Tibete, Mongólia, Yunnan e outras regiões; e informações a respeito são escassas. O Washington Post estimou, certa vez, que o número de pessoas perseguidas até a morte pelo Partido chega a 80 milhões.[36]
Além do número de mortes, não é claro quantas pessoas ficaram incapacitadas, mentalmente doentes, loucas, deprimidas ou desenvolveram síndrome do pânico por causa da perseguição que sofreram. Cada pessoa assassinada significa uma tragédia amarga e agonia eterna para os familiares das vítimas.
Como o jornal japonês Yomiuri Shimbun declarou uma vez,[37] uma pesquisa do governo central chinês feita em 29 províncias e vilas diretamente administradas pelo regime mostrou que perto de 600 milhões de pessoas foram perseguidas ou incriminadas durante a Revolução Cultural, o equivalente a quase metade da população da China.
Uma frase apócrifa, frequentemente atribuída a Stalin, diz que a morte de um homem é uma tragédia, mas a morte de milhões é simplesmente uma estatística. Quando falaram para Li Jingquan, antigo Secretário do Partido da província de Sichuan, que muitas pessoas morreram de fome naquela província, ele observou: “Qual a dinastia que não teve pessoas mortas?” Mao Tsé-Tung disse: “Casualidades são inevitáveis em qualquer luta. Mortes geralmente ocorrem”. Esta é a visão a respeito da vida pelos comunistas ateus. Por isso, 20 milhões de pessoas morreram como resultado da perseguição durante o regime de Stalin, o que constitui 10% da população da antiga União Soviética na época. O Partido Comunista Chinês matou pelo menos 80 milhões de pessoas, o que também é quase 10% da população da nação [ao fim da Revolução Cultural]. O Khmer Vermelho matou dois milhões de pessoas, um quarto da população do Camboja na época. Na Coreia do Norte, o resultado de mortes pela fome é estimado em cerca de um milhão. Todas essas vidas são dívidas de sangue dos partidos comunistas.
Cultos demoníacos sacrificam pessoas e usam seu sangue para adorar espectros malignos. Desde sua origem, o Partido Comunista continua a matar pessoas como sacrifício para suas “lutas de classes”. Quando não pode matar pessoas de fora do Partido, ele mata seus próprios membros em “lutas interpartidárias” e outras doutrinas perversas. Inclusive, colocando o próprio Secretário-Geral do Partido, marechais, generais, ministros e outros no altar de sacrifício do seu culto maligno.
Muitos acham que o PCCh deve receber tempo para que ele se torne melhor, dizendo que o Partido está bastante contido em seus massacres mais atuais. Antes de tudo, matar uma única pessoa ainda faz do indivíduo um assassino. Além disso, pelo fato de matar ser um dos métodos que o Partido usa para governar seu regime de terror, ele controla suas chacinas de acordo com suas necessidades. Sua matança é geralmente imprevisível. Quando desaparece o forte sentimento de medo nas pessoas, o Partido volta a assassinar, aumentando o senso de terror; quando as pessoas já estão com bastante medo, mesmo poucos assassinatos podem manter o senso de terror elevado; então, quando as pessoas ficam condicionadas a temer o Partido, apenas anunciar sua intenção de matar sem realmente matar é o suficiente para manter o terror em seus corações. Depois de ter experimentado inúmeros movimentos políticos e de matança, as pessoas desenvolveram um reflexo condicionado em resposta ao terror do PCCh. Dessa forma, não há necessidade de o Partido mencionar que vai matar, só o tom de crítica em massa da máquina de propaganda é suficiente para trazer à tona as lembranças de terror do povo.
O PCCh ajusta a intensidade de seus massacres conforme as mudanças do senso de terror da população. O tamanho da matança não é o objetivo do Partido. A chave para ele é a consistência da matança para se manter no poder. O Partido não se tornou suave nem se desfez de seu cutelo; na verdade, as pessoas se tornaram mais obedientes. Se as pessoas se levantarem para exigir qualquer coisa além da tolerância do PCCh, ele não hesitará em massacrá-las.
O morticínio aleatório é forma mais eficiente de manter o terror. Nas carnificinas em grande escala que aconteceram no passado, a identidade, o crime e os padrões de sentença eram mantidos intencionalmente vagos pelo PCCh. Para evitar serem incluídos como alvos e massacradas pelo Partido, as pessoas frequentemente se restringiam em uma suposta “zona segura” com base em seus próprios julgamentos. Essas “zonas seguras” foram algumas vezes mais “estreitas” do que o Partido intencionava estabelecer. Por isso, em cada movimento, as pessoas tendem a agir como “um esquerdista mais do que um direitista”. Como resultado, um movimento é frequentemente “ampliado” além da escala pretendida, porque as pessoas em diferentes níveis, voluntariamente, impõem-se restrições para assegurar sua própria segurança. Quanto mais baixo o nível, mais cruel se torna o movimento. Essa intensificação voluntária do terror em toda a sociedade decorre da matança arbitrária do PCCh.
Em sua longa história de morticínio, o PCCh se transformou em uma depravada entidade de assassinato em série. Por meio do massacre, ele satisfaz seu pervertido senso de poder de decisão sobre a vida e morte das pessoas. Através da matança, o Partido suprime a agitação social e o ressentimento causado por seus morticínios anteriores. Hoje, as dívidas de sangue acumuladas pelo PCCh tornaram impossível uma solução benevolente. Ele só consegue governar por meio de pressão intensa e do totalitarismo — o único caminho que encontra para manter sua existência até o seu momento final. Apesar de ocasionalmente se disfarçar, restaurando a reputação de algumas vítimas de suas chacinas, a natureza sanguinária do PCCh nunca mudou. E é ainda mais improvável que mude no futuro.
NOTAS:
[1] Carta de Mao Zedong para sua esposa, Jiang Qing (1966).
[2] De acordo com a teoria marxista, a “base econômica” descreve as forças técnicas de produção e a divisão do trabalho, que determinam amplamente as instituições culturais e morais da sociedade, formando sua “superestrutura”. A superestrutura é, portanto, vista como legitimadora e perpetuadora do sistema social que os marxistas acreditam que deve ser derrubado por meio de uma revolução violenta.
[3] De Os Analetos, de Confúcio.
[4] Levítico 19:18.
[5] MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifest der Kommunistischen Partei. London: J.E. Burghard, 1848.
[6] De Sobre a Ditadura Democrática Popular (論人民民主專政), discurso proferido por Mao Tsé-Tung em 30 de junho de 1949.
[7] Extraído de Devemos Promover Totalmente [a Supressão dos Contrarrevolucionários] para que Toda Família Seja Informada, documento com diretrizes políticas de autoria de Mao Tsé-Tung, de março de 1951.
[8] Extraído de Devemos Atacar com Força e Precisão os Contrarrevolucionários, documento com diretrizes políticas de autoria de Mao Tsé-Tung, de 1951.
[9] O Reino Celestial de Taiping (1851-1864), também conhecido como Rebelião de Taiping, foi um dos conflitos mais sangrentos da história chinesa. Foi um confronto entre as forças da China Imperial e aquelas inspiradas por Hong Xiuquan, um autoproclamado místico do grupo cultural Hakka, que também era um cristão convertido. Acredita-se que pelo menos 30 milhões de pessoas tenham morrido.
[10] Trecho do livro referido publicado pela revista Chengming, sediada em Hong Kong (edição de outubro de 1996).
[11] O Grande Salto para Frente (1958-1960) foi uma campanha do Partido Comunista Chinês para impulsionar a indústria, particularmente a do aço. É visto amplamente como um grande desastre econômico. Ele é um componente chave da Grande Fome chinesa, a pior crise alimentar da história humana, segundo estimativas.
[12] De Registros Históricos da República Popular da China (《中华人民共和国历史纪实》), Editora Bandeira Vermelha (红旗出版社), 1994.
[13] De Uma Terra Obscura de Mananciais (依稀大地湾n), obra de Sha Qing (沙青) de 1988.
[14] Peng Dehuai (1898-1974) foi um general comunista chinês e líder político. Peng foi comandante chefe na guerra da Coreia, Vice-Primeiro-Ministro do Conselho de Estado, membro do Politburo e Ministro da Defesa (1954-1959). Ele foi removido de seus cargos oficiais depois de discordar das posturas esquerdistas de Mao no Plenário do Partido Comunista Chinês em Lushan, em 1959.
[15] De Enemy Within (Inimigo de Dentro), por Raymond J. de Jaegher e Irene Corbally Kuhn (Guild Books, Catholic Polls, Incorporated, 1968).
[16] De Investigação do Massacre de Daxing (《大兴屠杀调查》), por Yu Luowen. O massacre de Daxing ocorreu em agosto de 1966 durante a mudança do secretário do Partido de Pequim. Naquela época, o ministro da Segurança Pública, Xie Fuzhi, fez um discurso em uma reunião com o departamento de segurança pública de Pequim sobre a não intervenção nas ações da Guarda Vermelha contra as “cinco classes negras”. Esse discurso foi logo transmitido a uma reunião do comitê permanente do departamento de segurança pública de Daxing. Após a reunião, o Departamento de Segurança Pública de Daxing imediatamente entrou em ação e formou um plano para incitar as massas do condado de Daxing a matar as “cinco classes negras”.
[17] De Memorial Escarlate (红色纪念碑), por Zheng Yi. (Taipei: Huashi, 1993). Esse livro também está disponível em inglês como Scarlet Memorial: Tales of Cannibalism in Modern China (Memorial Escarlate: Histórias de Canibalismo na China Moderna), traduzido e editado por T. P. Sym (Boulder, Colorado: Westview Press, 1998).
[18] A “velha sociedade”, como o PCC a chama, refere-se ao período anterior a 1949, e a “nova sociedade” refere-se ao período após 1949, quando o PCC assumiu o controle do país.
[19] A camisa de força é um instrumento de tortura em forma de jaqueta. Os braços da vítima são torcidos e amarrados com uma corda atrás das costas e, em seguida, puxados para a frente por cima da cabeça; essa tortura pode paralisar instantaneamente os braços da pessoa. Depois disso, a vítima é colocada à força na camisa de força e pendurada pelos braços. A consequência mais direta dessa tortura cruel é a fratura dos ossos do ombro, cotovelo, pulso e costas, fazendo com que a vítima morra com uma dor excruciante. Vários praticantes do Falun Gong morreram em decorrência desse tipo de tortura. Para obter mais informações, consulte (em chinês) search.minghui.org/mh/articles/2004/9/30/85430.html e (em inglês) www.clearwisdom.net/emh/articles/2004/9/10/52274.html
[20] Em 1930, Mao ordenou ao Partido que matasse milhares de membros do próprio Partido, soldados do Exército Vermelho e civis inocentes na província de Jiangxi na tentativa de consolidar seu poder nas áreas controladas pelo Partido Comunista Chinês. Para maiores informações, visite: http://kanzhongguo.com/news/articles/4/4/27/64064.html (em chinês).
[21] Gao Gang e Rao Shushi eram ambos membros do Comitê Central do Partido Comunista Chinês. Após uma proposta mal sucedida em uma disputa pelo poder em 1954, eles foram acusados de tramar a separação do Partido e consequentemente foram expulsos do mesmo.
[22] Liu Shaoqi, presidente da RPC entre 1959 e 1968, foi considerado o sucessor de Mao Tsé-Tung. Durante a Revolução Cultural (1966-1976), ele foi perseguido como traidor, espião e renegado pelo próprio PCCh. Ele morreu em 1969 depois de ser severamente maltratado durante a prisão pelo PCCh.
[23] Zhou Enlai (1898-1976) foi a figura mais proeminente no Partido Comunista Chinês depois de Mao. Ele foi um dos líderes do Partido e Primeiro-Ministro da República Popular da China de 1949 até sua morte.
[24] Chen Boda (1904-1989) serviu como secretário político de Mao Tsé-Tung e editor-chefe do jornal do PCCh Hongqi (Bandeira Vermelha). Ele foi um líder da Revolução Cultural e escreveu o editorial do Diário do Povo “Varra para longe todos os monstros e demônios” em 1966, que marcou o início de um dos maiores expurgos durante a Revolução Cultural. Zhang Chunqiao (1917-2005) foi o segundo vice-premiê em 1975. Ele foi membro da Gangue dos Quatro, um grupo de líderes durante a Revolução Cultural. Seu artigo mais conhecido é Sobre o Exercício da Ditadura Total Sobre a Burguesia.
[25] Do Relato Documentado do Apoio ao Vietnam e a Luta contra a América, de Wang Xiangen. (Pequim: International Cultural Publishing Company, 1990).
[26] De Report: Children among victims of Falun Gong persecution (Relatório: Crianças entre as vítimas da perseguição ao Falun Gong), pela Laogai Research Foundation (12 de outubro de 2004).
[27] Uma das três ferramentas (meios de produção, modos de produção e relações de produção) que Marx usou para analisar a classe social. As relações de produção referem-se à relação entre as pessoas que possuem ferramentas produtivas e as que não as possuem, por exemplo, a relação entre o proprietário e o lavrador ou a relação entre o capitalista e o trabalhador.
[28] Por Mêncio, Livro 3.
[29] Extraído de Escalando a Torre Yueyang, um conhecido ensaio em prosa por Fan Zhongyan (989-1052), um proeminente educador, escritor e oficial do governo chinês da dinastia Song do Norte.
[30] De Gu Yanwu (1613-1682), um eminente acadêmico do início da dinastia Qing.
[31] Por Mêncio, Livro 7
[32] “A Vila das Três Famílias” era o pseudônimo de três escritores na década de 1960, Deng Kuo, Wu Han e Liao Mosha. Wu foi o autor da peça Hai Rui Renunciam ao Cargo, que Mao considerou uma sátira política sobre seu relacionamento com o General Peng Dehuai.
[33] Lao She (1899-1966) foi um escritor chinês conhecido por retratar a vida dos chineses durante os anos de guerra do Século XX. Muitos de seus livros foram transformados em programas de TV e filmes. Ele foi tratado cruelmente durante a Revolução Cultural e se afogou em um lago em 1966. Jian Bozan (1898-1968) foi vice-presidente da Universidade de Pequim e professor de história. Mao havia instruído especialmente que ele fosse usado como um exemplo negativo de um intelectual contrarrevolucionário. Ele e sua esposa cometeram suicídio juntos ao tomar uma overdose de pílulas para dormir em dezembro de 1968.
[34] De acordo com o Clearwisdom.net, site oficial do Falun Gong, Jiang Zemin ordenou que os praticantes de Falun Gong fossem mortos sem piedade e que qualquer morte fosse contada como suicídio. Ver Suécia: Carta da Associação do Falun Dafa ao Ministro das Relações Exteriores sobre a Conferência de Direitos Humanos da ONU em Genebra. www.clearwisdom.net/emh/articles/2003/3/18/33461.html
[35] Yu Luoke foi um pensador e ativista de direitos humanos que foi morto pelo PCCh durante a Revolução Cultural. Seu monumental ensaio Sobre as Raízes Familiares, escrito em 18 de janeiro de 1967, foi o que teve a maior circulação e a influência mais duradoura de todos os ensaios que refletiam o pensamento não-PCCh durante os anos da Revolução Cultural. Lin Zhao, uma estudante da Universidade de Pequim que se formou em jornalismo, foi classificada como direitista em 1957 por seu pensamento independente e por suas críticas sinceras ao movimento comunista. Ela foi acusada de conspiração para derrubar a ditadura democrática do povo e presa em 1960. Em 1962, foi condenada a vinte anos de prisão. Ela foi morta pelo PCCh em 29 de abril de 1968, como uma contrarrevolucionária.
[36] www.laojiao.org/64/article0211.html
[37] Uma carta aberta de Song Meiling para Liao Chengzhi (17 de agosto de 1982).